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Cheque especial: o que é e como sair dele

Tempo de leitura: 5 minutos

O Cheque Especial é uma forma de empréstimo de acesso rápido e fácil. 

Mas muitas pessoas não entendem como ele funciona, como o serviço é cobrado e, às vezes, nem sabem que estão usando. Com isso, acabam se enrolando e perdendo o controle. 

O que é o Cheque Especial

O Cheque Especial é uma modalidade de crédito — quase como um empréstimo — com limite pré-aprovado, que o banco oferece aos clientes de conta corrente.

Funciona da seguinte forma: um valor adicional é disponibilizado na sua conta. Quando o seu saldo não é suficiente para pagar uma conta, fazer um saque ou uma transferência, ele é utilizado automaticamente.

Então, se você tinha R$200 reais na conta corrente, e precisava pagar um boleto de R$300, o cheque especial é ativado e você passa a ter em sua conta um saldo de menos R$100. 

E se você continuar usando a conta, ele continua sendo debitado, até que você chegue ao limite oferecido pelo banco. 

Problemas do Cheque Especial

Parece uma solução incrível, certo? O problema é que o uso sem controle ou sem conhecimento do Cheque Especial pode trazer problemas!

Juros

Cada instituição estabelece qual será a taxa de juros e encargos do cheque especial. Geralmente eles são cobrados de acordo com o tempo e valor utilizados.

Em todo o caso, os juros dessa modalidade são muito altos. Isso porque ao fornecer o serviço, o banco não tem garantias de quando e se o pagamento será feito. Por isso aumenta a taxa de juros para correr menos riscos.

É importante reforçar que as regras para a cobrança de juros dessa modalidade foi alterada no início de 2020. Confira o conteúdo exclusivo sobre as mudanças do cheque especial!

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    Facilidade

    Outro problema é a facilidade com que o crédito é disponibilizado. Se o seu limite estiver pré-aprovado, você não precisa fazer nada, só continuar usando a sua conta.

    Isso pode ser ótimo em casos de emergência, mas a facilidade acaba se tornando uma tentação e as pessoas utilizam o Cheque Especial com mais frequência do que deveriam, perdem o controle sobre os juros, formam uma bola de neve.

    Perda de controle

    Outro problema comum é nem ter o conhecimento de que está usando o limite do Cheque Especial, pela falta de hábito de conferir o saldo da conta corrente. 

    Com isso o você faz o uso frequente da conta e percebe, pagando juros e perdendo dinheiro.

    Vantagens do Cheque Especial

    Mas, apesar de todos esses problemas, o Cheque Especial, se bem utilizado, pode ser vantajoso e muitas vezes necessário. Ainda mais quando surgem emergências. 

    Praticidade

    É basicamente só sacar, debitar ou pagar contas, sem precisar de liberação, dentro do limite que você tem. Então é realmente uma boa opção em caso de imprevistos.

    Além disso, o pagamento é facilitado, já que os valores utilizados do cheque especial são descontados automaticamente em sua conta corrente. Quando algum dinheiro chegar a sua conta, o valor e os juros são debitados, sem a necessidade de boletos.

    Limite

    Outro benefício é que os limites do Cheque Especial, embora não sejam incríveis, são suficientes para suprir pequenas emergências.

    Esse limite é definido de maneira individual, de acordo com as regras do banco e os seus dados cadastrais — como comprovante de renda, por exemplo. E por isso variam bastante, mas não são ruins.

    Como fazer um bom uso

    Sim, é possível fazer um bom uso do cheque especial. Para isso, é importante considerar alguns detalhes que te permitirão um maior controle sobre os seus gastos. 

    Conheça seu limite

    Um bom começo é conhecer o seu limite de Cheque Especial.

    Sabendo quanto você tem disponível, você sabe até onde consegue chegar caso seja necessário usar o recurso. E ainda se mantém controlado sobre o quanto pode usar.

    Lembrando que esse valor pode mudar de um mês para outro, dependendo do seu uso ou de outros fatores relacionados a sua conta. 

    De acordo com a nova regra do cheque especial, para quem tem limite acima de R$ 500,00, o banco pode cobrar uma taxa de administração. Verifique se o seu banco fará essa cobrança!

    Esteja atento à sua conta

    Para não usar o serviço sem perceber, é importante sempre estar atento ao seu saldo e ao seu limite.

