Comprar um carro ou uma moto à vista não é realidade para a maioria dos brasileiros, e é justamente aí que entra o financiamento. Essa modalidade permite que você leve o veículo para casa imediatamente e pague por ele aos poucos, em parcelas que cabem no seu bolso — mas, claro, com juros e condições que variam bastante de banco para banco.
Neste artigo, você vai entender em detalhes como funciona o financiamento de veículos, quais são as diferenças entre carros novos e usados, se é possível financiar 100% do valor, quando essa escolha vale a pena, quais bancos oferecem as menores taxas e até o que pode impedir a aprovação do seu crédito. Vamos lá?
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ToggleComo funciona o financiamento de um veículo?
O financiamento de um veículo é, na prática, um empréstimo específico para comprar carro ou moto: o banco ou a financeira antecipa o valor do veículo e você paga essa quantia de volta em parcelas, acrescidas de juros e encargos.
Normalmente o credor (banco/financeira) quita a concessionária e passa a ter um direito sobre o contrato até você quitar todas as prestações — por isso é comum o veículo ficar vinculado como garantia do financiamento enquanto houver saldo devedor.
Antes de assinar, a instituição vai avaliar seu perfil (comprovação de renda, score, idade do veículo quando for usado etc.), e apresentar o Custo Efetivo Total (CET) do contrato — é esse número que mostra quanto o financiamento realmente vai custar por ano, incluindo juros, tarifas e seguros obrigatórios.
Para conseguir melhores condições, costuma-se dar entrada (reduz o valor financiado), fazer simulações em diferentes bancos e ler todas as cláusulas (verifique juros, multas por atraso, regras de antecipação e se há seguro ou tarifa embutida).
Em resumo: o financiamento entrega a mobilidade rapidamente, mas transforma um gasto à vista em um compromisso longo — por isso é preciso comparar o custo total com outras opções antes de decidir.
Veículos novos x usados
Financiar veículo novo e usado segue a mesma lógica básica (emprestam o valor, você paga em parcelas), mas as condições costumam ser diferentes: usados normalmente têm juros e prazos menos atrativos, porque representam maior risco para a financeira — além disso, muitos bancos impõem limites de idade/série para veículos usados que aceitam financiar.
Um carro novo tende a ter maior oferta de crédito, prazos mais longos e juros um pouco menores; já o usado sofre com maior volatilidade de preço e, portanto, a instituição pode pedir entrada maior ou cobrar uma taxa maior para equilibrar o risco.
Além disso, ao financiar um veículo usado é importante checar histórico (sinistro, leilão, odômetro) porque problemas podem reduzir seu valor de revenda e aumentar o risco de perda no caso de inadimplência.
Do ponto de vista do comprador, considerar desvalorização e custos de manutenção é obrigatório: um usado pode ter parcela menor, mas manutenção e imprevisibilidades podem elevar o custo total no longo prazo.
Posso financiar 100% do meu veículo?
Algumas financeiras permitem financiar 100% do valor do veículo, especialmente em promoções ou para clientes com bom score e renda comprovada, mas a regra mais comum é que se exija uma entrada parcial — quanto maior a entrada, menores juros e parcelas.
Se a instituição aceitar 100%, ela geralmente compensará esse risco com juros maiores, prazos menores ou exigência de garantias/seguro; portanto, sempre compare o CET do financiamento integral versus o cenário em que você dá entrada.
Alternativas quando não quer ou não pode dar entrada: negociar um valor menor no usado, buscar promoções de concessionária, considerar consórcio (sem juros, mas sem entrega imediata) ou juntar uma entrada menor e financiar o restante.
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Vale a pena?
Vale a pena quando o veículo é essencial para sua rotina — por exemplo, para trabalhar, gerar renda ou atender necessidades da família — e quando as parcelas cabem no seu orçamento de forma confortável. Se o financiamento comprometer uma fatia muito grande da sua renda, o risco de endividamento cresce, e aí ele deixa de ser uma boa alternativa.
