Os índices de reajuste estão presentes em praticamente todas as áreas da economia: eles ajudam a atualizar salários, aluguéis, contratos e benefícios conforme o aumento do custo de vida.
Mesmo que a gente nem sempre perceba, esses números influenciam diretamente o valor que pagamos e recebemos todos os meses.
Neste guia, você vai entender o que são os índices de reajuste, por que eles são importantes, quais são os principais utilizados no Brasil e como calcular o valor atualizado de forma simples e segura.
Você vai ver nesse conteúdo:
Toggle- O que são índices de reajuste?
- Por que os índices de reajuste são importantes?
- Quais são os principais índices de reajuste usados no Brasil?
- Como os índices de reajuste afetam contratos, salários e aluguéis?
- Como calcular o reajuste na prática?
- Como negociar o índice de reajuste em contratos?
- Perguntas frequentes sobre índices de reajuste
O que são índices de reajuste?
Índices de reajuste são indicadores econômicos que medem a variação de preços e servem para corrigir valores ao longo do tempo.
Eles acompanham a inflação e refletem quanto os produtos e serviços ficaram mais caros em determinado período.
Em outras palavras, o índice de reajuste é uma forma de garantir que o dinheiro mantenha seu valor real, ou seja, que o poder de compra não diminua com o tempo.
Por isso, esses índices são usados em contratos, acordos de trabalho, aposentadorias e até nas mensalidades de escolas e planos de saúde.
Por que os índices de reajuste são importantes?
A principal função do reajuste é preservar o equilíbrio econômico entre as partes de um contrato e evitar prejuízos causados pela inflação.
Eles são importantes para:
- manter o poder de compra de trabalhadores e consumidores;
- equilibrar acordos de longo prazo, como aluguéis e prestações;
- atualizar contratos públicos e privados conforme a economia;
- garantir previsibilidade e justiça nas relações financeiras.
Sem o reajuste, quem recebe um valor fixo por muito tempo acabaria perdendo poder de compra, já que os preços sobem ano após ano.
Quais são os principais índices de reajuste usados no Brasil?
No Brasil, existem vários índices que mostram como os preços mudam com o tempo e ajudam a atualizar valores de contratos, salários e aluguéis.
Cada um tem uma forma diferente de cálculo, mas todos servem para manter o equilíbrio entre quem paga e quem recebe.
Veja a seguir quais são os principais índices de reajuste e como cada um funciona na prática.
| Índice | Responsável | Usado para | Periodicidade | 
| IPCA | IBGE | Inflação oficial do país, contratos, salários e benefícios | Mensal | 
| INPC | IBGE | Reajuste de salários e benefícios trabalhistas | Mensal | 
| IGP-M | FGV | Contratos de aluguel e serviços | Mensal | 
| IPCA-E | IBGE | Reajustes trimestrais de contratos e políticas públicas | Trimestral | 
| Salário Mínimo Nacional | Governo Federal | Referência para contratos e pisos salariais | Anual | 
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)
O IPCA é o principal indicador da inflação no Brasil. Ele mostra quanto os preços de produtos e serviços, como comida, transporte e moradia, ficaram mais caros ao longo do tempo.
O cálculo é feito pelo IBGE todos os meses e leva em conta o consumo das famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
Por refletir o custo de vida médio da população, o IPCA é usado para corrigir salários, contratos, benefícios e até metas econômicas do governo. É o índice mais conhecido e usado no país.
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
O INPC também é calculado pelo IBGE, mas foca em famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos. Ele serve para acompanhar o aumento de preços que mais afetam o dia a dia de quem ganha menos, como alimentação e transporte público.
Por isso, o INPC é muito usado em reajustes de salários e benefícios trabalhistas, ajudando a manter o poder de compra dos trabalhadores.
IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)
O IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ficou conhecido como o “índice do aluguel”. Isso porque é o mais usado para atualizar valores de contratos de locação.
Ele mede a variação de preços em três áreas da economia: o atacado, o consumo e a construção civil. Como considera vários setores, o IGP-M pode subir ou cair mais do que outros índices, dependendo do momento da economia.
Além dos aluguéis, ele também é usado em contratos de energia, telefonia e serviços públicos.
IPCA-E (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial)
O IPCA-E é uma versão trimestral do IPCA, ou seja, mostra a variação dos preços a cada três meses. Ele é útil para contratos de curto prazo e revisões periódicas, porque dá uma ideia antecipada de como está o comportamento da inflação.
Por ser mais frequente, o IPCA-E ajuda empresas e órgãos públicos a fazer ajustes mais rápidos em contratos e políticas.
Salário Mínimo Nacional
O salário mínimo não é um índice de preços, mas também passa por reajuste todo ano. O valor é atualizado com base na inflação e no crescimento do PIB, garantindo que os trabalhadores não percam poder de compra.
Como muitas aposentadorias, pensões e benefícios são ligados ao salário mínimo, o reajuste anual ajuda milhões de brasileiros a manter o equilíbrio financeiro.
Como os índices de reajuste afetam contratos, salários e aluguéis?
Os índices de reajuste influenciam diretamente no valor que as pessoas pagam ou recebem. Veja alguns exemplos práticos:
- Em contratos de aluguel: se o contrato usa o IGP-M como referência e o índice acumulado do ano foi de 4%, um aluguel de R$ 1.500 passará a custar R$ 1.560.
- Em salários: quando uma categoria profissional tem reajuste pelo INPC, significa que o salário será atualizado conforme a variação média dos preços. Assim, se o INPC do período foi de 3%, um salário de R$ 2.000 passa para R$ 2.060.
- Em planos de saúde e mensalidades escolares: esses serviços também aplicam reajustes anuais baseados em índices definidos pelos órgãos reguladores ou em cláusulas contratuais.
Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: acompanhar a inflação e evitar perdas financeiras para as partes envolvidas.
Como calcular o reajuste na prática?
O cálculo é simples. Basta aplicar o percentual acumulado do índice sobre o valor original do contrato.
- Fórmula: Valor reajustado = valor original × (1 + índice ÷ 100)
- Exemplo: Um contrato de R$ 1.000 será reajustado pelo IPCA acumulado de 4,5%. O novo valor será:
- R$ 1.000 × (1 + 4,5 ÷ 100) = R$ 1.045
 
