Vale a pena ter um cartão de loja?

O cartão de loja é uma ferramenta financeira criada para fidelizar clientes, mas que também pode abrir portas para benefícios exclusivos — de descontos em produtos até condições diferenciadas de pagamento. Justamente por essa combinação de vantagens e riscos, muita gente tem dúvidas sobre como funciona, se vale a pena e quais cuidados são necessários antes de pedir o seu.

Neste artigo, você vai encontrar um guia completo para entender todos os aspectos do cartão de loja: desde como solicitar, quais redes oferecem essa opção e como funciona a análise de crédito, até pontos delicados como a possibilidade de aprovação para quem está negativado, os cuidados com o uso do Private Label e o que pode acontecer se a fatura não for paga. A ideia é te ajudar a tomar uma decisão consciente e evitar armadilhas que podem pesar no bolso!

Como fazer um cartão de loja?

Hoje em dia, fazer um cartão de loja é algo bem rápido e prático. Você não precisa mais depender apenas da loja física — em muitos casos, é possível solicitar tudo pela internet, sem filas ou burocracia. Ainda existe a opção de pedir o cartão presencialmente, mas a versão online vem ganhando cada vez mais espaço porque se adapta ao ritmo de quem prefere resolver tudo pelo celular ou computador.

Se a sua ideia é pedir o cartão online, o passo a passo costuma ser bem parecido em quase todas as lojas:

  1. Acesse o site ou aplicativo oficial da loja.
  2. Clique na opção “Cartão da loja” ou “Peça já o seu cartão”.
  3. Preencha o formulário com seus dados pessoais (nome, CPF, endereço, telefone, e-mail).
  4. Informe sua renda mensal — em algumas situações, pode ser pedido um comprovante.
  5. Envie o cadastro e aguarde a análise de crédito.
  6. Receba a resposta na hora ou por e-mail com a aprovação ou não.
  7. Aguarde a entrega do cartão em casa ou desbloqueie pelo app caso o cartão seja virtual.

Esse processo é rápido porque muitas análises são automatizadas. Em alguns minutos você já pode ter a resposta e, em alguns casos, até começar a usar o cartão na versão digital antes mesmo de receber o físico.

Banner convidando o leitor a simular uma negociação para quitar a fatura atrasada.

Quais lojas têm cartão próprio?

No Brasil, diversas redes de moda, eletrodomésticos, supermercados e até livrarias oferecem cartão próprio, seja apenas para compras na loja, seja em parceria com bandeiras que permitem uso geral. Alguns exemplos:

  • Lojas de moda e departamento: C&A, Marisa, Renner, Riachuelo, Pernambucanas.
  • Varejo de móveis e eletrodomésticos: Magazine Luiza, Casas Bahia.
  • E-commerce e variedades: Americanas, Saraiva.
  • Supermercados e atacarejos: Carrefour, Extra, Atacadão.

Essas redes costumam oferecer vantagens exclusivas, como descontos em produtos selecionados, parcelamentos diferenciados ou programas de pontos. Por isso, para quem costuma comprar sempre no mesmo lugar, o cartão pode trazer benefícios reais.

Depois de escolher uma loja, você provavelmente vai se deparar com dois tipos de cartão:

  • Private Label: cartão exclusivo da loja, que só pode ser usado nela e em seus parceiros diretos.
  • White Label (com bandeira): emitido em parceria com Visa, Mastercard ou Elo, que permite compras em qualquer estabelecimento, mas ainda mantém benefícios exclusivos dentro da loja.

Como funciona a análise de crédito?

Muita gente acredita que os cartões de loja não passam por análise de crédito por serem de fácil acesso, mas isso não é verdade. Sempre há uma checagem, mesmo que rápida, para que a empresa tenha uma garantia mínima de que você conseguirá arcar com os pagamentos.

Na hora da solicitação, você vai precisar informar alguns dados básicos, como:

  • Nome completo e CPF.
  • Endereço atualizado.
  • Renda mensal (em alguns casos, com comprovante).

