Se você não tem um controle muito rigoroso das suas compras é normal que às vezes seja pego de surpresa com o valor da fatura do cartão de crédito e tenha que se desdobrar para conseguir pagar.
Mas nem sempre a gente consegue.
É neste contexto que muitas pessoas optam por pagar apenas o valor mínimo, que vem sinalizado na fatura.
Este é um método eficiente a curto prazo, mas muitas vezes os riscos e os juros atrelados ao pagamento do valor mínimo do cartão não compensam e você pode acabar se enrolando nos meses seguintes.
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleCrédito rotativo e sua relação com o valor mínimo
O crédito rotativo é o valor concedido aos clientes que não conseguem realizar o pagamento total da fatura até o vencimento.
Ele funciona como um empréstimo — assim a diferença do valor que você paga, menor que a fatura total, é financiado pelo banco.
Depois disso você tem 30 dias para quitar o total ou parcelar o valor, acrescidos os juros e correções.
O que acontece quando eu pago o valor mínimo do cartão?
O valor do pagamento mínimo e suas condições aparecem sempre na sua fatura, em algum lugar de destaque, geralmente próximo ao valor total.
Quando você opta por pagar o valor mínimo ou qualquer outro valor que não seja o integral, o restante será financiado de acordo com a proposta feita pelo seu banco ou pela empresa concedente do cartão.
Essa proposta fica no contrato assinado quando você adquire o cartão.
O mais comum é que o restante do pagamento seja cobrado de forma integral no mês seguinte ao da fatura vencida com a adição de:
- juros rotativos,
- multa por atraso,
- juros de mora (taxa sobre o atraso do pagamento) e
- IOF
Regra de pagamento mínimo do cartão
Em 2017 o Banco Central modificou as regras do crédito. Desde então, os clientes que não conseguem pagar a fatura completa, só podem ficar no máximo um mês no rotativo — ou seja, com pagamento menor que o valor total.
A ideia era diminuir a inadimplência e também as chances de que a dívida do consumidor se transformassem em uma bola de neve, e fossem se acumulando através do pagamento mínimo.
Assim que acaba este prazo, ele tem que pagar o valor total da dívida para a empresa do cartão ou negociar uma nova forma de pagamento — geralmente o mais oferecido é o parcelamento.
Para evitar novas dívidas, a opção de pagamento mínimo também só pode ser liberada novamente quando o comprador pagar todo o saldo que ele deve a empresa do cartão.
Por que evitar o pagamento mínimo do cartão?
De qualquer forma, mesmo com a limitação de um mês e sabendo que essa pode parecer uma opção muito atrativa, nós não indicamos o pagamento mínimo do cartão de crédito.
Além de “embolar” a sua vida financeira, esse tipo de negociação pode acarretar em outros problemas, a médio e longo prazo.
Juros
Os juros do rotativo são sempre muito altos. Para você ter uma ideia, eles cresceram para 299,8% ao ano, segundo o Banco Central.
Dessa forma, optar pelo pagamento do valor mínimo é quase como apenas pagar uma taxa para adiar o pagamento para o próximo mês.
Ou seja: você não quita a sua dívida e ainda arrisca ficar ainda mais endividado no mês seguinte.
Não resolve o problema
Adiar a dívida não resolve em nada o seu problema financeiro. Afinal no mês seguinte o valor estará no seu extrato, somado o valor das suas novas compras e dos juros do rotativo.
Com isso você só terá adiado e aumentado o seu problema. Principalmente porque, se você estoura o limite do cartão de crédito e paga a taxa mínima, esse valor é liberado para você continuar comprando e aumentando a sua dívida.
Existem outras opções
As taxas e juros do rotativo são tão altas, que muitas vezes o parcelamento da fatura ou um empréstimo rápido para quitar o extrato se tornam opções melhores!
Se você tem dúvidas disso, a melhor dica é fazer as contas.
