Dívida ativa para IPTU e IPVA: o que significa e como resolver?

Deixar o IPTU ou o IPVA atrasar pode parecer algo simples, mas quando esses impostos vão parar na dívida ativa, a situação muda de patamar. Isso significa que a cobrança foi formalizada pelo governo e que o seu nome agora está associado a uma dívida pública — com risco de restrição no CPF, protesto em cartório e até bloqueio de bens.

Neste artigo, você vai entender o que realmente acontece quando IPTU ou IPVA viram dívida ativa, quais as consequências, se é possível perder imóvel ou carro, como consultar sua situação e o que fazer para regularizar. A ideia é te ajudar a evitar dores de cabeça e mostrar o melhor caminho para resolver a pendência sem complicações!

O que acontece quando o IPTU ou IPVA entram em dívida ativa?

A dívida ativa significa que o governo (municipal no caso do IPTU, e estadual no caso do IPVA) formalizou a cobrança e registrou a pendência no nome do contribuinte. A partir daí, a situação deixa de ser apenas um atraso e passa a ser um problema com implicações legais.

Veja o que pode acontecer a partir desse momento:

  • Restrição de crédito: seu CPF pode ser incluído em órgãos de proteção ao crédito (como Serasa e SPC), dificultando empréstimos, financiamentos e até compras parceladas.
  • Cadastro no CADIN: o nome do devedor vai para o Cadastro de Inadimplentes do governo federal, o que gera bloqueios, inclusive em benefícios como a restituição do IR.
  • Protesto em cartório: o débito pode ser protestado, aumentando as chances de negativação e cobrança judicial.
  • Execução fiscal: se a dívida continuar sem pagamento, o governo pode entrar com uma ação na Justiça para cobrar. E aí, bens e contas podem ser bloqueados ou penhorados.
  • Impedimentos diversos: você pode ter problemas para vender ou regularizar imóvel, licenciar veículo, abrir conta ou contratar serviços públicos.

Ou seja, deixar IPTU ou IPVA entrarem na dívida ativa é abrir portas para uma série de dores de cabeça financeiras e jurídicas. O melhor caminho é sempre tentar negociar antes que chegue nesse ponto.

A dívida ativa pode penhorar bens?

Sim, pode. Quando IPTU ou IPVA entram na dívida ativa, o governo pode tomar medidas judiciais para cobrar a dívida. Uma das mais sérias é a execução fiscal, um processo onde o devedor pode ter bens penhorados para garantir o pagamento.

Funciona assim: depois de inscrita a dívida, a Procuradoria responsável (municipal ou estadual) pode entrar com uma ação na Justiça. Se o juiz aceitar a cobrança e o valor não for pago, a Justiça pode autorizar a penhora de bens. Isso inclui:

  • Imóveis (como casas, terrenos e apartamentos);
  • Veículos;
  • Saldo em contas bancárias;
  • E até rendimentos, em alguns casos.

Leia também: O que são bens impenhoráveis e o que diz a lei?

É possível licenciar veículo com dívida ativa parcelada?

Essa é uma dúvida bem comum entre quem tem IPVA em atraso: se parcelar a dívida, já pode licenciar o carro? A resposta é: depende do estado e da fase da cobrança.

Na maioria dos casos, o licenciamento só é liberado após o pagamento da dívida ou da primeira parcela do acordo, desde que a negociação tenha sido formalizada com o estado. Em alguns estados, como São Paulo, o parcelamento pode ser suficiente para liberar o licenciamento, mas em outros, é exigido o pagamento integral da dívida antes.

Por isso, é essencial:

  • Verificar as regras do Detran do seu estado;
  • Certificar-se de que a negociação foi registrada corretamente no sistema;
  • E guardar os comprovantes, especialmente se o licenciamento estiver próximo.

Ah, e atenção: mesmo com o parcelamento, se o débito já tiver sido protestado ou estiver judicializado, pode ser necessário quitar o valor para regularizar de vez a situação.

Em quantos anos posso perder meu imóvel?

Essa é uma preocupação legítima para quem está com IPTU em atraso, mas a verdade é que não existe um prazo fixo determinado por lei para que alguém perca um imóvel por conta de dívida ativa. A possibilidade de penhora existe, sim, mas ela depende de uma série de fatores — e pode levar anos, variando conforme cada caso.

Veja como geralmente funciona o processo:

  1. O IPTU vence e não é pago;
  2. O débito é inscrito na dívida ativa do município;
  3. A Procuradoria do Município pode ajuizar uma execução fiscal, processo usado pelo governo para cobrar judicialmente;
  4. Se o contribuinte não pagar ou apresentar defesa, o imóvel pode ser penhorado como garantia;
  5. E, em última instância, o bem pode ir a leilão judicial para quitar a dívida.

