Se você consultou seu CPF recentemente e viu que seu score está na casa dos 300 ou 400 pontos, é provável que tenha ficado com dúvidas: isso é bom? Significa que estou negativado? Vai ser difícil conseguir crédito? Esse tipo de pontuação costuma ser chamado informalmente de score regular, mas nem todo mundo sabe exatamente o que isso quer dizer — ou como sair dessa situação.
Neste artigo, vamos te ajudar a entender o que significa ter um score regular, por que ele pode estar travado, o que essa pontuação diz (e o que ela não diz) sobre sua situação financeira e, principalmente, o que você pode fazer para melhorar. Vamos juntos?
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleO que é o score regular?
Quando falamos em “score regular”, normalmente estamos nos referindo a uma pontuação considerada baixa no sistema de avaliação de crédito do Serasa — mais especificamente, uma nota que varia entre 301 e 500 pontos. Essa faixa não representa o pior cenário possível, mas já é um sinal de alerta para o mercado: mostra que a pessoa pode ter dificuldade para conseguir crédito ou pagar uma dívida no prazo.
Mas é importante esclarecer um ponto: não existe oficialmente uma faixa chamada “score regular” nos birôs de crédito. Cada empresa tem seus próprios critérios e nomes para classificar a pontuação:
- Serasa divide o score em:
- Muito baixo: 0 a 300;
- Baixo (o que costuma ser chamado de “regular”): 301 a 500;
- Médio: 501 a 700;
- Excelente: 701 a 1000.
- Boa Vista e Quod usam outras classificações, como:
- Baixo;
- Médio;
- Alto.
Ou seja, o termo “regular” é mais uma maneira informal de se referir a uma pontuação que não é a pior de todas, mas que ainda está longe de ser boa. É aquela pontuação que precisa de atenção, mas que ainda pode ser recuperada com mudanças simples de comportamento financeiro.
Quer dizer que estou com o nome limpo?
Ter um score “regular” (ou seja, uma pontuação baixa, entre 301 e 500 no Serasa) não quer dizer, necessariamente, que o seu nome está sujo ou limpo. Essa pontuação pode indicar que há um histórico de risco no seu perfil, mas não revela diretamente se você tem uma dívida negativada — ou seja, uma dívida registrada oficialmente em seu CPF.
O score de crédito mostra apenas uma estimativa de risco para o mercado, e ele é calculado com base em vários fatores, como:
- Seu histórico de pagamentos (se costuma pagar contas em dia ou com atraso);
- A movimentação recente do seu CPF;
- O tempo de relacionamento com o mercado de crédito;
- A presença ou não de dívidas negativadas (mas sem dizer quais ou quantas).
Para saber se o seu nome está sujo de fato, ou seja, se existe alguma dívida negativada em seu CPF, você precisa fazer uma consulta específica para isso nos birôs de crédito.
Um score regular é bom?
Não, um score regular — ou seja, um score baixo, entre 301 e 500 pontos no Serasa — não é considerado bom. Essa faixa indica um risco médio de inadimplência. Em outras palavras, para o mercado, você ainda representa uma certa insegurança no momento de emprestar dinheiro ou conceder crédito.
Mas isso também não significa que está tudo perdido. Ter um score baixo não te impede completamente de conseguir crédito. Isso porque:
- Cada empresa tem sua própria política de análise de crédito — ou seja, o que é um risco para uma pode não ser para outra;
- Outras informações além do score também são analisadas, como sua renda atual, o tipo de crédito solicitado, e até seu relacionamento com a instituição;
- Algumas empresas ainda olham para o seu Cadastro Positivo, que registra contas pagas em dia (como luz, água e internet) e pode melhorar sua imagem mesmo com um score mais baixo.
Em resumo: não é uma boa pontuação, mas ela também não te exclui automaticamente das possibilidades de crédito. É um sinal de alerta, mas não de derrota.
Consegue cartão de crédito?
Conseguir um cartão de crédito com score regular é possível, mas as condições costumam ser mais limitadas. A maioria dos bancos e financeiras prefere aprovar esse tipo de crédito para quem tem um score a partir de 600 pontos, especialmente se for acima de 700, que é quando começam a aparecer mais benefícios, como:
- Limites mais altos;
- Programas de cashback;
- Cartões sem anuidade;
- Facilidade para pedir aumento de limite.
Mas se seu score estiver abaixo disso, ainda há opções. Hoje, diversos bancos digitais e fintechs oferecem cartões voltados para quem está com score mais baixo ou até negativado, com análises menos rígidas.
Nesses casos, o limite inicial costuma ser menor, e os benefícios são mais simples, mas é uma porta de entrada para reconstruir seu histórico de crédito.
Algumas alternativas comuns para quem tem score baixo:
- Cartões pré-pagos ou com garantia (você deposita um valor que vira seu limite);
- Cartões de crédito consignado, para quem é aposentado ou servidor público;
- Contas digitais com função crédito ativada aos poucos, conforme o uso.
Ou seja, dá para conseguir, sim — mas quanto melhor for seu score, melhores serão as condições.
Consegue financiamento?
