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Por que eu não devo emprestar o meu cartão de crédito?

Tempo de leitura: 5 minutos

Amigos, amigos. Negócios à parte.

Misturar relações pessoais com finanças pode ser uma decisão extremamente arriscada, e que vai prejudicar não só a sua ligação com essa pessoa, mas também o seu bolso.

De acordo com uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 17% dos casos de inadimplência acontecem devido ao empréstimo de nome — o que inclui compras em seu nome, empréstimo de cartões de crédito e cheques e qualquer outra compra feita por outra pessoa usando seus dados.

A pesquisa também mostra que 84% destas pessoas negativadas por dívidas de outros insistiram que o pagamento fosse feito, e 71% não receberam nem um centavo dessa conta. 

Por isso é tão importante saber dizer não.

E não só por esse motivo, mas por outros problemas que você e essa outra pessoa pode ter com esse empréstimo.

Quais os custos de um cartão de crédito?

Antes de tudo, ter um cartão não é barato. E você é quem está pagando por isso:

  • Mensalidade;
  • Impostos sobre o uso — como o IOF (imposto sobre operações financeiras);
  • Um dos maiores juros do mercado dentre as opções de crédito.

Ou seja: mesmo os cartões que não cobram mensalidade, como boa parte dos bancos digitais, tem outros custos — e com isso outros riscos.

Riscos esse que você se dispõe a passar para poder ter acesso a crédito, fazer compras mais altas e segurar as pontas quando falta o dinheiro na conta.

Só por isso você já deve repensar o empréstimo do cartão. Ele é um bem pessoal e que você paga caro para ter, e com o qual você mesmo já tem — ou deveria ter — muito cuidado.

Riscos de emprestar o cartão de crédito

Mas além de tudo isso, existem outros 7 problemas que separados já são muito sérios, e ainda mais juntos!

Endividamento 

Um dos principais riscos é o de endividamento.

A pessoa que te pediu o cartão — seja por não ter ou por não ter limite suficiente — está nessa situação por um motivo. E, em geral, esse motivo é não ter condições para pagar.

Os bancos fazem uma análise para determinar o limite que uma pessoa terá nas compras do crédito, e para saber se eles devem liberar o serviço a ela ou não.

Se eles percebem que as chances de que ela consiga arcar com suas dívidas são baixos, eles não autorizam ou colocam um limite de compras muito baixo.

E, como já mencionamos, a pesquisa do SPC mostrou que boa parte das pessoas quem fazem dívidas no nome de outras não pagam, mesmo quando são cobradas. Muitas vezes nem por maldade, mas por realmente não conseguirem.

Por isso, quando estiver emprestando pense: eu vou ter condições de arcar com essa dívida caso a pessoa não me pague?

Se a resposta for sim, repense se você está disposto a fazer isso também.

Multas e juros

Assim como aconteceria com você, quando outra pessoa usa seu cartão e não paga, os juros e multas começam a ser cobrados.

E com isso você passa não só a ter uma dívida, mas um crescimento do seu endividamento ao longo do tempo, que dependendo do caso, pode chegar a 2… 3… até 10 vezes o valor da compra original.

Ah, e detalhe: caso conste em seu contrato que o banco tem o direito de retirar valores da sua conta para compensar a dívida, você pode literalmente perder dinheiro.

Mesmo sem querer ou poder pagar pela dívida.

Nome sujo

Agora, além de ficar endividado, imagine se você não puder arcar com a dívida de outra pessoa em seu cartão e por isso for negativado?

Infelizmente a compra não pode sequer ser contestada — já que aconteceu com a sua autorização — e por isso você se torna o responsável por aquela dívida.

E as consequências do nome sujo você já conhece:

  • Restrições de crédito — ou seja, não poder pegar um empréstimo, abrir uma nova conta, comprar a prazo ou pedir outro cartão;
  • Ser impedido de alugar um imóvel;
  • Ter problemas para conseguir um emprego;
  • Diminuição da sua nota no Serasa Score e no Cadastro Positivo.