Com essas informações, a loja ou o banco parceiro consulta birôs de crédito (como Serasa e SPC) para avaliar se você tem dívidas ativas ou histórico de inadimplência. Além disso, o limite inicial do cartão geralmente é definido de acordo com sua renda e seu comportamento financeiro.

Alguns pontos importantes sobre a análise:

  • Renda mínima: pode ser exigida em determinados cartões, mas o valor varia de loja para loja.
  • Histórico de pagamentos: quanto mais positivo, maiores as chances de aprovação e limite inicial mais alto.
  • Velocidade da resposta: como a análise geralmente é automatizada, a aprovação costuma acontecer em poucos minutos.

É possível ter cartão de loja estando negativado?

Sim, dependendo da política da loja e do tipo de cartão que você está tentando solicitar. 

Em geral, quando a pessoa está negativada, as chances de aprovação diminuem bastante, já que a análise de crédito leva em conta se existem restrições no CPF. Isso significa que, para a maioria dos cartões com bandeira (Visa, Mastercard, Elo), é possível que o pedido seja negado se houver dívidas em aberto.

Porém, algumas redes oferecem alternativas mais acessíveis, como o cartão Private Label, que funciona exclusivamente dentro da própria loja. Esse modelo costuma ter critérios de aprovação mais flexíveis, já que o limite de crédito pode ser menor e o uso é restrito. Em alguns casos, mesmo negativado, você pode conseguir a aprovação.

Além disso, algumas lojas também permitem cartões pré-pagos ou de débito, que não passam por análise de crédito. Embora não funcionem como um cartão de crédito tradicional, ainda podem oferecer benefícios, como descontos exclusivos e participação em promoções da rede.

Portanto, se você está negativado e quer ter um cartão de loja, vale a pena:

  • Verificar se a loja oferece versão Private Label (sem bandeira);
  • Perguntar sobre cartões pré-pagos ou de débito vinculados a benefícios;
  • Avaliar se não é mais interessante primeiro negociar suas dívidas e aumentar as chances de aprovação em cartões com mais vantagens.

Quais são os cuidados necessários com um cartão Private Label?

Um dos pontos que merece atenção é a anuidade: algumas lojas oferecem o cartão sem cobrança, mas outras incluem taxas que acabam pesando no orçamento se você não utilizá-lo com frequência. Além disso, é comum que o limite inicial seja relativamente baixo, o que pode frustrar quem planeja usar o cartão para compras maiores.

Outro cuidado é entender que esse tipo de cartão tem uso restrito. Se ele for Private Label (sem bandeira), você só poderá usá-lo dentro da própria rede varejista. Isso significa que, em situações emergenciais ou fora da loja, o cartão não terá utilidade.

Também vale destacar que o comportamento com o cartão pode impactar seu histórico de crédito. Pagar em dia ajuda a construir uma boa imagem junto ao mercado, mas atrasar pagamentos pode prejudicar o score e dificultar a aprovação de outros créditos no futuro.

Veja, a seguir, outros pontos aos quais você precisa ficar atento:

Juros

Quando alguém te oferece um cartão de loja, geralmente a conversa é recheada de vantagens: descontos em produtos, condições especiais e até programas de pontos. O que muitas vezes não é dito logo de cara é que os cartões Private Label também funcionam como um cartão de crédito comum — e isso significa que, se você atrasar ou não pagar a fatura, os juros entram em cena.

Essas taxas costumam ser tão altas quanto (ou até maiores que) as de cartões de crédito tradicionais. Por isso, antes de aceitar a oferta, vale conferir:

  • Qual é a taxa de juros em caso de atraso?
  • Como ela se compara aos cartões que você já possui?

Se você se atrasar, a dívida pode crescer rapidamente e transformar um pequeno desconto em uma grande dor de cabeça. Ou seja: o benefício só compensa se o uso do cartão vier acompanhado de responsabilidade.

