Quando a margem consignável está no limite, conseguir um novo empréstimo pode parecer impossível. Afinal, existe uma trava legal que define o quanto da sua renda pode ser comprometida com consignados. Mas a boa notícia é que existem formas de liberar espaço e ampliar esse limite, sem precisar esperar que contratos terminem ou abrir mão de crédito quando você mais precisa.
Neste artigo, vamos mostrar diferentes estratégias para aumentar a margem consignável, desde maneiras de ampliar a sua renda formal até alternativas como portabilidade, renegociação de contratos e até o uso do FGTS para amortizar dívidas. A ideia é que você entenda como cada uma dessas opções funciona e veja qual delas se encaixa melhor no seu momento financeiro.
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Toggle1. Aumentar a renda
Uma das formas mais diretas de aumentar a margem consignável é justamente elevar o valor da sua renda formal, ou seja, aquela que está registrada e pode ser comprovada oficialmente.
Isso porque a margem é calculada em cima do salário ou benefício que você recebe de forma legalizada. Em outras palavras: trabalhos informais até ajudam no bolso, mas só entram no cálculo da margem os ganhos que aparecem no holerite, no contracheque ou nos comprovantes de benefício.
Existem algumas alternativas possíveis para quem quer aumentar a renda formal:
- Renda extra registrada: procurar um segundo emprego com carteira assinada ou contrato formal.
- Promoções ou horas extras: aumentar ganhos no emprego atual, sempre com registro em folha de pagamento.
- Formalização de atividades autônomas: abrir um MEI ou outra forma de registro que permita declarar oficialmente a renda e apresentá-la às instituições financeiras.
Esse movimento não precisa ser imediato nem radical, mas cada incremento oficializado faz diferença.
Imagine que alguém ganhe R$ 3.000 de salário e consiga aumentar para R$ 3.500 de renda formal. Esses R$ 500 a mais já impactam na margem consignável, liberando mais espaço para contratar empréstimos ou cartão consignado dentro do limite legal.
Por isso, se a sua meta é aumentar o quanto pode comprometer em parcelas, o caminho é sempre priorizar formas de comprovar oficialmente seus ganhos.
2. Quitar ou amortizar parte de empréstimos consignados já existentes
Outra forma de aumentar a margem consignável é reduzir os compromissos que você já tem. Isso pode ser feito quitando de vez um contrato de empréstimo consignado ou amortizando parte dele, ou seja, pagando um valor extra para abater o saldo devedor.
Quando você faz isso, libera espaço na sua margem, já que a parcela do empréstimo deixa de pesar no cálculo ou passa a ser menor. Essa estratégia é muito útil principalmente para quem já tem boa parte da margem comprometida e precisa de novo crédito, mas sem ultrapassar o limite definido por lei.
O interessante é que não é necessário esperar o contrato terminar para ganhar esse fôlego. Se você tem recursos guardados ou consegue algum dinheiro extra, pode direcionar esse valor para antecipar parcelas, reduzir o saldo ou até encerrar a dívida. Muitas vezes, essa escolha ainda gera economia, já que ao quitar antecipadamente você deixa de pagar juros futuros.
Usando o FGTS
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) é um recurso que pode ser utilizado para facilitar esse processo de quitação ou amortização. Existem duas possibilidades principais: o saque-rescisão (quando você é demitido sem justa causa) e o saque-aniversário, que permite retirar uma parte do saldo do FGTS todos os anos. Esse dinheiro pode ser destinado para abater dívidas consignadas, liberando margem para novos contratos.
Por exemplo, imagine que você tem R$ 2.000 no saque-aniversário do FGTS. Esse valor pode ser usado para amortizar parte de um consignado, reduzindo parcelas futuras. Com parcelas menores, sobra mais margem disponível para novos empréstimos, caso seja necessário.
3. Solicitar portabilidade de crédito para instituições com juros menores
A portabilidade de crédito é um recurso pouco explorado, mas extremamente útil para quem quer aumentar a margem consignável. Basicamente, ela permite transferir o seu empréstimo consignado de uma instituição financeira para outra que ofereça condições mais vantajosas, como juros menores ou prazos mais longos. Na prática, você não aumenta a sua margem diretamente, mas consegue reduzir o valor das parcelas — o que acaba liberando espaço no limite disponível.
Funciona assim: você solicita a portabilidade no banco de destino, que faz a quitação do contrato no banco de origem. Depois disso, você passa a pagar as parcelas ao novo banco, já com os novos valores acordados. Como a taxa de juros do consignado varia bastante entre instituições, essa simples mudança pode gerar uma boa diferença no valor mensal descontado em folha. E quanto menor a parcela, maior a folga na sua margem.
Um ponto positivo é que a portabilidade é um direito do consumidor garantido pelo Banco Central, sem custos extras. A única regra é que o banco de origem pode tentar cobrir a oferta recebida para manter o contrato com você — e, nesse caso, também é vantagem, já que você pode reduzir juros sem precisar trocar de instituição.
Em resumo, a portabilidade pode ser uma estratégia interessante se você:
- já tem empréstimos consignados ativos;
- está com pouca margem disponível;
- deseja liberar espaço sem precisar quitar integralmente a dívida;
- busca reduzir os juros que paga atualmente.
4. Renegociar contratos para alongar o prazo e reduzir parcelas
Outra estratégia bastante comum para aumentar a margem consignável é renegociar contratos já existentes. Quando você conversa com o banco ou instituição financeira e pede para alongar o prazo do empréstimo, o valor das parcelas mensais diminui. Essa redução, por consequência, libera espaço dentro da sua margem consignável, permitindo que você possa contratar novos créditos ou até respirar um pouco no orçamento.
Por exemplo: imagine que você tem um consignado com parcelas de R$ 800 mensais e prazo de 36 meses. Se esse contrato for renegociado para 60 meses, a parcela pode cair para algo em torno de R$ 500 (valores fictícios apenas para ilustrar). Essa diferença de R$ 300 já aparece como margem disponível, abrindo espaço para outro contrato, se for necessário.
É importante, no entanto, avaliar o custo dessa decisão. Alongar o prazo geralmente significa pagar juros por mais tempo, o que pode encarecer o total da dívida. A vantagem está em dar alívio imediato à margem, mas o ideal é sempre comparar se a folga conquistada vale a pena frente ao aumento do custo final.
E se você quer conhecer outras opções além do consignado, preparamos um artigo explicando diferentes tipos de empréstimo para você. Confira!