Nas últimas semanas, representantes do governo tem demonstrado seu interesse em propor uma nova reforma trabalhista.
A começar, pela criação de um grupo formado por ministros e outros estudiosos do assunto, que foi anunciado na quinta-feira (5), para discutir a viabilidade e quais os principais pontos de mudança.
Por isso nós levantados tudo o que se sabe até agora sobre essa reforma, para que você fique desde já por dentro das possíveis mudanças.
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleQuais são os principais pontos?
Os principais pontos que já foram citados, até agora, são:
Mudança Sindical
Um dos pontos mais relevantes e que vem sendo estudado para esta reforma é o fim da unicidade sindical.
O que isso significa: a lei atual permite a existência de apenas um sindicato por categoria profissional por município, estado ou país.
Agora, o objetivo é estimular a concorrência e propor medidas para que os sindicatos — que têm a imagem distorcida, segundo o secretário especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho — melhorem as relações entre trabalhadores e empregadores.
Ao mesmo tempo, como a unicidade sindical está prevista na Constituição Federal, será necessário elaborar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para fazer essa alteração.
Ainda sobre as mudanças sindicais, vale lembrar que, no início deste ano, o presidente Bolsonaro tentou alterar alguns artigos da CLT (Consolidação de Leis Trabalhistas) que descontavam automaticamente a contribuição sindical mesmo que o trabalhador tivesse autorizado.
A ideia era que o valor fosse cobrado por uma espécie de boleto bancário, impedindo de ser descontado da folha de pagamento e dificultando o recolhimento pelos sindicatos.
Porém, a medida não foi votada, perdeu a validade e deve ser incluída agora nessa proposta.
Regularização de novas profissões
A medida que a tecnologia vai evoluindo, surgem também novos campos de atuação, como é o caso dos motoristas de app — como Uber, Cabify e 99.
Com isso, surge também a necessidade de tornar as leis mais adequadas ao cenário que temos hoje, mais modernas e abrangentes, pois a legislação trabalhista atual não contempla essas novas profissões.
Além disso, é crescente o número de pessoas que saem do trabalho tradicional, com carteira assinada, e montam seu próprios negócios, trabalhando como autônomos ou profissionais liberais.
Com isso o governo pretende, através da reforma, regulamentar todos esses casos, que hoje são tratados como “exceções”, para que esses profissionais também se enquadrem em novas categorias.
MP da Liberdade Econômica
A Medida Provisória da Liberdade Econômica não faz parte das propostas da nova reforma trabalhista, mas é uma frente em que o governo já vinha trabalhando para modificar as leis do trabalho e que ficou conhecida como “minirreforma”.
A proposta gerou muita polêmica, mas já foi aprovada pelo Senado após algumas modificações. Agora, ela segue em aprovação pelo presidente.
Resumidamente, a MP pretende facilitar para que, principalmente os microempreendedores, possam abrir suas empresas.
Nesse sentido, outra das principais mudanças válidas é a flexibilização de regras trabalhistas e eliminação da obrigatoriedade de alvarás para atividades de baixo risco.
E para os trabalhadores de carteira assinada, é importante saber também que, a partir da vigência dessa MP, os registros de ponto serão obrigatórios somente para empresas que têm mais de 20 funcionários.
Atualmente, é válido só para as que têm mais de 10.
Especialistas no assunto tem bastante convicção que esses pontos também serão mais discutidos e trabalhados na nova reforma, e por isso merecem a sua atenção.
Carteira Verde e Amarela
A “Carteira Verde e Amarela” é mais um dos principais pontos propostos pela nova reforma trabalhista e foi um dos discursos eleitorais do presidente Jair Bolsonaro.
Então, a mudança vem sendo estudada há algum tempo e precisa de ajustes pelo Ministério da Economia.
Basicamente, a sugestão é que a Carteira Verde e Amarela não substitua a atual, que é azul, mas sim, seja um novo sistema para o trabalho formal.
A diferença é que empresas que adotarem essa carteira disponibilizarão aos empregados apenas os direitos trabalhistas previstos na Constituição.
Ou seja, ela só garantiria aos trabalhadores o acesso a algumas das regras previstas como acesso à férias remuneradas, 13º e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
E, com isso, as empresas pagariam menos impostos sobre as folhas de pagamento, como as contribuições patronais, por exemplo, o que poderia aumentar a média dos salários.
GAET
O Grupo de Altos Estudos de Trabalho (GAET) foi criado, no início de setembro, exclusivamente para elaborar a proposta da reforma do trabalho e tem até a primeira semana de dezembro para apresentar as sugestões ao Ministério da Economia.
O Grupo é formado por especialistas na áreas trabalhista e previdenciária. É dividido em quatro subgrupos, que farão análises e aprofundamentos separados, divididos em:
- Economia do trabalho;
- Direito do trabalho e segurança jurídica;
- Liberdade sindical;
- Trabalho e Previdência.
Próximos Passos
No mês de dezembro, o grupo deve apresentar as sugestões à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, que integra o Ministério da Economia e, posteriormente, vai para o Congresso.
Lá, ela deverá ser votada pelas duas casas: Câmara dos Deputados e pelo Senado. Aprovada em ambas, vai para o presidente sancionar a nova lei, mas isso, certamente só acontecerá em 2020.
Vale ressaltar que essa não é a primeira recente proposta de reforma trabalhista.
Em 2017, o então presidente Michel Temer aprovou a reforma que alterou regras com o objetivo de promover mais flexibilização ao mercado de trabalho.
Caso você queria entender o que mudou com ela, é só clicar aqui e ler a matéria completa feita pelo portal da UOL.
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