Calcule todas as possibilidades, avaliando os juros e taxas extras, lembrando sempre de levar em conta quais são suas dívidas fixas para o mês seguinte, como água, luz e aluguel.
Como escolher a melhor opção para quitar a dívida do cartão de crédito
Como dissemos, a melhor opção é sempre conhecer suas possibilidades e colocar tudo na ponta do lápis.
Assim você consegue entender quanto estará pagando no total, quais as melhores opções sem comprometer o seu orçamento e sem tornar a sua dívida ainda maior.
Por isso, separamos algumas dicas simples que podem te ajudar a chegar na melhor opção.
Entenda quanto você pode pagar
Essa conta é fácil.
Anote todas as suas fontes de receita — ou seja, o quanto você ganha por mês — e também todas as contas fixas, como alimentação, transporte e moradia.
Com isso você vai conseguir visualizar claramente qual é o valor que fica na sua conta e quanto dele você pode comprometer para o pagamento da sua dívida. E, é claro: sem se endividar de outros lados.
Conheça todas as opções disponíveis
Entender que o pagamento mínimo não é sua única alternativa é muito importante, afinal isso abre o seu leque de possibilidades para opções financeira mais atrativas.
Algumas opções que você pode considerar:
- Parcelamento da fatura;
- Empréstimo pessoal;
- Renegociação com a empresa que te forneceu o cartão.
O mais importante de tudo é não desconsiderar nenhuma dessas opções antes de colocar as contas na ponta do lápis, e entender exatamente os benefícios de cada uma delas.
Entre em contato com o banco
Acredite: é de total interesse do seu banco que você pague suas dívidas em dia.
Ligando para o SAC, enviando mensagens para o Whatsapp, conversando pelo chat do site ou até mesmo indo até sua agência, é possível conhecer as opções de negociação que os bancos oferecem.
Se você tiver paciência para negociar, é muito provável que conseguirá um acordo bem mais atrativo.
Avalie os juros de cada uma dessas opções
Mais uma vez, a matemática é sua maior aliada na hora de conseguir um bom resultado.
E o que acontece é que muitas vezes as pessoas levam em consideração apenas o valor pago na parcela — seja da fatura ou do empréstimo — sem considerar o valor total que isso representa no final. Ou seja, acrescido de juros.
Com isso, a opção aparentemente mais atrativa pode ser, justamente, a que você paga mais no final. E com isso, você estará perdendo dinheiro.
Evite usar o cartão até quitar a dívida
Para não causar o efeito bola de neve o ideal é que você evite ao máximo usar o seu cartão de crédito até quitar TODAS as suas dívidas.
Então, repense os seus hábitos, faça pequenas mudanças na sua rotina que te ajudem a economizar dinheiro e evite — a todo custo — outras compras de alto valor ou parceladas.
E melhor ainda: como não voltar a dever
Pagar suas dívidas é incrível. Mas não voltar a perder o controle das suas contas é melhor ainda.
Por isso o melhor caminho ao quitar a dívida do cartão é não voltar a se embolar com ele.
Planeje seus gastos
Planejamento é a chave de tudo!
Entenda todos os seus gastos fixos e principalmente o valor máximo que você consegue pagar por compra e por parcela.
Além disso, não peça aumento para o seu limite, pois isso tende a te fazer gastar mais.
Leia também: Veja o passo a passo para desbloquear o cartão nos principais bancos
Pense antes de comprar
Comprar por impulso é algo muito comum e extremamente perigoso.
Antes de adquirir qualquer produto ou serviço pense com calma. O ideal é que você se pergunte se realmente precisa daquele bem e se você irá utilizá-lo com frequência.
E depois disso, espere pelo menos uma semana e entenda se o seu desejo pelo produto mudou.
Não tenha muitos cartões
Entre os especialistas de economia não há dúvida: o ideal é que você tenha apenas um cartão de crédito e que o limite dele seja compatível com a sua renda e suas necessidades.
Ter em mão vários cartões te dá a falsa sensação de ter dinheiro disponível, aumentando o risco de endividamento.
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