Sabe quando o cartão “passa” e parece que está tudo certo, mas, de repente, vem aquela surpresa de não ter mais limite disponível? Ou quando o banco aumenta o seu teto e você fica se perguntando como isso foi decidido? O limite do cartão de crédito ainda é um mistério para muita gente — e entender como ele funciona é o primeiro passo para evitar sustos e usar o crédito a seu favor.
Neste guia, vamos mostrar, de forma simples e direta, como o limite é calculado, o que acontece quando ele acaba, se é possível ultrapassá-lo e as estratégias mais eficazes para aumentá-lo. Assim, você poderá planejar melhor suas compras, evitar juros desnecessários e ter mais controle sobre seu orçamento.
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ToggleComo funciona o limite do cartão de crédito?
O limite do cartão de crédito é basicamente o valor máximo que você pode gastar usando o cartão, seja em compras à vista ou parceladas, durante um determinado período de uso. Ele funciona como um “teto” disponibilizado pela operadora do cartão — e tudo o que você compra vai sendo abatido desse valor até que ele seja pago.
Por exemplo: se seu limite é de R$ 2.000 e você faz uma compra de R$ 500, o valor disponível para usar cai para R$ 1.500. E assim segue até o fechamento da fatura.
Vale lembrar que o limite não é dinheiro extra que você ganhou; é um crédito temporário que precisa ser devolvido no pagamento da fatura. Se você não paga o valor total, o saldo que não foi quitado continua “ocupando” parte do limite, e ainda são cobrados juros sobre o que ficou em aberto.
O limite é mensal ou total?
O limite do cartão de crédito é total, não mensal. Isso significa que ele não “renova” sozinho a cada mês como um pacote de internet, por exemplo. Ele apenas se recompõe quando você paga a fatura ou realiza pagamentos parciais de compras que fez. O ciclo do cartão é mensal — ou seja, todo mês tem o fechamento da fatura —, mas o limite é um só e vai diminuindo conforme você usa.
Por exemplo: se seu limite é R$ 1.000 e você gasta R$ 300 no dia 10 e mais R$ 200 no dia 20, seu limite disponível até pagar a fatura será de R$ 500. Ele não vai “voltar ao normal” no próximo mês se você não pagar o que deve. Isso é um ponto que confunde muita gente e pode levar ao uso excessivo do crédito sem perceber.
E em compras parceladas?
As compras parceladas também comprometem o limite total do cartão, e não apenas a parcela do mês. Isso quer dizer que, se você comprar algo de R$ 1.200 em 12 vezes de R$ 100, o cartão vai reservar esses R$ 1.200 do seu limite no momento da compra. Conforme as parcelas vão sendo pagas, o limite vai sendo liberado na mesma proporção.
Esse funcionamento pode gerar situações em que você “sente” que tem limite sobrando porque as parcelas são pequenas, mas na prática o valor total da compra já está ocupando uma boa parte do crédito.
É por isso que, para evitar sustos, vale sempre verificar não só o limite disponível, mas também o limite comprometido — que mostra quanto ainda está reservado para compras parceladas em aberto.
Quando paga a fatura, o limite volta?
Sim, mas com um detalhe importante: o limite só volta de acordo com o valor que você paga. Se você quitar a fatura inteira, o limite retorna ao valor total contratado. Mas, se pagar apenas o mínimo ou qualquer valor parcial, o limite volta de forma proporcional ao que foi pago, e o restante segue bloqueado até a próxima quitação.
Por exemplo: se seu limite é de R$ 2.000 e a fatura veio R$ 1.000, ao pagar esse valor integralmente, você recupera todo o limite. Mas, se pagar só R$ 400, recupera apenas esses R$ 400 para novas compras, e os R$ 600 restantes continuam “travados”. Isso é importante para entender que o cartão não “zera” sozinho, e pagar o mínimo pode comprometer seu poder de compra e gerar juros altos.
Como o limite é definido?
O limite do cartão de crédito não é um número escolhido ao acaso. Antes de aprovar e definir esse valor, bancos e financeiras analisam alguns pontos para medir o risco de emprestar esse dinheiro. É como se eles fizessem um “raio-x” da sua vida financeira para entender se você tem condições de pagar a fatura em dia. Entre os principais critérios, estão:
- Renda mensal – é um dos fatores mais relevantes. A instituição quer garantir que o valor liberado cabe no seu orçamento e que você conseguirá pagar o que gastar. Em geral, o limite costuma ficar próximo de até 30% da sua renda. Por exemplo: se você ganha R$ 3.000, é comum que o limite inicial seja algo em torno de R$ 900.