Planejamento

Outro cuidado essencial é com o planejamento das compras. É muito fácil se empolgar com as ofertas e parcelar várias compras, principalmente quando cada cartão pertence a uma loja diferente. O problema é que esses extratos não são unificados, e você pode acabar perdendo o controle do que está pagando em cada lugar.

Imagine a situação: você tem cartões da Renner, da Riachuelo e da Marisa. Cada um com duas ou três parcelas em aberto. Se você não anotar tudo ou não acompanhar os aplicativos, corre o risco de esquecer algum pagamento — e isso significa multa e juros na fatura seguinte.

Mais um ponto importante é que, em alguns cartões Private Label, o pagamento ainda precisa ser feito na loja física ou em canais limitados, o que pode dificultar a organização. Portanto:

  • Acompanhe sempre suas parcelas em aberto.
  • Evite acumular dívidas em diferentes lojas ao mesmo tempo.
  • Use planilhas, aplicativos de finanças ou até lembretes no celular para manter o controle.

Cobrança

Quem já atrasou um cartão de loja sabe: a cobrança pode vir de lugares inesperados. Isso porque nem sempre é a própria loja que entra em contato com você. Muitas vezes, a rede varejista terceiriza a cobrança para empresas especializadas ou até vende a dívida para uma gestora.

Esse modelo é totalmente legal, mas costuma confundir quem está devendo. Não é raro a pessoa achar que recebeu uma ligação de golpe porque quem está cobrando não é a loja onde ela fez a compra.

Por isso, algumas dicas práticas:

  • Se receber uma ligação ou e-mail de cobrança, não descarte de imediato. Primeiro, confirme as informações.
  • Entre em contato com a loja e pergunte qual empresa foi autorizada a fazer a cobrança.
  • Desconfie se pedirem dados estranhos ou formas de pagamento fora do comum.

Esse cuidado é essencial para não cair em golpes, mas também para não deixar uma dívida real crescer por falta de atenção.

O que acontece se eu não pagar o cartão de loja?

Deixar de pagar o cartão de loja pode trazer uma série de consequências financeiras e até jurídicas. No começo, pode parecer apenas “um boleto atrasado”, mas, com o tempo, a dívida cresce e passa a impactar diretamente no seu nome e na sua relação com o mercado de crédito.

O primeiro efeito é a cobrança de juros e multas. Qualquer atraso gera encargos altos, que fazem a dívida aumentar rapidamente. Se a fatura não for quitada nos meses seguintes, a bola de neve cresce e se torna cada vez mais difícil de pagar.

Além disso, a loja ou a administradora do cartão pode negativar seu CPF nos birôs de crédito (como SPC e Serasa). Isso significa que você terá mais dificuldade para conseguir aprovar empréstimos, financiamentos ou até mesmo novos cartões de crédito em bancos e fintechs.

Outro ponto importante é a cobrança ativa: após alguns meses de atraso, a dívida pode ser repassada para empresas de cobrança terceirizadas, que vão entrar em contato por telefone, mensagens e e-mails. Em alguns casos, se o débito não for resolvido, pode até ocorrer a judicialização da dívida, ou seja, a empresa pode entrar com uma ação na Justiça para tentar reaver o valor devido.

De forma resumida, os principais impactos de não pagar um cartão de loja são:

  • Cobrança de juros, multas e encargos que aumentam a dívida.
  • Possibilidade de ter o CPF negativado em órgãos de proteção ao crédito.
  • Bloqueio ou cancelamento do cartão de loja.
  • Cobrança por empresas terceirizadas ou gestoras de dívida.
  • Em último caso, ação judicial para recuperação do valor.

Por isso, se você já está enfrentando dificuldades para pagar, o ideal é consultar o seu CPF aqui na Acerto para tentar um acordo. Muitas vezes, é possível parcelar a dívida com juros menores, conseguir descontos de até 99% no valor total ou até participar de feirões de negociação!

Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

Você pode gostar também

Logo Acerto
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.