A liberação do FGTS, que aconteceu em 24 de julho de 2020 deixou muitas pessoas com várias dúvidas.
Isso porque, além do saque inicial de até R$500 reais por conta, o governo lançou algumas novas regras para saques em 2020. E a principal mudança é o Saque-aniversário.
Mas afinal, vale mesmo a pena fazer esse tipo de saque? Quais são as consequências?
Para que você consiga tomar uma decisão, nós vamos fazer uma explicação mais simples e prática sobre como ele funciona, e também deixamos a nossa opinião, para que você reflita a respeito.
Por isso leia até o final! Entender os detalhes da regra vai te ajudar a não tomar uma decisão que possa te prejudicar no futuro.
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleO que é o saque-aniversário
A partir de janeiro do ano que vem, os trabalhadores poderão optar por esta nova modalidade de saque, que será de um percentual do saldo de cada conta no mês referente ao seu aniversário ou nos dois meses seguintes, de acordo com calendário liberado pela Caixa.
Um saque de cada conta significa que, se você trabalhou em 3 lugares com carteira assinada, e tem saldo nos 3, poderá fazer o saque proporcional em cada uma das contas.
Para isso, é só comunicar o desejo de fazer parte do grupo de recebimento, para a Caixa Econômica Federal, a partir do dia 01 de outubro deste ano.
O percentual varia de acordo com o montante total presente na conta:
Fonte: Jornal Extra
Ou seja: quanto menor o seu saldo, maior o percentual de saque. A ideia é que essas regras igualem um pouco mais a retirada de todos os trabalhadores, fazendo uma distribuição minimamente mais justa de renda.
Essa nova modalidade permite, em resumo, mais uma forma de saque do FGTS: além dos casos permitidos anteriormente, como a retirada para financiamento de imóveis, aposentadoria, doenças, falecimento, etc. Além desses, a partir de agora, também será possível fazer o saque de um percentual a cada ano, à época do aniversário.
Como aderir ao saque-aniversário
Se tiver interesse, você pode aderir ao saque-aniversário a qualquer momento. E isso é feito de maneira bem simples!
Você pode fazer a adesão pelo aplicativo FGTS (Android / IoS), no site da Caixa, pelo Internet Banking da Caixa ou nas agências do banco.
No aplicativo ou no site, basta você clicar em “Meu FGTS” e, em seguida, acessar a aba “Saque-Aniversário”. Então, é só ler e concordar com os termos e condições e, depois, clicar em “Aderir ao saque-aniversário”. Pronto, está feito!
Mas, atenção! Não faça essa adesão antes de ler esse conteúdo até o fim, combinado? É muito importante que você entenda se e quando aderir a essa modalidade vale realmente a pena.
Se você quiser ter acesso à parte do saldo depositado nas suas contas do FGTS no mesmo ano da adesão, precisa aderir até o último dia do mês do seu aniversário. Quem nasceu em maio, por exemplo, pode aderir à modalidade até 31 de maio.
Se a adesão for feita depois dessa data, você só terá direito ao saque no ano seguinte.
Cronograma de saques 2020
A Caixa já disponibilizou o cronograma dos saques-aniversário, que começam em abril de 2020, logo após o término dos saques de 2019 para a categoria livre.
Eles vão acontecer da seguinte forma:
Mês de aniversário | Cronograma de saques |
Nascidos em Janeiro/Fevereiro | De Abril a Junho de 2020 |
Nascidos em Março/Abril | De Maio a Julho de 2020 |
Nascidos em Maio/Junho | De Junho a Agosto de 2020 |
Nascidos em Julho | De Julho a Setembro de 2020 |
Nascidos em Agosto | De Agosto a Outubro de 2020 |
Nascidos em Setembro | De Setembro a Novembro de 2020 |
Nascidos em Outubro | De Outubro a Dezembro de 2020 |
Nascidos em Novembro | De Novembro a Janeiro de 2020 |
Nascidos em Dezembro | De Dezembro a Fevereiro de 2021 |
Cronograma de saques 2021
A regra que define o cronograma do saque-aniversário a partir deste ano é bem simples: o saque pode ser realizado a partir do primeiro dia útil do mês do aniversário do trabalhador e até três meses depois.
Ou seja, quem nasceu em junho, por exemplo, pode sacar o dinheiro a partir do dia 1º de junho e até até 31 de agosto deste ano.
