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Tudo o que você precisa saber para entender e sair da inadimplência

Tempo de leitura: 6 minutos

A inadimplência é um grande problema no Brasil: de acordo com dados de dezembro de 2023, divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 4 a cada 10 brasileiros estão endividados

Esse cenário revela a dificuldade que muitas pessoas enfrentam para manter suas contas em dia e a necessidade urgente de compreender melhor esse fenômeno. A inadimplência, que se refere ao não cumprimento de uma obrigação financeira dentro do prazo estipulado, pode ter diversas causas e consequências, impactando tanto a vida dos consumidores quanto a economia do país.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente o que significa estar inadimplente, esclarecer as diferenças entre dívida, atraso e inadimplência, além de identificar os tipos e principais causas. Para aqueles que já estão nessa situação, ofereceremos orientações práticas sobre o que fazer para se livrar da negativação, ajudando você a recuperar o controle da sua vida financeira. Vamos lá?

O que é estar “inadimplente”?

Estar inadimplente significa deixar de pagar uma obrigação financeira no prazo acordado.

Imagine que você tenha um compromisso com um amigo de devolver um valor emprestado até uma data específica, mas por algum motivo não consegue fazer isso. Esse atraso no pagamento caracteriza a inadimplência. 

No mundo financeiro, a inadimplência pode ocorrer com vários tipos de obrigações, como empréstimos, financiamentos, contas de consumo, entre outros

A inadimplência é um sinal de alerta tanto para o devedor, que pode enfrentar consequências negativas, quanto para o credor, que precisa buscar maneiras de recuperar o valor devido.

Qual é a diferença entre dívida e inadimplência?

Todas as inadimplências são dívidas, mas nem todas as dívidas são inadimplências. Uma dívida é simplesmente um compromisso financeiro assumido, como um empréstimo ou uma compra parcelada. Quando você faz um acordo para pagar algo, você tem uma dívida. 

Já a inadimplência ocorre quando essa dívida não é paga no prazo combinado. Portanto, a inadimplência é um estágio negativo de uma dívida, indicando que o pagamento está atrasado.

E entre atraso e inadimplência?

Atraso e inadimplência são conceitos relacionados, mas não são sinônimos. Um atraso ocorre quando um pagamento não é feito na data estipulada, mas ainda está dentro de um período de tolerância definido pelo credor. Durante esse período, podem ser aplicados juros de mora ou multas, mas ainda não se considera inadimplência. 

Já a inadimplência é um estágio mais avançado, quando o pagamento não foi realizado dentro do período de tolerância e a dívida se torna um problema mais sério, com possíveis implicações legais e de crédito.

Leia também: Como consultar a situação do meu CPF e regularizá-lo?

Quais são os tipos de inadimplência?

A inadimplência pode ser classificada de diferentes maneiras, dependendo do comportamento e das circunstâncias do devedor. Vamos conhecer os quatro tipos principais:

Inadimplente ocasional

O inadimplente ocasional é aquele que, por algum motivo específico e temporário, como um imprevisto financeiro ou uma situação de emergência, não consegue honrar uma dívida. 

Esse tipo de inadimplente geralmente é responsável e costuma manter suas contas em dia, mas eventualmente pode enfrentar dificuldades pontuais. Após resolver a situação que causou o atraso, ele retoma o pagamento regular das suas obrigações.

Inadimplente crônico

O inadimplente crônico é aquele que enfrenta dificuldades recorrentes em manter suas contas em dia. Esse comportamento pode ser resultado de uma gestão financeira inadequada ou de uma situação econômica pessoal frágil e persistente. 

Diferente do inadimplente ocasional, o crônico tem problemas contínuos e frequentes com dívidas, o que pode levar a uma acumulação de débitos e a um círculo vicioso de inadimplência.

Inadimplente negligente

O inadimplente negligente é caracterizado pela falta de organização e planejamento financeiro. Ele não prioriza o pagamento de suas contas, muitas vezes por descuido ou desorganização, e acaba perdendo os prazos. 

Esse tipo de inadimplente geralmente não enfrenta dificuldades financeiras severas, mas sua falta de atenção aos compromissos financeiros resulta em atrasos e inadimplência.

Mau pagador

O mau pagador é aquele que, de forma deliberada, opta por não pagar suas dívidas, mesmo tendo condições financeiras para isso. 

Esse comportamento pode ser motivado por uma atitude descompromissada ou pela tentativa de se beneficiar indevidamente da situação. O mau pagador, além de prejudicar os credores, pode enfrentar sérias consequências legais e financeiras a longo prazo.

Quais são as principais causas de inadimplência?

As causas da inadimplência são variadas e podem incluir tanto fatores pessoais quanto econômicos. Entre as principais estão:

  1. Desemprego: reduz a capacidade de pagamento das pessoas, dificultando o cumprimento das obrigações financeiras.
  2. Falta de planejamento financeiro: leva ao acúmulo de dívidas além da capacidade de pagamento, resultando em dificuldades para manter as contas em dia.
  3. Imprevistos: doenças, acidentes ou outras emergências podem desorganizar o orçamento familiar, causando atrasos nos pagamentos.
  4. Crise econômica: afeta tanto indivíduos quanto empresas, resultando em uma maior taxa de inadimplência devido à instabilidade financeira geral.
  5. Descontrole nos gastos: o consumo excessivo e sem controle pode gerar dívidas que ultrapassam a capacidade de pagamento.
  6. Educação financeira insuficiente: a falta de conhecimento sobre como gerenciar finanças pessoais pode levar a decisões financeiras inadequadas.
  7. Aumento das taxas de juros: eleva o custo das dívidas, tornando mais difícil para as pessoas pagarem suas obrigações financeiras.
  8. Redução de renda: mudanças na condição de emprego ou diminuição dos rendimentos podem afetar a capacidade de pagamento das dívidas.

