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Quando fazer um empréstimo para pagar dívidas é vantajoso?

Tempo de leitura: 7 minutos

Quando a conta chega e as dívidas começam a apertar, muitas pessoas se veem em uma situação difícil e acabam considerando o empréstimo como uma opção para sair do vermelho. Embora a ideia possa parecer uma solução prática, é importante entender que, se não for bem planejada, essa decisão pode acabar piorando a situação financeira. 

A chave para usar o empréstimo de forma vantajosa está em analisar todos os custos envolvidos. Isso inclui não apenas a taxa de juros, mas também as tarifas adicionais, o prazo de pagamento e, claro, o impacto no seu orçamento mensal. 

Neste artigo, vamos explorar as condições em que o empréstimo pode ser uma boa escolha para quitar dívidas, como calcular o custo total e como evitar armadilhas financeiras. Confira!

Empréstimo para sair do vermelho vale a pena?

Sim, um empréstimo pode valer a pena para quitar suas dívidas, mas apenas se for bem planejado. Caso contrário, você pode acabar trocando uma dívida ruim por outra ainda pior. Antes de contratar, é fundamental analisar se ele realmente vai te ajudar ou se pode se tornar um novo problema financeiro.

O maior risco de pegar um empréstimo para pagar dívidas é cair em juros altos. Instituições financeiras cobram taxas mais elevadas de quem já está endividado, porque consideram que há um risco maior de inadimplência. Isso significa que, se você não comparar bem as opções, pode acabar com uma dívida mais cara do que as que já tem. 

Por outro lado, um empréstimo pode ser vantajoso em algumas situações. Para isso, ele deve atender a pelo menos um destes critérios

  1. ter um custo total menor do que o das suas dívidas atuais;
  2. oferecer parcelas mais baixas que caibam no orçamento;
  3. ou ter um prazo de pagamento mais longo para dar mais fôlego financeiro.

O primeiro ponto a analisar é o custo total do empréstimo. Ele só faz sentido se for mais barato do que manter as dívidas antigas. O Custo Efetivo Total (CET) deve ser menor que o custo total da dívida original, considerando juros, tarifas e encargos. Por isso, antes de contratar, vale a pena calcular o valor final que será pago e compará-lo ao valor que você gastaria para quitar suas dívidas sem o empréstimo.

Outro fator importante é o valor das parcelas. Se você tem várias dívidas espalhadas, um empréstimo pode ajudar a consolidá-las em uma única parcela menor. Isso pode aliviar o orçamento e tornar o pagamento mais organizado. 

Mas é preciso cuidado: parcelas menores podem significar prazos mais longos, o que pode aumentar o custo total da dívida. Então, o ideal é encontrar um equilíbrio entre uma prestação que caiba no bolso e um prazo que não faça você pagar muito mais no final.

Além disso, um empréstimo pode ser vantajoso se oferecer um prazo maior do que o das suas dívidas atuais. Isso pode ser útil para quem precisa de mais tempo para reorganizar as finanças. 

Empréstimos com garantia, como aqueles em que se usa um imóvel ou veículo como forma de assegurar o pagamento, costumam ter juros mais baixos e prazos mais longos. Porém, é fundamental ter cautela, pois o não pagamento pode resultar na perda do bem dado como garantia.

No fim das contas, um empréstimo pode ser uma boa saída se ele trouxer vantagens reais e não comprometer ainda mais sua situação financeira. O segredo é analisar com calma, fazer as contas e garantir que a nova dívida será mais benéfica do que as atuais. 

E como calcular o custo total para ver o que realmente vale a pena?

Se você deseja avaliar o custo total para tomar a sua decisão, é preciso considerar não apenas a taxa de juros, mas também o prazo de pagamento e outras taxas adicionais que podem encarecer o valor final.