- Histórico de pagamentos – aqui entra a análise do seu “passado financeiro”. Os bancos consultam cadastros como SPC e Serasa para ver se você já ficou com o nome sujo, quanto tempo durou a negativação e se houve atraso em dívidas anteriores.
- Cadastro Positivo e Serasa Score – Não é só notícia ruim que pesa. Ter um histórico de pagamentos em dia pode jogar o seu limite para cima. Essas informações vêm de fontes como o Cadastro Positivo e seu score de crédito.
- Comprometimento da renda – não basta ganhar bem: se boa parte da sua renda já está comprometida com empréstimos ou financiamentos, o limite tende a ser menor. Por exemplo: quem recebe R$ 5.000, mas gasta R$ 2.000 com dívidas fixas, tem menos espaço no orçamento para o cartão.
Além desses fatores, algumas instituições também avaliam tempo de relacionamento com o banco, movimentação na conta, e até o uso do próprio cartão. Se você gasta de forma responsável e paga em dia, há mais chances de receber aumentos automáticos de limite ao longo do tempo.
O que acontece se eu usar todo o limite? É possível ultrapassá-lo?
Quando você usa todo o limite do cartão de crédito, basicamente chega ao “teto” que o banco liberou para você gastar. A partir desse momento, novas compras podem ser recusadas até que parte da fatura seja paga e o crédito seja liberado novamente. Isso pode causar aquele constrangimento na hora de passar o cartão e ouvir o famoso “compra não autorizada”.
Mesmo assim, em alguns casos, é possível ultrapassar o limite. Algumas instituições oferecem a chamada tolerância de limite ou “limite emergencial”, que autoriza uma compra mesmo que ela exceda o valor disponível. Mas atenção:
- Essa autorização é opcional do banco e não está garantida para todas as compras.
- Geralmente, há cobrança de taxas ou juros sobre esse valor extra.
- O excesso costuma ser cobrado já na próxima fatura, sem opção de parcelamento.
Ultrapassar o limite com frequência não é uma boa ideia. Além de encarecer o uso do cartão, isso pode sinalizar para o banco que você está dependendo demais do crédito, o que pode dificultar futuros aumentos de limite ou até levar à redução dele.
Para evitar problemas, vale acompanhar o uso do cartão pelo aplicativo e, se perceber que está chegando no limite com frequência, considerar um ajuste — seja pedindo aumento ao banco ou reorganizando gastos para não depender tanto do crédito.
Como aumentar o limite?
Nem sempre o limite do cartão acompanha sua realidade financeira. Pode ser que ele tenha sido definido quando sua renda era menor ou que não seja suficiente para uma compra específica, como uma viagem, um celular novo ou um eletrodoméstico.
A boa notícia é que existem estratégias que aumentam suas chances de conseguir mais crédito — e a maioria delas envolve mostrar ao banco que você é um cliente confiável.
1. Comprove aumento de renda
Se seu salário aumentou desde que você pediu o cartão, vale informar a instituição financeira. Como a renda é um dos principais fatores para definir o limite, essa atualização pode fazer diferença. Você pode apresentar:
- Contracheque recente;
- DECORE (Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos);
- Recibo da última declaração do Imposto de Renda.
2. Pague a fatura sempre em dia
O histórico de bons pagamentos pesa muito na decisão do banco. Quitar a fatura integralmente e dentro do prazo mostra que você usa o crédito de forma responsável. Evite pagar apenas o mínimo — isso passa a impressão de que você perdeu o controle do orçamento e ainda gera juros altos.
3. Limpe seu nome e reduza dívidas
Estar negativado reduz bastante as chances de conseguir um aumento de limite. Quitar dívidas, principalmente as em atraso, pode melhorar sua avaliação de crédito. Depois de regularizar sua situação, solicite uma nova análise.
4. Transfira limite de outros produtos
Alguns bancos permitem que você mova o limite de outros serviços, como cheque especial ou outro cartão, para concentrar no cartão que você mais usa. Vale conversar com seu gerente ou verificar essa opção no aplicativo.
Dica extra: use o cartão com frequência, mas sem estourar o limite, e mantenha outros produtos com o banco (como conta salário ou poupança). Isso aumenta seu relacionamento com a instituição e, muitas vezes, leva a aumentos automáticos.
Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre o seu limite, veja as nossas dicas sobre como ganhar dinheiro com o seu cartão de crédito!