Confira abaixo o calendário completo:
Mês de aniversário | Início do saque | Último dia para o saque |
Janeiro | 4 de janeiro de 2021 | 31 de março de 2021 |
Fevereiro | 1º de fevereiro de 2021 | 30 de abril de 2021 |
Março | 1º de março de 2021 | 31 de maio de 2021 |
Abril | 1º de abril de 2021 | 30 de junho de 2021 |
Maio | 3 de maio de 2021 | 31 de julho de 2021 |
Junho | 1º de junho de 2021 | 31 de agosto de 2021 |
Julho | 1º de julho de 2021 | 30 de setembro de 2021 |
Agosto | 2 de agosto de 2021 | 31 de outubro de 2021 |
Setembro | 1º de setembro de 2021 | 30 de novembro de 2021 |
Outubro | 1º de outubro de 2021 | 31 de dezembro de 2021 |
Novembro | 1º de novembro de 2021 | 31 de janeiro de 2022 |
Dezembro | 1º de dezembro de 2021 | 28 de fevereiro de 2022 |
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Quais são os riscos
Quem optar pelo saque-aniversário perderá o direito de fazer o saque do saldo total da conta em caso de demissão sem justa causa (saque-rescisão), por até 2 anos.
Ou seja: ao escolher essa modalidade, você só poderá voltar ao modelo tradicional após 2 anos.
E, caso você não queira a nova modalidade, continuam valendo as regras anteriores do FGTS, que você pode conferir neste post.
Além disso, os saques especiais, relacionados a compra de imóvel, doenças e falecimento também continuam com as mesmas regras. Por isso, independente de você optar ou não pelo saque de aniversário, elas estão valendo.
Ah! Ao realizar o saque-aniversário você continua tendo o direito a receber a multa rescisória de 40%, que é calculada com base em todos os depósitos realizados pelo empregador na sua conta do FGTS.
Quando vale a pena fazer o saque-aniversário
O saque-aniversário pode ser uma boa opção para quem quer investir o dinheiro em fundos de investimento mais rentáveis.
Ou seja: para quem quer fazer o dinheiro render mais do que na conta do FGTS.
A grande questão é ter autocontrole e saber que aquele dinheiro precisa continuar sendo destinado para o mesmo fim, em caso de desligamento do emprego atual ou em emergências graves.
Assim você não perde nada com o saque e ainda consegue fazer o seu dinheiro crescer com o tempo, garantindo mais segurança no futuro.
Quando não vale a pena
Para quem está pensando em realizar os saques anuais para gastos imediatos — compras, viagens, ou como um “bônus” para o dinheiro do mês — essa pode não ser a melhor opção.
Isso porque você perde uma garantia de receber um valor em um momento de maior necessidade, como na perda de um emprego de forma inesperada.
Por isso, para quem não tem outras fontes de renda ou um dinheiro guardado, o saque pode parecer bom agora, mas gerar problemas no futuro — e justamente quando você mais precisaria.
Ou seja: um dinheiro a menos no caso de uma possível demissão, e que pode ser a sua salvação nos meses seguintes até conseguir um novo emprego.
Vale a pena fazer o saque em caso de dívidas?
Se você tem dívidas para pagar, talvez seja melhor considerar as suas outras opções antes de optar pelo saque.
Um empréstimo, por exemplo, pode ser uma melhor opção, com juros menores e menos riscos futuros.
Mas na verdade, cada caso é um caso.
É preciso colocar as suas contas na ponta do lápis e entender qual é o seu contexto:
- Você tem alguma reserva?
- Dá para dividir o valor sacado em pagamento da dívida e guardar uma parte?
- Você vai ter autocontrole para realmente pagar a dívida e guardar os outros saques para os momentos de necessidade?
Basta pensar o seguinte: de que adianta quitar suas dívidas hoje e saber que, caso você perca o emprego, você não tem nenhuma segurança financeira e vai continuar se endividando?
E ao mesmo tempo, continuar devendo pode acabar te enrolando.
Por isso, realmente coloque tudo no papel e faça um planejamento de como usar o dinheiro avaliando se ele realmente te ajuda a resolver problemas agora sem gerar problemas no futuro.
E se tiver alguma dúvida, pode deixar aqui nos comentários. Nós queremos te ajudar a tomar uma boa decisão!