Outro ponto importante é o planejamento. Dar uma entrada maior reduz as parcelas e os juros, tornando o financiamento mais viável. Já financiar 100% do valor, mesmo que seja permitido, geralmente não compensa, pois eleva o custo final. Além disso, pesquisar em várias instituições financeiras é essencial: pequenas diferenças na taxa de juros ou no prazo podem representar muito no valor final.
Assim, o financiamento de veículo vale a pena quando é planejado, comparado em diferentes bancos e feito dentro de um orçamento saudável. Caso seja apenas para realizar um desejo momentâneo, sem preparo financeiro, pode sair caro demais e se transformar em uma dor de cabeça.
Qual o banco com a menor taxa para financiamento de veículo?
O banco com a menor taxa para financiamento de veículo, de acordo com o Banco Central na semana de 19 a 25 de agosto de 2025, foi a BMW Financeira, com 0,67% ao mês (o equivalente a 8,33% ao ano). Essa taxa está muito abaixo da média de mercado e mostra como as financeiras ligadas a montadoras podem oferecer condições mais vantajosas para estimular a compra de seus veículos.
Já entre os bancos mais conhecidos do mercado, as taxas são um pouco mais altas, mas ainda podem ser interessantes dependendo da negociação. O Banco do Brasil, por exemplo, apresentou taxa média de 2,26% ao mês (30,69% ao ano), o Bradesco ficou em torno de 1,58% ao mês (20,65% ao ano), e a Caixa Econômica Federal registrou 2,02% ao mês (27,07% ao ano). Esses valores estão próximos da média nacional e, por serem bancos tradicionais, muitas vezes oferecem facilidades adicionais, como possibilidade de débito em conta, pacotes de serviços ou promoções para clientes já correntistas.
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Outras instituições apresentaram taxas competitivas, como o Banco Mercedes-Benz (1,01% a.m.), o Banco da Amazônia (1,10% a.m.), o Banco Hyundai Capital Brasil (1,10% a.m.) e o Banco CNH Industrial Capital (1,22% a.m.). Todas essas opções se destacam por oferecer juros anuais abaixo de 16%, o que é considerado bastante atrativo quando comparado ao mercado.
Na outra ponta, algumas instituições apresentaram juros que chegam a ser até cinco vezes maiores que a menor taxa registrada. É o caso do Banco Digimais e Simpala CFI (2,98% a.m., cerca de 42% ao ano), do Banco Daycoval (3,14% a.m., 44,92% ao ano), do Banco Pan (3,17% a.m., 45,39% ao ano), da Finamax CFI (3,27% a.m., 47,12% ao ano) e da Omni CFI (3,38% a.m., 48,94% ao ano).
O que pode impedir um financiamento?
Alguns fatores pesam bastante na análise e podem levar o banco a recusar o financiamento. O mais comum é estar com o nome negativado: se houver dívidas em aberto no SPC ou Serasa, dificilmente o crédito será liberado. Outro ponto é a renda insuficiente ou incompatível com o valor das parcelas. Normalmente, os bancos não aceitam que a prestação ultrapasse de 30% a 35% da renda mensal comprovada.
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Também podem surgir problemas por documentação incompleta ou divergente (como endereço desatualizado ou CPF pendente), ou até relacionados ao próprio carro, no caso de usados. Veículos com sinistro, histórico de leilão, gravame ou idade acima do limite estabelecido pelo banco geralmente não são aceitos.
Além disso, cada instituição tem suas políticas internas. Isso significa que mesmo sem pendências formais, o financiamento pode ser recusado se o cliente já tiver muitos compromissos em andamento ou se o perfil não se encaixar no que o banco considera seguro.
Para aumentar as chances, vale regularizar dívidas, organizar comprovantes de renda, atualizar documentos e, se possível, oferecer uma entrada maior. E para te ajudar nessa tarefa, preparamos um artigo com dicas para quitar as suas dívidas. Confira!