Quem já entrou no crédito rotativo ou comprou moeda estrangeira provavelmente conhece essas três letras: I-O-F. Afinal de contas, o que é esse IOF? E quem precisa se “preocupar” com ele?
A sigla significa Imposto sobre Operações Financeiras e, além das situações que mencionamos, esse imposto está presente em algumas outras operações de crédito também.
Continue a leitura e entenda como esse imposto impacta a sua vida.
O que é IOF?
O IOF é um imposto federal cobrado tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas quando realizam determinadas operações financeiras.
Por ser um imposto federal, significa duas coisas importantes: i) o valor descontado vai para os cofres da União; e ii) é o governo quem determina o valor do imposto.
Na prática, quando o imposto aumenta, a operação financeira fica mais cara, o que pode impactar seus planos e poder de compra.
É importante saber também que esse imposto é composto por mais de uma alíquota: a fixa, progressiva e regressiva. A alíquota é um percentual descontado do valor de algo, neste caso, das operações financeiras. A regra é a seguinte:
- Porcentagem fixa: imposto acordado pelo governo de forma fixada. Por exemplo, o IOF do cartão de crédito.
- Porcentagem progressiva: imposto cobrado conforme o valor base, por exemplo, quando você declara imposto de renda, ou seja, quanto mais você ganha, maior o imposto.
- Porcentagem regressiva: imposto cobrado com diminuição ao longo do tempo. É o caso do IOF de uma previdência privada, por exemplo.
Quando o IOF é cobrado?
O IOF é cobrado em diversas operações financeiras. Já citamos as operações de crédito, as cambiais e as que envolvem títulos (investimento).
No entanto, também existe cobrança de IOF nas operações que envolvem:
- Cheque especial ou crédito rotativo.
- Empréstimo ou financiamento.
- Seguros.
- Investimento.
- Uso do cartão de crédito em compras fora do país (vale, inclusive, para compras online).
- Compra ou venda de moeda estrangeira.
Fica a dica: o IOF do cartão de crédito também é cobrado se você atrasar a fatura, ultrapassar seu limite, fizer financiamento com o cartão ou pagar somente o valor mínimo da fatura. Por isso, não atrasar as contas evita te ajuda a evitar dívidas e economizar em juros!
O que mudou no IOF?
A taxa do IOF no Brasil está passando por mudanças em 2025, por isso, preparamos uma linha do tempo com as principais informações que você precisa saber.
22 de maio de 2025 – anúncio oficial das alterações
O Governo Federal anunciou um aumento em várias operações ao publicar o Decreto nº 12.466/2025 que contém mudanças significativas no IOF com a premissa de equilibrar as contas públicas.
Veja o gráfico comparativo que mostra o aumento das operações com o novo decreto:
23 de maio de 2025 – recuo parcial após reação do mercado
Com a repercussão negativa, houve um recuo parcial do decreto, especialmente nas transações de pessoas físicas em investimentos e fundos internacionais.
23 ao dia 04 de maio 2025 – discussões sobre o decreto
Ainda sem resolução sobre a implementação do aumento de IOF, o governo ainda não tomou uma decisão sobre as demais operações financeiras. A previsão é que no dia 7 de junho aconteça uma divulgação oficial sobre as mudanças definitivas por parte do governo.
Veja alguns exemplos práticos das possíveis mudanças.
Compra internacional no crédito
Imagine que você fez uma compra internacional com o seu cartão de crédito no valor de US$ 500, com o dólar a R$ 5,00. O total em reais seria R$ 2.500.
Antes:
- Alíquota: 3,38%
- IOF pago: R$ 84,50
Com o novo decreto:
- Alíquota: 3,5%
- IOF pago: R$ 87,50
Caso o novo decreto entre em vigor, percebemos um acréscimo de R$ 3,00 na compra.
Compra de moeda estrangeira
Você vai viajar para o exterior e precisa comprar moeda estrangeira. Para isso, você começa comprando US$ 1.000, com o dólar a R$ 5,00. Total da compra: R$ 5.000.
Antes:
- Alíquota: 1,1%
- IOF pago: R$ 55,00
Com o novo decreto:
- Alíquota: 3,5%
- IOF pago: R$ 175,00
Nessa operação financeira, há um incremento de R$ 120 na compra de dólares.
Crédito para empresas
Agora, pense que você tem uma empresa e precisa realizar um empréstimo de R$ 100.000, com o pagamento parcelado em 12 meses.
Antes:
- Alíquota total: 1,88%
- IOF pago: R$ 1.880,00
Com o novo decreto:
- Alíquota total: 3,95%
- IOF pago: R$ 3.950,00
Caso o novo decreto entre em vigor, a empresa pagará R$ 2.070 a mais de IOF no mesmo valor de empréstimo.
Como calcular o IOF?
Acabamos de te mostrar alguns exemplos de situações em que o IOF é cobrado, mas ressaltamos que a taxa depende do valor da operação e do tempo. Assim, é preciso calcular caso a caso.
Basicamente, basta pegar o valor total da operação e multiplicar pelas taxas (alíquotas) específicas de cada operação financeira.
A boa notícia é que existem muitas calculadoras de IOF online à sua disposição. Basta pesquisar no Google e escolher uma para fazer sua simulação.
O que você ainda precisa saber?
Em geral, o IOF é cobrado automaticamente. Por isso, é importante que você saiba que o imposto existe e faça os cálculos para não se surpreender quando a conta chegar.
Quando falamos da compra de moeda estrangeira, por exemplo, o valor do IOF costuma ser informado no momento da transação. O que queremos dizer com isso é que, de alguma forma, você vai saber que o imposto está lá.
Já no cartão de crédito, o IOF só aparece na fatura e, por isso, pode acabar sendo uma surpresa para quem não estava esperando.
Agora que você já sabe o que é IOF, pode ficar de olho na cobrança e se atentar todas as vezes que se deparar com alguma notícia sobre a mudança do valor da alíquota. Tudo para cuidar bem do seu dinheiro!
Gostou e quer aprender mais sobre finanças de um jeito simples? Leia também sobre o que acontece com quem não declara imposto de renda.