Quanto tempo leva para ser considerado inadimplente?

O tempo necessário para ser considerado inadimplente pode variar significativamente conforme o contrato e o credor. Em geral, um pagamento em atraso pode ser considerado inadimplente após 30 dias, mas algumas instituições financeiras podem adotar prazos diferentes, variando de 15 a 90 dias, dependendo das suas políticas internas e do tipo de dívida.

Fatores que podem influenciar no prazo

1. Tipo de dívida:

  • Empréstimos e financiamentos: normalmente, possuem prazos mais rígidos. Um atraso de 30 dias já pode levar à inadimplência.
  • Cartões de crédito: muitas vezes, o prazo é mais curto, com alguns bancos considerando 15 dias de atraso como inadimplência.
  • Contas de consumo: água, luz e telefone geralmente têm um período de tolerância maior. Mas, após 30 a 60 dias, o atraso pode ser registrado como inadimplência.

2. Política do credor:

  • Bancos e instituições financeiras: podem ter políticas rigorosas para proteger seus interesses e garantir a recuperação dos valores devidos.
  • Empresas de serviços: Algumas podem oferecer mais flexibilidade e programas de negociação antes de registrar a inadimplência.

3. Cláusulas contratuais:

  • Período de tolerância: é essencial verificar as condições específicas do contrato assinado, pois alguns contratos incluem um período de tolerância antes da classificação de inadimplência.
  • Multas e juros: as condições contratuais também definirão as penalidades aplicáveis, como multas e juros de mora, que podem aumentar o valor da dívida rapidamente.

O que acontece se a pessoa ficar inadimplente?

Quando você se torna inadimplente, uma série de consequências severas pode impactar sua vida financeira e pessoal. Elas incluem:

  • Cobranças persistentes: o credor geralmente inicia tentativas de contato através de cartas, telefonemas ou e-mails para cobrar a dívida em atraso.
  • Negativação do nome: se a inadimplência persistir, o nome do devedor pode ser incluído em cadastros de proteção ao crédito, como SPC, o que dificulta a obtenção de novos financiamentos e serviços básicos.
  • Cobrança judicial: em situações mais graves, o credor pode optar por buscar a cobrança judicial da dívida, o que pode resultar em penhora de bens ou outras medidas legais para recuperar o valor devido.
  • Acúmulo de juros e multas: os encargos financeiros, como juros e multas, podem aumentar substancialmente o montante da dívida, tornando-a ainda mais difícil de ser quitada.
  • Impacto no score de crédito: A inadimplência afeta negativamente o score de crédito do devedor, reduzindo sua capacidade de obter crédito no futuro e aumentando os juros em transações financeiras futuras.
  • Restrição de acesso a serviços: a inclusão do nome em cadastros de inadimplentes pode limitar o acesso a serviços essenciais, como abertura de contas bancárias, contratação de planos de telefonia e internet, entre outros.
  • Dificuldades financeiras: a inadimplência pode levar a dificuldades financeiras mais amplas, como a necessidade de cortar gastos, enfrentar dificuldades para pagar contas básicas e até mesmo problemas emocionais devido ao estresse financeiro.

Essas consequências ressaltam a importância de se manter em dia com as obrigações financeiras e de buscar soluções rápidas para evitar problemas maiores no futuro.

Estou inadimplente, o que fazer?

Se você está inadimplente, é importante agir rapidamente para resolver a situação. Aqui está um passo a passo simples para ajudá-lo a sair do endividamento:

1. Analise sua situação financeira

Primeiro, liste todas as suas dívidas, incluindo credores, valores devidos e prazos de pagamento.

Então, compare sua renda mensal com suas despesas para identificar onde você pode cortar gastos.

2. Negocie com os credores

Para isso, você pode utilizar o site da Acerto. Por lá, você consegue consultar as suas dívidas e fazer um acordo com descontos e parcelamentos que cabem no seu bolso. Veja o passo a passo:

  1. Acesse o site da Acerto;
  2. Informe o seu CPF clique em “Consultar CPF”;
  3. Então, digite a sua data de nascimento e clique em “Confirmar”;
  4. Finalize o seu cadastro;

Na tela a seguir, você poderá visualizar as suas pendências. Clique na dívida que deseja negociar para fazer um acordo.

3. Corte gastos desnecessários

Revise seu orçamento para identificar e eliminar gastos supérfluos. Aproveite para adotar medidas de economia, como cozinhar em casa e cancelar assinaturas desnecessárias para conseguir ficar em dia com a sua saúde financeira.

Leia também: Emprestei meu nome e ele ficou sujo. E agora?

5. Acompanhe seu progresso

Monitore regularmente seu progresso no pagamento das dívidas e ajuste seu plano conforme necessário para garantir que está no caminho certo.

Tomando essas medidas, você pode resolver sua inadimplência e recuperar o controle da sua vida financeira. E se quer se aprofundar ainda mais no assunto, confira o nosso artigo que vai te ajudar a entender qual dívida pagar primeiro!

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Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

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