No caso do cartão de crédito, o custo total da dívida pode ser estimado da seguinte forma:

  1. Pegue o saldo devedor atual da fatura.
  2. Verifique a taxa de juros que o banco cobra no rotativo ou no parcelamento da fatura.
  3. Veja em quantos meses você pretende pagar a dívida.
  4. Some outros encargos que podem existir, como juros de mora, multas por atraso e taxas administrativas.
  5. Use a fórmula dos juros compostos para calcular o total a ser pago:

M=C×(1+i)n

Onde:

  • M = montante final (quanto você pagará no total)
  • C = capital inicial (sua dívida atual)
  • i = taxa de juros ao mês (em decimal, ou seja, 10% vira 0,10)
  • n = número de meses

Depois de calcular isso, compare com o total que você pagaria caso pegasse um empréstimo.

Para saber o custo total de um empréstimo, o cálculo é parecido:

  1. Pegue o valor do empréstimo necessário para quitar a dívida.
  2. Veja a taxa de juros mensal do empréstimo.
  3. Veja o prazo que o banco oferece para pagar.
  4. Some outras tarifas que podem ser cobradas, como TAC (Tarifa de Abertura de Crédito), IOF e eventuais seguros embutidos no contrato.
  5. Aplique a mesma fórmula dos juros compostos para saber o custo final.

Agora que você tem os dois valores, compare:

  • Se o custo total do empréstimo for menor do que o do cartão de crédito, pode valer a pena fazer a troca.
  • Se o custo total for maior, é melhor tentar negociar a dívida diretamente com o banco ou procurar outra solução.

É correto pegar empréstimo para quitar dívida?

Sim, não há nada de errado em pegar um empréstimo para quitar uma dívida. Não é ilegal nem imoral — pelo contrário, pode ser uma estratégia inteligente para reorganizar as finanças e evitar problemas maiores, como restrições no nome ou acúmulo de juros.

Porém, como já dissemos, essa decisão precisa ser tomada com cuidado. Se o novo empréstimo tiver um custo total maior que a dívida original, você pode acabar se afundando ainda mais. O ideal é sempre avaliar as condições oferecidas, comparar taxas e verificar se a parcela caberá no seu orçamento sem comprometer outras despesas essenciais.

Também é importante ter disciplina para não criar novas dívidas depois de quitar as antigas. Muitas pessoas pegam um empréstimo para se livrar das cobranças, mas continuam gastando sem planejamento e acabam endividadas novamente. 

O foco deve ser não apenas resolver a situação atual, mas também adotar hábitos financeiros mais saudáveis para evitar novos apertos no futuro.

É melhor dever empréstimo ou cartão de crédito?

A resposta depende do caso, porque as taxas de juros variam conforme o banco e o tipo de crédito contratado. Mas, de forma geral, os juros do cartão de crédito — principalmente do rotativo — costumam ser muito mais altos do que os de um empréstimo pessoal.

Para entender melhor essa diferença, veja as taxas médias cobradas no mercado entre os dias 13 e 17 de janeiro de 2025, segundo o Banco Central do Brasil:

Cartão de crédito rotativo (taxa média no período):

  • Menor taxa: 4,4% ao mês (67,66% ao ano) – Banco Genial
  • Maior taxa: 22,07% ao mês (995,00% ao ano) – Banco Crefisa
  • Média do mercado: 15,53% ao mês (515,48% ao ano)

Empréstimo pessoal não consignado (taxa média no período):

  • Menor taxa: 1,08% ao mês (13,71% ao ano) – DM SA CFI
  • Maior taxa: 21,56% ao mês (940,84% ao ano) – Valor S/A SCFI
  • Média do mercado: 6,76% ao mês (157,97% ao ano)

Como dá para perceber, os juros do cartão de crédito podem ser extremamente altos, especialmente se você cair no rotativo. Isso acontece quando você não paga o valor total da fatura e financia o saldo restante, gerando encargos altíssimos.