Limite

Outro ponto importante e, talvez, os que as pessoas menos se dão conta é que quando você empresta o seu cartão, está cedendo parte do seu limite de compras para outra pessoa.

Com isso, caso você precise adquirir um produto de maior valor, pode ser impedido por falta de limite!

Por isso, especialmente para quem não tem limites muito altos, emprestar o cartão pode ser uma decisão ruim mesmo que a pessoa pague em dia

Até ela quitar o valor total, você estará preso a essa compra.

Fraudes

Também é importante que você mantenha a atenção para evitar possíveis fraudes. Se a pessoa comprar um site que não seja confiável, você pode ser clonado.

Outra pesquisa, também da CNDL mostrou que mais de 3,6 milhões de pessoas tiveram seus cartões de crédito clonados, de março de 2018 ao mesmo mês de 2019. 

Isso acontece principalmente por compras que acontecem em empresas e sites não confiáveis. Por isso, antes de comprar confira o CNPJ da empresa no site da Receita Federal e busque por reclamações no Google.

Ah, e claro: não empreste o seu cartão.

Perda

A perda de um cartão de crédito é um problema sério, por vários motivos:

  • A ligação chata de bloqueio e pedido de uma nova via;
  • O processo — que pode ser muito burocrático — de desbloqueio;
  • O tempo que você fica sem o cartão até a nova versão chegar;
  • O risco de que alguém encontre o seu cartão e faça alguma compra antes que você consiga fazer o bloqueio.

E ninguém melhor que nós mesmos para cuidarmos do que é nosso. Por isso emprestar não só o cartão, mas qualquer documento, pode ser perigosa, além de dar muito trabalho.

Problemas em relacionamentos

Possivelmente aqueles 17% de pessoas que fizeram uma dívida no nome de outra pessoa, perderam um amigo.

Para você entender melhor, em números: hoje no Brasil existem cerca de 63 milhões de inadimplentes, segundo o Serasa.

Isso significa que mais de 10,7 milhões de pessoas podem ter perdido uma amizade por mau uso do crédito de outra.

E é claro que você não quer que isso aconteça com você.

Por isso, tome cuidado. 

Problemas financeiros são a causa de discussões e até divórcio de 46% dos casais no Brasil, fora os números relacionados a outros tipos de vínculos, como famílias, amigos, vizinhos, colegas de trabalho… e muitos outros.

Como dizer não? 

É normal que ter problemas em dizer não para pessoas próximas e queridas, mas é necessário.

Porque por mais que você enfrente todos esses problemas, também deve ser desconfortável para a outra parte ficar devendo alguém próximo.

Porém, é melhor que alguém fique chateado com você por alguns dias, que levar esse problema para toda a vida — ainda mais com um rombo no bolso.

Você pode sugerir outras possibilidades

E, é claro: existem outras possibilidades para que a pessoa consiga o dinheiro que precisa:

  • Fazer um cartão próprio;
  • Pegar um empréstimo;
  • Adiar a compra para quando ela tiver o montante do valor;
  • Pagar pelo boleto; 

E você pode ser a pessoa a sugerir essas opções.

Já emprestei, e agora?

Não viu outra saída, se tratava de uma emergência, confiou na pessoa e acabou emprestando seu cartão de crédito? 

Então converse bastante, explique exatamente quanto ela pode gastar e quando deverá pagar a fatura.

O ideal é que você faça um “contrato” para ter a garantia jurídica de que a pessoa está assumindo a dívida. Ou pelo menos formalize que o empréstimo está sendo feito, por email por exemplo.

Apenas com documentos conseguimos comprovar que a compra não foi feita por nós e sim por outros.

Mas o mais importante é reforçar esse compromisso, e deixar claro que você não consegue arcar com essa dívida por ela.

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    Oi! Nós somos o time Pago Quando Puder: especialistas em gambiarras e finanças para te ajudar a lidar melhor com o seu suado dinheirinho!

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    2 respostas

      1. Obrigada pelo retorno, Luiz Antônio! Compartilhe o conteúdo entre os amigos e a família, quem sabe ele não pode ser útil para mais alguém?

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