O Pix mudou completamente a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro. Em poucos anos, ele saiu do papel para se tornar parte da rotina de milhões de pessoas — seja para pagar o lanche, dividir a conta no restaurante ou até enviar um valor urgente para alguém. O que antes levava horas (ou até dias) para ser compensado, hoje acontece em segundos, direto pelo celular.
Mas, apesar de ser tão popular, muita gente ainda tem dúvidas sobre o funcionamento do sistema: o que exatamente é o Pix, como ele surgiu, como criar uma chave, quais são os cuidados necessários e, principalmente, como se proteger dos golpes que vêm junto com tanta praticidade.
Neste guia completo, você vai entender tudo sobre o Pix — desde o passo a passo para começar a usar até as principais vantagens e medidas de segurança. Mesmo que você nunca tenha feito uma transferência, vai ver que é mais simples do que parece. E se já usa o Pix todos os dias, vai descobrir detalhes importantes que podem deixar suas transações ainda mais seguras!
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleComo funciona o Pix?
O Pix é um meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central para simplificar as transferências e pagamentos entre pessoas e empresas. Ele permite que o dinheiro saia da conta de quem envia e chegue ao destino em segundos, a qualquer hora do dia ou da noite — inclusive em finais de semana e feriados.
Na prática, o sistema conecta bancos tradicionais, digitais, fintechs e comércios dentro de uma mesma rede. É como se todas essas instituições falassem a mesma “língua” — o que torna a comunicação entre elas direta e instantânea.
Por trás disso, existe uma tecnologia parecida com as conexões P2P (peer-to-peer), que basicamente permite que o dinheiro vá direto de uma conta para outra, sem intermediários demorados.
O Pix pode ser usado para:
- Transferências entre pessoas, como enviar dinheiro para um amigo ou familiar;
- Pagamentos a lojas e prestadores de serviço, substituindo o uso do cartão;
- Transações entre empresas;
- Pagamentos ao governo, como taxas e impostos.
Além da velocidade, o sistema se destaca por sua facilidade de uso: basta abrir o app do banco, digitar o valor e escolher a chave Pix ou o QR Code do destinatário. Tudo é feito de forma intuitiva e segura, com autenticação exigida pelo aplicativo.
Como surgiu?
O Pix foi anunciado oficialmente pelo Banco Central em fevereiro de 2020 e entrou em funcionamento no final daquele mesmo ano, marcando uma verdadeira revolução no sistema financeiro brasileiro. O objetivo era claro: reduzir a burocracia, aumentar a concorrência entre bancos e facilitar a vida das pessoas.
Curiosamente, o Brasil foi um dos primeiros países do mundo a adotar um sistema de pagamentos instantâneos em escala nacional. Até mesmo potências econômicas como os Estados Unidos e a China ainda não tinham um modelo tão integrado quanto o Pix quando ele foi lançado por aqui.
A ideia não surgiu do zero: fintechs e bancos digitais já vinham testando formas de transferir dinheiro rapidamente, mas sempre dentro de seus próprios sistemas. O que o Banco Central fez foi unificar essas experiências, criando uma infraestrutura única e aberta a todas as instituições financeiras — grandes ou pequenas.
Desde então, o Pix se consolidou como um dos principais meios de pagamento do país, superando o uso de DOCs, TEDs e, em muitos casos, até do cartão de débito. Ele se tornou parte da rotina dos brasileiros, usado tanto em compras de supermercado quanto no pagamento do aluguel ou até no envio de um “Pix do café”.
O que é a chave Pix?
A chave Pix é o que identifica a sua conta bancária dentro do sistema. Em vez de digitar agência, conta, banco e CPF a cada transferência, basta compartilhar uma chave — como se fosse o seu “apelido” financeiro.
Você pode cadastrar até quatro chaves por conta, escolhendo entre:
- CPF ou CNPJ;
- E-mail;
- Número de celular;
- Chave aleatória (um código gerado automaticamente pelo sistema).
