Auxílio para desempregado: benefícios, direitos e o que fazer nessa fase

Ficar desempregado é uma situação que mexe não só com a rotina, mas também com a cabeça e o bolso. Em 2025, o Brasil registrou avanços significativos no mercado de trabalho. No segundo trimestre, a taxa de desemprego caiu para 5,8%, o menor nível já registrado na série histórica da PNAD Contínua. No entanto, apesar dessa melhora, o número absoluto de pessoas desempregadas ainda é expressivo: aproximadamente 6,3 milhões de brasileiros estavam desocupados nesse período, de acordo com o IBGE.

A boa notícia é que existem programas e benefícios criados justamente para oferecer um auxílio ao desempregado, ajudando na fase de transição até a recolocação no mercado.

Neste artigo, você vai entender quais são os principais auxílios para quem está desempregado, quem tem direito a cada um deles, como consultar se há algum benefício disponível no seu CPF e, claro, o que fazer financeiramente se o dinheiro estiver curto.

Quem está desempregado tem direito a algum benefício?

Sim, quem está desempregado pode ter acesso a benefícios sociais e trabalhistas, mas isso depende da forma como a pessoa saiu do emprego e se cumpriu os critérios exigidos por lei. O principal benefício é o seguro-desemprego, voltado para quem foi demitido sem justa causa e trabalhava com carteira assinada.

Além dele, há outros programas que podem ajudar financeiramente nesse período, como:

  • Bolsa Família (antigo Auxílio Brasil): para famílias em situação de vulnerabilidade social, com renda per capita de até R$218.
  • Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS): destinado a idosos com mais de 65 anos ou pessoas com deficiência em situação de baixa renda.
  • Auxílio-doença: pago pelo INSS para quem não pode trabalhar temporariamente por questões de saúde.

Saber qual se encaixa na sua realidade é o primeiro passo para garantir algum tipo de segurança financeira nesse momento.

O que é o seguro-desemprego e como ele funciona

O seguro-desemprego é um benefício temporário pago pelo governo federal para ajudar trabalhadores demitidos sem justa causa a manterem o sustento enquanto buscam uma nova oportunidade.

Ele é administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e funciona como uma espécie de “renda de transição”: o trabalhador recebe entre 3 e 5 parcelas mensais, cujo valor é calculado com base na média salarial dos últimos três meses antes da demissão.

Quem tem direito ao seguro-desemprego:

  • Trabalhadores com carteira assinada dispensados sem justa causa;
  • Pescadores durante o período de defeso;
  • Trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão;
  • Empregados domésticos demitidos sem justa causa.

Para receber, é necessário ter trabalhado por um período mínimo, que varia conforme o número de vezes que o benefício já foi solicitado:

SolicitaçãoTempo mínimo de trabalho exigido
1ª vez12 meses nos últimos 18 meses antes da demissão
2ª vez9 meses nos últimos 12 meses
3ª vez ou mais6 meses imediatamente anteriores à demissão

O valor do benefício é baseado na média salarial dos últimos três meses e segue uma tabela atualizada anualmente. Em 2025, o valor mínimo corresponde a um salário mínimo de R$ 1.518, e o teto e o teto foi fixado em R$ 2.424,11 para quem recebia acima de R$ 3.564,96.

Tabela atualizada do seguro-desemprego em 2025 utilizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) 

Faixa de Salário MédioCálculo do BenefícioValor do Benefício
Até R$ 2.138,7680% do salário médio ou salário mínimo, prevalecendo o maior valorR$ 1.518,00
De R$ 2.138,77 até R$ 3.564,96(Salário médio – R$ 2.138,76) × 50% + R$ 1.711,01Variável
Acima de R$ 3.564,96Valor fixoR$ 2.424,11

Como solicitar o auxílio para desempregado

O processo depende do tipo de benefício, mas hoje quase todos os auxílios podem ser solicitados online, pelo celular ou computador.

