Conheça os principais riscos do cartão de crédito e saiba como evitá-los

Os riscos do cartão de crédito vão muito além dos juros altos. Eles estão nas escolhas do dia a dia: parcelamentos mal calculados, limite maior do que o necessário, saques emergenciais, entre outros hábitos que, aos poucos, comprometem sua saúde financeira.

Neste artigo, vamos te mostrar quais são esses riscos — e, mais importante, como evitá-los. Se você quer continuar usando o cartão de crédito sem cair em armadilhas, siga a leitura!

Quais são os riscos de usar um cartão de crédito?

O cartão de crédito é uma ferramenta poderosa — e, por isso, exige responsabilidade. Ele pode te salvar em momentos de aperto, facilitar compras de alto valor e ainda render alguns benefícios, como milhas e cashback. Mas se for usado sem planejamento, vira uma armadilha silenciosa, que pode comprometer seu orçamento por meses ou até anos.

A seguir, vamos te mostrar os principais riscos de usar o cartão de crédito — aqueles que mais causam dor de cabeça e dívidas no Brasil. E, claro, te damos dicas para fugir de cada um deles.

1. Pagar o mínimo da fatura

Sabe aquele momento em que a fatura chega, e o valor total te assusta? A tentação de pagar só o mínimo pode parecer uma solução… mas é um dos maiores erros com o cartão.

Quando você paga o mínimo, entra automaticamente no crédito rotativo — uma linha de crédito com juros altíssimos. E não são só altos: eles estão entre os mais caros do mercado, passando de 400% ao ano em muitos casos.

O que acontece quando você paga só o mínimo:

  • A dívida não some, ela acumula para o mês seguinte;
  • Os juros são aplicados sobre o valor restante;
  • No próximo mês, vem a nova fatura + o saldo anterior com juros;
  • Se continuar pagando só o mínimo, vira uma bola de neve.

Ou seja, mesmo pagando todo mês, a dívida pode só crescer.

Dica da Acerto: se a fatura apertou, vale mais a pena tentar parcelar a fatura com o próprio banco ou buscar um empréstimo com juros menores.

2. Ter um limite maior do que você consegue administrar

Ter um limite alto pode parecer uma vantagem, mas também pode se tornar uma armadilha disfarçada. O limite é como um convite para gastar mais — e como o dinheiro não sai da conta na hora, fica mais fácil perder o controle.

Muita gente cai na ilusão de que o limite é uma extensão da renda. Mas o cartão não é dinheiro extra — é dívida futura.

Por que um limite alto pode ser perigoso:

  • Dá uma falsa sensação de poder de compra;
  • Facilita parcelamentos que somados fogem do controle;
  • Você pode gastar mais do que consegue pagar;
  • Quanto maior o limite, maior o risco de endividamento.

A regra de ouro: só aceite aumento de limite se a sua renda também aumentou. E antes de comprar, sempre se pergunte: “se esse valor saísse da minha conta hoje, eu conseguiria pagar?”

3. Perder o controle das contas a prazo

Parcelar é prático, mas engana. Comprar em 3, 6 ou 12 vezes parece leve no início, mas soma várias parcelas diferentes e… pronto: a fatura explode.

O risco está no acúmulo de pequenas parcelas que, isoladamente, parecem inofensivas. Mas quando você coloca tudo no mesmo mês — mercado, streaming, presente, roupa, farmácia — a soma ultrapassa sua renda disponível.

Sinais de que você pode estar perdendo o controle:

  • Sua fatura vem alta, mas você não lembra do que comprou;
  • Você tem várias parcelas ainda ativas de meses anteriores;
  • Já precisou pagar só uma parte da fatura;
  • Fica contando com o “dinheiro do mês que vem” para pagar o de agora.

Dica prática: separe seus gastos fixos do cartão e evite parcelar compras pequenas. Prefira pagar no débito ou no dinheiro — especialmente nas compras do dia a dia.

4. Não conhecer os juros

Outro erro comum é usar o cartão sem saber exatamente quanto ele cobra de juros. Afinal, você conhece as taxas do seu cartão?

Existem diversos tipos de juros embutidos:

  • Juros do rotativo (quando paga o mínimo);
  • Juros de parcelamento da fatura;
  • Juros em compras parceladas com acréscimo (em lojas ou serviços);
  • Multa por atraso e mora diária.

Exemplo prático: se você compra algo por R$ 1.000 em 12x com 5% de juros ao mês, pode acabar pagando mais de R$ 1.800. O produto dobra de preço.

Como evitar esse erro:

  • Leia o contrato do seu cartão e entenda as taxas;
  • Sempre verifique se a loja parcela com ou sem juros;
  • Faça simulações antes de parcelar compras;
  • Priorize compras à vista ou em poucas parcelas.

5. Usar a opção de saque

A maioria dos cartões oferece a função de saque, que parece uma ajuda em momentos de emergência. Mas essa “ajuda” tem um preço bem salgado: os juros são altíssimos, muitas vezes superiores aos do crédito rotativo.