Esse processo não é imediato e costuma demorar, já que depende de prazos processuais, decisões judiciais e até da fila de ações do município. Na prática, há casos que demoram mais de 5 anos e outros que são resolvidos em menos tempo. Mas tudo varia conforme:

  • A agilidade da prefeitura para cobrar judicialmente;
  • A atuação da defesa do devedor;
  • O volume de processos no Judiciário local.

Importante: se o imóvel for o único bem de moradia da família, ele pode ser protegido pela Lei do Bem de Família (Lei nº 8.009/1990). Porém, essa proteção não vale para dívidas de IPTU, já que se trata de imposto relacionado ao próprio bem — e o STJ já tem entendimento consolidado sobre isso.

Em quanto tempo a dívida ativa prescreve?

A prescrição da dívida ativa ocorre após cinco anos a partir da data em que o pagamento deveria ter sido feito — mas apenas se o governo não tomar nenhuma medida de cobrança nesse período.

Ou seja, se o débito não for cobrado judicialmente, nem protestado em cartório ou incluído em execução fiscal, ele prescreve e o contribuinte não pode mais ser cobrado legalmente. Mas atenção: isso raramente acontece. Em geral, os entes públicos são bem ativos em cobrar essas dívidas, justamente para evitar a prescrição.

Quanto tempo demora para um débito ir para dívida ativa?

Embora não exista um prazo fixo em lei, a inscrição de um débito de IPTU ou IPVA na dívida ativa pode ocorrer a partir de 30 dias após o vencimento. Ou seja, basta um mês de atraso para que o valor em aberto possa ser encaminhado para cobrança formal por parte do município ou do estado. 

Esse processo é administrativo e não exige decisão judicial, o que significa que pode acontecer de forma automática e mais rápida.

Como consultar e pagar a dívida ativa?

Se você tem um débito de IPTU ou IPVA em atraso e suspeita que ele já entrou em dívida ativa, o primeiro passo é fazer a consulta no sistema do seu estado ou município. Não existe um site único para todo o Brasil — cada governo tem o seu próprio portal para verificação e negociação de dívidas. Em geral, você precisa acessar o site da Secretaria da Fazenda, da Procuradoria Geral do Estado ou da Procuradoria do Município, dependendo de onde a dívida foi gerada. Lá, será possível consultar se seu CPF ou CNPJ está inscrito na dívida ativa e visualizar os detalhes do débito.

Depois de identificar a pendência, a maioria dos sistemas já permite emitir boletos para pagamento à vista ou até simular parcelamentos com os valores atualizados. O pagamento à vista costuma oferecer bons descontos em juros e multas, sendo vantajoso para quem tem o valor total em mãos. Já o parcelamento pode ser uma alternativa interessante para quem precisa de mais tempo — mas as condições, como número de parcelas e taxas, variam conforme o estado ou município.

Algumas prefeituras e estados oferecem o processo 100% online, inclusive com assinatura digital do acordo. Em outros, pode ser necessário comparecer a um posto de atendimento para formalizar a negociação. O importante é não deixar a dívida parada, porque quanto mais tempo passa, maiores ficam os encargos — e aumentam os riscos de cobrança judicial

Se estiver com dificuldade para encontrar o site oficial do seu estado ou cidade, vale procurar diretamente pelo nome da Procuradoria ou Secretaria de Fazenda junto com o termo “dívida ativa” no Google.

Quanto tempo demora para sair da dívida ativa?

Depois que você paga ou negocia a dívida, seu nome geralmente sai da dívida ativa em alguns dias ou semanas. Mas não existe um prazo exato, porque isso pode variar bastante dependendo do tipo de dívida, do sistema que o órgão usa (seja federal, estadual ou municipal) e até da forma como o pagamento foi feito.

Se o seu nome ainda aparece como negativado mesmo depois de quitar ou fazer um acordo, vale conferir algumas coisas: o pagamento já foi compensado? Ainda existe algum protesto em cartório? Em alguns casos, só falta mesmo um empurrãozinho para que o sistema reconheça o pagamento.

Se perceber que está demorando demais, entre em contato com o órgão responsável pela dívida. Às vezes, uma simples ligação já resolve e ajuda a agilizar a baixa do seu nome nos registros.

E agora que você já sabe sobre dívida ativa, vale consultar o seu CPF aqui na Acerto para conferir se você tem algum outro tipo de pendência no seu nome. É simples, rápido e fácil e você encontra descontos de até 99% para quitar sua dívida!

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Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

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