Veja abaixo como funciona cada um:

BenefícioOnde solicitarRequisitos principais
Seguro-desempregoAplicativo Carteira de Trabalho Digital, site do GOV.BR ou nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs)Ter sido demitido sem justa causa, não estar recebendo outro benefício e ter trabalhado por período mínimo exigido
Auxílio Brasil (Bolsa Família)Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) ou aplicativo Bolsa FamíliaEstar inscrito no Cadastro Único e atender aos critérios de renda
Auxílio-doençaSite ou app Meu INSSComprovar incapacidade temporária para o trabalho
BPC/LOASCRAS ou Meu INSSTer deficiência ou 65+ anos e renda familiar por pessoa de até ¼ do salário mínimo

Como saber se tenho direito a algum benefício do governo pelo CPF

A consulta é simples e pode ser feita diretamente pelo portal Gov.br, onde estão concentradas as informações sobre os programas federais.

Passo a passo:

  1. Acesse o site www.gov.br;
  2. Faça login com seu CPF e senha;
  3. Vá até a área “Meus benefícios”;
  4. Lá, você verá se há algum benefício ativo, pendente ou disponível para solicitação.

Outra opção é verificar no app “Meu INSS” e no app “Bolsa Família”, dependendo do tipo de auxílio que você busca.

MEI tem direito a seguro-desemprego?

Essa é uma dúvida muito comum, e a resposta, infelizmente, é não. O Microempreendedor Individual (MEI) é considerado um trabalhador autônomo, e não um empregado com vínculo formal, portanto não tem direito ao seguro-desemprego.

O benefício é exclusivo para quem contribui com o FGTS e o regime da CLT. Por outro lado, o MEI pode contar com outros tipos de amparo:

  • Auxílio por incapacidade temporária (auxílio-doença), se contribuir regularmente com o INSS;
  • Salário-maternidade, em caso de gestação;
  • Aposentadoria por idade ou invalidez, se tiver tempo de contribuição suficiente.

Mesmo sem o seguro-desemprego, o MEI pode buscar linhas de crédito facilitadas e isenções temporárias em programas de incentivo do governo, como o Pronampe e o Desenrola Brasil.

Estou desempregado e sem dinheiro: o que fazer?

Além dos auxílios governamentais, há várias estratégias para organizar suas finanças e gerar renda alternativa enquanto busca um novo emprego.

  • Negocie suas dívidas: muitas empresas oferecem descontos altos para pagamento à vista ou parcelado. Sites como a Acerto permitem fazer isso online, com segurança e sem burocracia.
  • Revise seu orçamento: corte gastos não essenciais e priorize o básico. Alimentação, moradia e contas essenciais.
  • Considere trabalhos temporários ou freelas: apps de serviços, entregas e plataformas de trabalho autônomo podem ser boas alternativas.
  • Invista em capacitação: o tempo de desemprego também pode ser uma janela para se atualizar. Sites como Senai, Coursera e Alura oferecem cursos gratuitos.

Qualificação e cursos gratuitos para desempregados

O governo federal e instituições parceiras oferecem programas de qualificação profissional gratuita voltados a quem está desempregado.

Alguns exemplos:

  • Programa Qualifica Brasil – cursos rápidos online;
  • Pronatec – capacitação técnica com foco em empregabilidade;
  • SENAI e SEBRAE – formações em áreas como indústria, tecnologia e empreendedorismo;
  • Google e Fundação Bradesco – cursos gratuitos em tecnologia e finanças.

Investir nesse tipo de formação aumenta suas chances de recolocação e pode até abrir portas para o empreendedorismo.

Dica extra: como evitar o endividamento durante o desemprego

Mesmo com os auxílios, o orçamento pode continuar apertado. Por isso, é importante adotar estratégias de educação financeira e evitar o uso descontrolado de crédito.

Com organização e informação, é possível passar por essa fase de forma mais leve e estruturada.Gostou das dicas e quer continuar aprendendo sobre finanças de um jeito simples e descomplicado? Acompanhe o Instagram da Acerto e descubra conteúdos práticos para organizar seu dinheiro, evitar dívidas e conquistar mais tranquilidade financeira no dia a dia.

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Andressa Goulart

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