Já o empréstimo pessoal, apesar de também ter variações significativas, geralmente apresenta taxas menores. Além disso, existem outras opções mais vantajosas, como o crédito consignado, que costuma ter juros reduzidos porque as parcelas são descontadas direto do salário ou benefício do INSS.

É importante lembrar que no cartão de crédito também existem outras formas de financiamento, como o parcelamento da fatura, que tem juros menores do que o rotativo. Além disso, há a cobrança de juros de mora e multa caso a fatura atrase.

Por isso, a melhor escolha depende de uma análise detalhada da sua situação. Se a dívida do cartão de crédito estiver crescendo rápido por causa dos juros altos, um empréstimo pode ser uma alternativa para quitar tudo de uma vez e pagar uma taxa menor. Mas é essencial calcular o custo total da nova dívida e garantir que ela não vai pesar ainda mais no seu orçamento.

Como conseguir um empréstimo mesmo com dívidas?

Decidiu, então, que realmente vale a pena pegar o empréstimo? Se você analisou todos os fatores e percebeu que essa é a melhor saída para reorganizar suas finanças, é hora de entender como conseguir crédito, mesmo estando com dívidas ou até com o nome sujo.

A primeira coisa a saber é que, embora seja mais difícil, não é impossível conseguir um empréstimo nessa situação. Existem instituições que oferecem crédito para negativados, mas, geralmente, com taxas de juros mais altas ou exigindo garantias para reduzir o risco da operação. 

Além disso, o tipo de empréstimo que você escolher pode influenciar diretamente nas condições que conseguirá.

Se você está negativado, pode considerar opções como:

  • Empréstimo com garantia: ao oferecer um bem, como um carro ou imóvel, como garantia, você pode conseguir juros mais baixos.
  • Empréstimo consignado: disponível para aposentados, pensionistas e servidores públicos, tem juros menores porque a parcela é descontada diretamente da folha de pagamento.
  • Empréstimo pessoal para negativados: algumas financeiras liberam crédito sem garantias, mas, nesses casos, os juros podem ser bem altos.

Antes de contratar qualquer crédito, compare as condições e verifique se as parcelas cabem no seu orçamento para evitar um endividamento ainda maior.

Tem algum banco que faz empréstimo com o nome sujo?

Sim, algumas instituições financeiras oferecem empréstimos para quem está negativado, mas com critérios específicos. Bancos tradicionais, como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, têm linhas de crédito para clientes nessa condição, geralmente na modalidade de consignado ou com garantia.

Já financeiras e fintechs costumam ser mais flexíveis e liberar crédito pessoal mesmo para quem tem restrição no CPF, mas, nesses casos, as taxas de juros costumam ser bem mais altas. Plataformas como Geru, Sim e Crefisa são exemplos de empresas que oferecem esse tipo de crédito.

O mais importante é sempre comparar as condições oferecidas, olhar a taxa de juros, o Custo Efetivo Total (CET) e avaliar se as parcelas cabem no seu orçamento antes de contratar.

É preciso pagar taxa para liberar empréstimo para negativado?

Não! Nenhuma instituição financeira séria cobra taxas antecipadas para liberar um empréstimo. Se alguém pedir um depósito antes da liberação do crédito, desconfie, pois isso é um golpe muito comum.

As únicas cobranças legítimas relacionadas ao empréstimo costumam ser:

  • Tarifa de cadastro (cobrada por alguns bancos na primeira contratação);
  • Impostos como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras, que já vem embutido no valor do crédito);
  • Taxa de juros e outras tarifas incluídas no Custo Efetivo Total (CET).

Se alguém prometer crédito fácil e pedir pagamento antecipado, saia fora! Empresas sérias descontam as taxas diretamente do valor do empréstimo ou embutem nos pagamentos das parcelas.

Agora que você já sabe como avaliar se o empréstimo é a melhor opção para quitar suas dívidas, que tal dar o próximo passo e entender como limpar o nome de forma rápida e com pouco dinheiro?

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Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

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