Além disso, o saque com cartão geralmente tem:

  • Taxa de serviço fixa por operação;
  • Juros que começam a contar no mesmo dia;
  • Cobrança imediata na próxima fatura, com acréscimos.

Ou seja: você saca hoje, e a dívida já começa a crescer amanhã.

Só vale a pena sacar com o cartão se:

  • For uma emergência real;
  • Você não tiver nenhuma outra alternativa (reserva, amigos, banco);
  • Estiver disposto a quitar o valor rapidamente, para evitar acúmulo de juros.

Sempre que possível, prefira outras soluções, como um empréstimo pessoal, que pode ter taxas bem menores.

6. Ter o cartão clonado

Fraudes com cartão de crédito são mais comuns do que se imagina. A clonagem pode acontecer em lojas físicas, maquininhas adulteradas ou até mesmo em sites falsos.

E o pior: muitas vezes você só descobre quando já está com o nome sujo, tentando provar que a dívida não é sua.

Como se proteger contra clonagens e fraudes:

  • Não empreste seu cartão para ninguém;
  • Evite digitar sua senha na frente de outras pessoas;
  • Use apenas sites confiáveis (com “https://” e cadeado de segurança);
  • Ative notificações de compras no aplicativo do banco;
  • Verifique seu extrato com frequência;
  • Nunca clique em links de e-mails ou SMS suspeitos.

Se notar qualquer movimentação estranha, entre em contato com o banco imediatamente e peça o bloqueio do cartão.

7. Ter muitos cartões

Ter vários cartões pode parecer uma boa ideia — afinal, cada um tem um benefício diferente, certo? Mas, na prática, quanto mais cartões, maior a chance de perder o controle.

Isso acontece porque:

  • Fica difícil acompanhar todos os vencimentos;
  • Você multiplica seu limite total e pode gastar bem mais do que pode pagar;
  • Acumula anuidades e tarifas (quando existem);
  • Aumenta o risco de esquecer uma fatura e acabar com o nome negativado.

Dica para quem quer mais organização: tente concentrar seus gastos em um ou dois cartões no máximo, de preferência com isenção de anuidade. Isso facilita a gestão mensal e reduz o risco de endividamento.

Qual a forma mais segura de usar cartão de crédito?

O primeiro passo é ter controle total dos seus gastos. Com o cartão, a sensação de “dinheiro que não saiu da conta” pode te enganar fácil. Por isso, é importante acompanhar seus gastos com frequência — de preferência, pelo aplicativo do banco ou da operadora do cartão. Muitos deles permitem que você ative notificações a cada compra. Isso ajuda a manter a noção real do que está gastando e a identificar rapidamente qualquer cobrança estranha.

Outro ponto essencial é sempre pagar o valor total da fatura. Nada de pagar o mínimo achando que está “resolvendo por enquanto”. O crédito rotativo cobra juros altíssimos — muitas vezes acima de 10% ao mês — e pode transformar uma dívida pequena em um problemão em poucos meses. O ideal é já contar com o valor da fatura dentro do seu orçamento mensal e evitar ao máximo parcelamentos que vão se arrastar por muito tempo.

Também vale a pena limitar a quantidade de cartões. Ter um ou dois já é o suficiente para a maioria das pessoas. Quanto mais cartões você tem, maior é o risco de esquecer vencimentos, somar limites sem perceber e acabar gastando mais do que ganha. Além disso, ter vários cartões complica o controle dos gastos e pode gerar taxas extras, especialmente se forem cartões com anuidade ou tarifas.

Outro cuidado importante é com a segurança dos seus dados. Golpes com cartão de crédito são comuns e podem acontecer até em sites que parecem confiáveis. Por isso, siga essas dicas:

  • Nunca compartilhe a senha do cartão com ninguém;
  • Evite salvar os dados do cartão em sites de compras;
  • Use senhas fortes e ative a verificação em duas etapas nos aplicativos bancários;
  • Dê preferência ao cartão virtual para compras online;
  • Não acesse contas bancárias em redes públicas de Wi-Fi;
  • Revise a fatura com frequência e entre em contato com o banco ao notar qualquer valor suspeito.

Outro detalhe que faz toda a diferença: escolha um limite compatível com a sua renda. Ter um limite muito alto pode parecer tentador, mas aumenta bastante o risco de endividamento. Uma boa prática é manter o limite em até 30% ou 40% do que você ganha por mês. Assim, mesmo que você use o valor total, ainda consegue pagar a fatura sem comprometer o restante do orçamento.

Por fim, lembre-se de que o cartão de crédito pode sim ser uma ferramenta útil. Se usado com planejamento, ele te ajuda a centralizar os gastos, a parcelar compras maiores com mais controle e até a acumular benefícios como pontos e milhas. O segredo está em usar o cartão para facilitar sua vida — e nunca para tapar buraco no orçamento ou fazer compras por impulso.

E agora que você já sabe como lidar com os riscos do cartão de crédito, que tal conferir o nosso artigo sobre como ganhar dinheiro com ele?

Summary

Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

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