Financiamentos, como os de veículos ou imóveis, geralmente envolvem valores altos e longos prazos. Por isso, as instituições costumam ser mais rigorosas na análise. O ideal, nesse caso, é ter um score acima de 701 pontos, que representa um risco baixo para o credor.
Mas, de novo, o score não é o único fator decisivo. Mesmo com uma pontuação mais baixa, ainda é possível conseguir um financiamento, especialmente se você apresentar um bom conjunto de outros critérios, como:
- Renda compatível com o valor da parcela: geralmente, a parcela do financiamento não pode ultrapassar 30% da sua renda mensal;
- Histórico de dívidas e compromissos atuais: o banco vai avaliar se você já tem outras parcelas em andamento e se costuma pagá-las em dia;
- Relacionamento com a instituição: movimentar sua conta, usar produtos do banco e manter um bom histórico de pagamentos pode pesar a seu favor;
- Idade e estabilidade profissional: pessoas mais jovens ou com estabilidade no emprego podem ser vistas como menos arriscadas.
Ou seja: um score regular dificulta, mas não impossibilita. A melhor saída é reunir o máximo de informações positivas sobre sua situação financeira, mostrar responsabilidade no seu comportamento de crédito e, se possível, melhorar o score antes de tentar um financiamento mais alto.
Por que meu score está regular e não sobe mais?
Se o seu score está travado na faixa considerada “regular” (ou melhor dizendo, baixa, entre 301 e 500 pontos), pode ser frustrante ver que ele não sobe mesmo depois de algumas mudanças no comportamento financeiro. Mas isso tem explicações — e, muitas vezes, são fatores simples que estão impedindo seu score de melhorar.
Veja os motivos mais comuns:
- Histórico ainda recente: o score leva um tempo para refletir mudanças positivas. Mesmo que você tenha quitado dívidas e esteja pagando tudo em dia, isso só vai aparecer no seu score depois de algumas semanas ou até meses;
- Pouco uso de crédito: quem quase não usa cartão de crédito ou não tem contas em seu nome acaba sem histórico suficiente para o sistema avaliar. Nesse caso, o algoritmo “não conhece” seu comportamento financeiro, o que pode manter sua nota baixa;
- Cadastro incompleto ou desatualizado: dados como endereço, telefone e renda precisam estar atualizados nos birôs de crédito. Se as informações estiverem desatualizadas, seu score pode ser prejudicado;
- Negativação recente ou dívida antiga: ter tido uma dívida negativada nos últimos meses — mesmo que ela já tenha sido paga — ainda pode impactar o score por um tempo;
- Muitas consultas ao CPF: se várias empresas consultaram seu CPF em um período curto, o sistema pode entender que você está buscando crédito com frequência, o que sinaliza maior risco.
Importante lembrar: o score é atualizado periodicamente, não em tempo real. Então mesmo que você esteja fazendo tudo certinho agora, o reflexo disso no seu score pode demorar um pouco para aparecer. Mas aparece!
Como aumentar o score?
A boa notícia é que dá, sim, para sair do score regular e melhorar sua pontuação com atitudes práticas e consistentes. O segredo está na construção de um histórico positivo — e isso não precisa ser complicado.
Veja algumas estratégias que realmente funcionam:
- Mantenha seus pagamentos em dia: a pontualidade no pagamento de contas é um dos principais fatores avaliados. Isso inclui boletos, cartões de crédito, contas de luz, água, internet, telefone, entre outros. Mesmo uma conta pequena paga com atraso pode impactar seu score;
- Atualize seus dados nos birôs de crédito: verifique se seu endereço, telefone, renda e e-mail estão corretos em plataformas como Serasa, Boa Vista e Quod. Ter um cadastro atualizado mostra mais estabilidade para o mercado;
- Ative o Cadastro Positivo: esse cadastro registra os pagamentos feitos em dia, mesmo que sejam contas básicas. Com ele, o sistema tem uma visão mais justa do seu comportamento, e seu score pode subir mais rápido. A adesão é gratuita;
- Evite pedir crédito com frequência: fazer várias simulações de empréstimos ou cartões em um curto espaço de tempo pode derrubar sua pontuação. Cada consulta feita por instituições fica registrada no seu CPF e pode sinalizar que você está em situação de risco;
- Use o crédito com responsabilidade: ter um cartão de crédito e usar com moderação, mantendo o limite baixo e pagando o valor total da fatura, ajuda bastante. Isso mostra ao mercado que você sabe lidar com crédito;
- Negocie e quite dívidas pendentes: ter o nome negativado pesa muito no score. Use plataformas como a Acerto para consultar e negociar suas dívidas — muitas vezes, dá para conseguir descontos e condições facilitadas.
Dica extra: mesmo que você esteja negativado, pagar dívidas com desconto não prejudica seu score. Ao contrário: a quitação pode ajudar no processo de recuperação da sua pontuação.
Melhorar o score é como ganhar confiança no mercado financeiro: leva tempo, mas com ações consistentes, os resultados aparecem. Você não precisa fazer nada mirabolante — só manter uma rotina financeira saudável. E nós preparamos um guia completo para isso: confira o nosso artigo com dicas para aumentar seu score de crédito!