Um ponto importante: cada chave só pode ser usada em uma conta bancária. Por exemplo, se você usar o seu CPF como chave no banco Inter, não poderá usar o mesmo CPF como chave no Nubank — nesse caso, você precisará escolher outro dado, como o e-mail ou uma chave aleatória.
Além disso, as chaves podem ser trocadas ou excluídas a qualquer momento diretamente no app do seu banco. E para quem tem medo de expor dados pessoais, a chave aleatória é uma excelente opção: ela funciona com uma sequência de letras e números que não revela nenhuma informação do usuário.
Quais são as vantagens?
O sucesso do Pix não veio à toa. Ele reúne uma série de vantagens que explicam por que se tornou o meio de pagamento favorito dos brasileiros em tão pouco tempo:
1. Disponibilidade total
O Pix funciona 24h por dia, todos os dias do ano, sem restrições de horário ou de instituição financeira. Isso significa que você pode pagar um boleto às 23h de um domingo ou enviar dinheiro no meio do feriado — e o valor cairá na hora.
2. Velocidade nas transações
Enquanto uma TED pode levar até 30 minutos e o DOC só é compensado no dia seguinte, o Pix faz tudo em até 10 segundos. Essa agilidade facilita o dia a dia e ajuda até em emergências, como pagar um serviço urgente ou receber de um cliente rapidamente.
3. Custo zero para pessoas física
Em geral, o Pix é gratuito para o usuário comum, tanto para enviar quanto para receber dinheiro. Isso representa uma economia em relação a outros meios de pagamento que cobravam tarifas por transferência.
4. Segurança reforçada
O sistema do Banco Central conta com camadas de autenticação e criptografia, além das medidas de segurança de cada instituição financeira. As transações são rastreáveis, o que ajuda a evitar fraudes e garante maior controle para quem envia ou recebe.
5. Facilidade e praticidade
A experiência de uso foi pensada para ser intuitiva. Basta acessar o app do banco, digitar o valor e escolher a chave do destinatário — sem precisar anotar dados longos ou esperar prazos de compensação.
6. Inclusão financeira e menos burocracia
O Pix também ajudou a incluir pessoas que antes não tinham acesso pleno ao sistema bancário, permitindo que qualquer um com uma conta digital e celular com internet possa enviar e receber dinheiro com rapidez.
7. Alternativa moderna aos boletos e cartões
Além das transferências, o Pix já substitui boletos e cartões de débito em muitos casos, pois permite pagar compras, contas e taxas sem custo adicional — com o dinheiro indo direto para quem recebe.
Passo a passo para fazer um Pix
Fazer um Pix é um processo simples e rápido, mas cada aplicativo pode apresentar o caminho de forma um pouco diferente. Em geral, o funcionamento segue a mesma lógica em todos: primeiro você cria uma chave Pix, depois faz o envio ou recebe valores. O importante é entender as etapas principais e o que acontece em cada uma delas. Veja o passo a passo completo:
1. Acesse o aplicativo do seu banco ou carteira digital: abra o app da instituição em que você tem conta. Pode ser um banco tradicional, digital, fintech ou carteira eletrônica — o Pix está disponível em praticamente todos os serviços financeiros.
2. Vá até a área “Pix”: normalmente, ela aparece na tela inicial ou no menu de transferências. Dentro dela, você verá opções como “Enviar Pix”, “Receber Pix”, “Minhas chaves” ou “Cadastrar chave”.
3. Cadastre sua chave Pix: essa é a forma de identificar a sua conta para receber dinheiro. Você pode escolher entre CPF, e-mail, número de celular ou uma chave aleatória. O sistema pedirá que você confirme o dado escolhido — por exemplo, com um código enviado por SMS ou e-mail.