    Assim você não corre o risco de cair no Cheque Especial sem precisar, perdendo dinheiro com a cobrança de juros sobre o uso.

    Compare com outras opções

    A melhor maneira de entender se o Cheque Especial é uma solução para a sua necessidade, é justamente entender quais são as suas outras opções.

    Os principais fatores de comparação podem ser:

    • Juros;
    • Taxas (valor cobrado pelo serviço);
    • Formas de pagamento (e qual mais combina com você);
    • Valor disponível em cada uma das outras opções (cartão de crédito, empréstimo…).

    Dessa forma você consegue entender qual atende melhor a sua necessidade, com os menores custos para você, especialmente a longo prazo.

    Use apenas em situações de emergência

    O carro estragou? Você precisa comprar um medicamento com urgência? Esses são bons motivos para usar o Cheque Especial: quando você está passando por uma emergência.

    Fora isso, quando estiver pensando em pagar dívidas ou comprar algo que não é vital, evite e considere as outras opções com melhores condições e menos juros.

    Não use por muito tempo

    Ligue o sinal de alerta se você estiver usando o Cheque Especial com frequência, por meses consecutivos. 

    Esse pode ser o sinal de que você perdeu o controle sobre suas dívidas e está em um ciclo de acumular juros e taxas, perdendo mais dinheiro a cada mês.

    Entrei no ciclo do Cheque Especial. Como sair?

    Mesmo com todas as dicas, você pode ter entrado ou mesmo já estava no saldo do Cheque Especial. Nesse caso, você precisa — o quanto antes — tomar algumas medidas. 

    São elas:

    Avalie a possibilidade de quitar com um empréstimo

    Pode parecer uma ideia estranha quitar uma dívida fazendo outra. Acontece que, muitas vezes, os juros de empréstimos são menores e as condições melhores.

    Dessa forma você consegue organizar a sua vida financeira e parar de acumular juros, multas e taxas em função do serviço. Mas lembre-se de fazer o empréstimo de maneira consciente e sabendo exatamente como você conseguirá pagar as parcelas.

    Parcele a dívida

    Se o valor do Cheque Especial estiver muito alto, você pode considerar o parcelamento da dívida. 

    Assim, com valores menores por mês, além de ter o controle do acúmulo de juros — e parar de pagar por eles —, você ainda consegue se reorganizar para evitar que o problema ocorra novamente.  

    Entre em contato com o banco

    Negociar é sempre uma boa opção, e conhecer suas opções é importante para fazer a melhor escolha. 

    Por isso, se você estiver no ciclo do Cheque Especial, entre em contato com o seu banco o quanto antes e entenda quais são as suas possibilidades de pagamento.

    Os bancos são os maiores interessados que você pague a dívida — afinal, enquanto isso não acontece, eles estão no prejuízo. Por isso o seu gerente possivelmente terá algumas opções de pagamento da dívida. 

    Cancele, ou diminua o valor

    Se você perdeu o controle uma vez, com certeza quer evitar que isso aconteça de novo. Por isso o melhor caminho é diminuir o valor do seu limite ou mesmo cancelar o serviço.

    Inclusive porque, por saber que o valor não está mais disponível, você será obrigado a fazer um melhor controle dos seus gastos, diminuindo as chances de ficar endividado.

    Consulte sua conta com frequência

    Da mesma forma que o seu limite pode deixar de existir após uma dívida, o seu Cheque Especial pode voltar a qualquer momento, sem que você perceba.

    E aí, o ciclo começa de novo. 

    Normalmente, o saldo e o limite do cheque especial podem ser visualizados no extrato da sua conta corrente. Então basta controlar os seus gastos para evitar surpresas indesejadas e manter em dia seu orçamento pessoal. 

    Controle seu orçamento pessoal

    O melhor caminho para não se endividar é, sempre, ter o controle do seus gastos e saber a hora de pisar no freio.

    Por isso, mantendo ou não o cheque especial, destine uma parte da sua renda para cada área da sua vida e mantenha os limites — possíveis — em cada uma delas.

    O ideal é sempre pensar que as suas dívidas não podem representar mais de 30% do seu salário. Isso sem contar, é claro, as contas básicas: como água de luz, de água e aluguel.

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