Ou seja, o reajuste adiciona R$ 45 ao valor original.
Dica: sempre consulte o índice oficial publicado por instituições como IBGE, FGV ou Banco Central. Nunca use dados de fontes não verificadas.
Como negociar o índice de reajuste em contratos?
Nem sempre o índice de reajuste precisa ser imposto, muitas vezes ele pode ser negociado entre as partes. Para isso:
- verifique o que está previsto no contrato;
- compare diferentes índices antes de escolher um;
- busque um indicador que reflita melhor o tipo de serviço ou relação;
- registre o acordo por escrito, com data-base e periodicidade de reajuste.
Em períodos de alta inflação, também é possível negociar a substituição temporária do índice para evitar aumentos excessivos, desde que haja consenso entre as partes.
Manter-se informado sobre esses indicadores é uma forma de planejar melhor o orçamento, entender seus direitos e evitar surpresas em negociações futuras.
Aproveite para continuar aprendendo: veja também nosso conteúdo sobre como calcular o reajuste de aluguel e entenda o passo a passo completo.
Perguntas frequentes sobre índices de reajuste
Qual é o índice mais usado no Brasil?
Depende do tipo de contrato. O IPCA é o mais comum para salários e benefícios, enquanto o IGP-M é muito usado em aluguéis.
O índice de reajuste pode ser alterado durante o contrato?
Só se houver acordo entre as partes ou previsão contratual que permita a troca do índice.
E se o contrato não tiver índice de reajuste definido?
Nesses casos, recomenda-se negociar e formalizar um aditivo contratual, escolhendo um índice oficial compatível com o tipo de contrato.
Os índices podem ficar negativos?
Sim. Em alguns períodos de deflação, é possível que o índice seja negativo, reduzindo o valor do contrato, embora isso aconteça raramente.
 
				 
															 
															 
															 
															 
															 
								 
								 
								 
								