4. Confirme a criação da chave: após a verificação, sua chave fica ativa. Ela será o “endereço” da sua conta dentro do sistema do Banco Central. Isso significa que quem quiser te enviar dinheiro só precisará dessa informação, sem precisar saber agência, conta e banco.
5. Para enviar um Pix: selecione “Enviar Pix” e escolha se vai digitar a chave do destinatário, ler um QR Code ou usar os dados bancários. Depois, digite o valor e confira o nome da pessoa que vai receber — o app sempre mostra essa informação antes da confirmação.
6. Confirme a transação: o envio exige autenticação — normalmente senha, biometria ou token. Após confirmar, o dinheiro sai da sua conta e chega à do destinatário em até 10 segundos.
7. Para receber um Pix: você pode simplesmente informar sua chave Pix ou gerar um QR Code no aplicativo. Assim que o pagador faz o envio, o valor entra automaticamente na sua conta, com notificação imediata.
É preciso ter conta em banco?
Sim, para usar o Pix é necessário ter uma conta em alguma instituição participante do sistema do Banco Central. Essa conta pode ser corrente, poupança ou de pagamento (como as oferecidas por carteiras digitais e fintechs). O Pix não é uma conta separada, mas sim um serviço que movimenta dinheiro entre contas já existentes.
Na prática, isso quer dizer que qualquer pessoa com uma conta ativa pode usar o Pix — mesmo que seja uma conta digital simples, aberta de forma gratuita. O Banco Central desenvolveu o sistema justamente para tornar o acesso mais democrático e facilitar a inclusão financeira.
Quanto custa para criar um Pix?
Criar uma chave Pix é totalmente gratuito para pessoas físicas. O Banco Central determinou que as instituições financeiras não podem cobrar pelo cadastro de chaves ou pelas transferências feitas entre pessoas, independentemente do banco. Isso vale tanto para o envio quanto para o recebimento de valores.
Em contas de Pessoa Jurídica, no entanto, pode haver tarifas, já que o Pix é considerado uma ferramenta de negócio — e as instituições têm liberdade para definir valores. Ainda assim, muitos bancos e fintechs também oferecem condições vantajosas para empresas, com transferências gratuitas ou limites isentos de taxa. Para o público comum, usar o Pix continua sendo uma das formas mais baratas (e rápidas) de movimentar dinheiro.
Posso fazer um Pix sem cartão?
Sim. O Pix não exige cartão de crédito ou débito. Ele funciona diretamente com o saldo da sua conta bancária ou carteira digital, e todas as transações acontecem dentro do aplicativo. Basta ter acesso à internet, o app da sua instituição e saldo disponível.
Isso é uma das grandes vantagens do Pix: ele elimina a necessidade de cartões físicos e dados sensíveis, como número, validade e código de segurança. Além disso, é possível pagar lojas, prestadores de serviço ou até boletos via QR Code, sem usar o cartão em nenhum momento.
Como faço para colocar dinheiro no meu Pix?
Como o Pix utiliza o saldo da sua conta, “colocar dinheiro no Pix” significa adicionar saldo à conta vinculada à sua chave. Existem várias formas de fazer isso, dependendo do tipo de conta que você usa. As principais são:
- Transferência bancária: você pode enviar dinheiro de outra conta sua por Pix, TED ou DOC;
- Depósito em espécie: em caixas eletrônicos ou lotéricas que aceitam depósitos;
- Depósito por boleto: alguns bancos e carteiras digitais geram boletos para você pagar em outra conta e adicionar o valor automaticamente;
- Recebimento por Pix: a forma mais prática — basta você mesmo ou outra pessoa enviar um valor usando sua chave Pix.
Assim que o saldo entra na sua conta, ele já está disponível para ser usado em novas transferências, pagamentos de contas ou compras em estabelecimentos que aceitam Pix.
Quem recebe o Pix sabe quem enviou?
Sim. O Pix é um sistema identificado e rastreável, o que significa que toda transferência exibe informações básicas do remetente. O recebedor normalmente vê o nome completo e parte do CPF ou CNPJ de quem enviou o valor, além de detalhes como data, hora e instituição de origem.
Esses dados aparecem para garantir transparência e segurança — afinal, é importante saber de quem veio o dinheiro. Porém, o sistema é configurado para mostrar apenas o necessário para identificação, preservando as informações mais sensíveis.
Além disso, usar chave aleatória pode ajudar quem prefere não expor dados pessoais com frequência, já que ela não revela CPF, telefone ou e-mail diretamente.
Quais os riscos de usar o CPF como chave Pix?
Usar o CPF como chave Pix é prático e seguro do ponto de vista técnico, mas tem riscos relacionados à privacidade. O principal é a exposição do dado, já que o CPF é uma informação pessoal única e sensível. Ao usá-lo como chave, qualquer pessoa que o tenha pode fazer uma consulta e confirmar que ele está vinculado à sua conta — o que facilita o envio, mas também abre espaço para tentativas de golpe ou fraudes.
Além disso, golpistas podem usar o CPF em engenharia social, criando mensagens falsas, cobranças indevidas ou e-mails que imitam instituições financeiras. Há também o risco de uso indevido em cadastros e vazamentos de dados em serviços terceiros.
Por isso, o ideal é usar o CPF apenas com pessoas e empresas de confiança. Para situações do dia a dia, a chave aleatória é uma alternativa mais segura, pois não revela nenhuma informação pessoal.
Quais são os golpes mais comuns?
Infelizmente, junto à praticidade do Pix, vieram também novas formas de golpe. Conhecer essas práticas é o primeiro passo para não cair nelas. Um dos mais comuns é o golpe do falso comprovante, em que o criminoso envia um comprovante de Pix falsificado, fingindo que fez o pagamento. Isso costuma acontecer em compras online entre pessoas físicas, especialmente em sites de anúncios.
Outro golpe frequente é o do WhatsApp clonado, em que os criminosos se passam por amigos ou familiares pedindo dinheiro via Pix. Há também o golpe do perfil falso, em que alguém cria uma conta nas redes sociais fingindo ser outra pessoa ou empresa para aplicar fraudes. Já o golpe do QR Code envolve imagens adulteradas: o golpista troca o código original por um falso, direcionando o pagamento para outra conta.
Outro exemplo é o golpe da “central bancária”, onde a vítima recebe uma ligação de um falso atendente dizendo que houve movimentações suspeitas na conta e que, para “resolver”, ela deve fazer um Pix ou fornecer dados pessoais. É importante lembrar: bancos e o Banco Central nunca pedem para o cliente fazer Pix ou informar senha em ligações ou mensagens.
Como se proteger?
Evitar golpes de Pix é totalmente possível com alguns cuidados básicos. O primeiro é sempre conferir os dados do destinatário antes de confirmar o envio. Verifique o nome completo e o banco que aparecem na tela — se algo parecer estranho, não finalize a transação. Também é fundamental nunca compartilhar senhas, códigos de verificação ou dados bancários por mensagens, redes sociais ou ligações.
Outra boa prática é usar chaves Pix seguras, evitando divulgar o CPF em locais públicos. Prefira chaves aleatórias quando for fazer transações com desconhecidos — isso ajuda a manter sua privacidade. Além disso, mantenha o aplicativo do seu banco sempre atualizado, pois as versões mais recentes trazem melhorias de segurança.
Você também pode ativar limites de valor para transferências dentro do app do banco, especialmente para transações noturnas, o que ajuda a reduzir perdas em caso de fraude. Por fim, desconfie de urgências: pedidos de Pix com tom de pressa ou emoção (“é pra hoje”, “me ajuda rápido”) são típicos de golpistas.
Conseguiu entender melhor sobre o funcionamento do Pix? Aproveite para conferir, também, o nosso artigo sobre como fazer um Pix com cartão de crédito!