Você já ouviu falar em “dívida ativa”, mas nunca entendeu bem o que isso quer dizer? Muita gente se assusta com o termo — e com razão. Afinal, quando uma dívida chega nesse ponto, é sinal de que a cobrança por parte do governo ficou séria. Mas não precisa entrar em pânico: com a informação certa, dá para entender o que isso significa, como consultar e até como resolver a situação.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e direta tudo o que você precisa saber sobre a dívida ativa. Quais tipos de pendências podem levar seu nome para lá, como consultar, quais os impactos e, o mais importante, como sair dessa. Se você quer retomar o controle da sua vida financeira, este conteúdo é para você!
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ToggleO que significa ter uma dívida ativa?
Ter uma dívida ativa significa que você está devendo para algum órgão público — seja da prefeitura, do governo do estado ou da União — e que esse débito foi oficialmente registrado numa base de dados do governo. É como se existisse um “Serasa” das instituições públicas, e, quando você tem uma dívida não paga com elas, seu nome vai parar lá.
Esse registro acontece quando a cobrança da dívida deixa de ser apenas administrativa (aquela cartinha ou notificação simples que chega primeiro) e passa a ser uma cobrança formal. Ou seja: o governo está dizendo, oficialmente, que você está inadimplente e, a partir daí, pode até tomar medidas legais para reaver esse valor, como protesto em cartório, bloqueio de bens ou até cobrança judicial via execução fiscal.
É importante entender que esse tipo de pendência não acontece só com impostos atrasados. A dívida ativa pode incluir várias outras pendências com o poder público. E o mais complicado é que, uma vez inscrito, você pode ter seu CPF restrito, dificultando seu acesso a crédito, financiamentos e até a concursos públicos, dependendo do caso.
Além disso, negociar esse tipo de dívida costuma ser um pouco mais burocrático, já que cada esfera (municipal, estadual ou federal) tem seu próprio sistema, regras e canais de atendimento. Mas, sim, tem solução — e entender de onde ela veio já é o primeiro passo.
Quais pendências entram na dívida ativa?
Muita gente pensa que dívida ativa é sinônimo de imposto atrasado — tipo IPTU ou IPVA — mas não é só isso. Existem dois tipos principais de dívida ativa: as tributárias e as não-tributárias. Vamos entender a diferença?
- Dívidas tributárias: são aquelas relacionadas a tributos, como impostos, taxas e contribuições. Aqui entram, por exemplo:
- IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) – cobrado pelas prefeituras;
- IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor) – cobrado pelos estados;
- IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) – cobrado pela União;
- ITR (Imposto sobre Propriedade Territorial Rural) – da União, mas parte do valor vai para o município onde está a propriedade.
- Dívidas não-tributárias: não têm a ver com impostos em si, mas são valores que você ficou devendo ao poder público por outros motivos, como:
- Multas de trânsito;
- Multas ambientais;
- Taxas de lixo ou de conservação urbana;
- Tarifas de água e esgoto, cobradas por empresas públicas;
- Débitos com universidades públicas ou instituições federais;
- Indenizações ou ressarcimentos ao Estado.
Ou seja, a dívida ativa pode surgir de várias formas: desde o não pagamento de um imposto até o esquecimento de pagar uma taxa de fiscalização. Cada esfera do governo — municipal, estadual ou federal — é responsável por cobrar as pendências relativas aos serviços que ela oferece.
E vale o alerta: o atraso em qualquer uma dessas obrigações pode, sim, resultar em uma inscrição na dívida ativa, com todas as consequências que isso traz. Por isso, é importante ficar atento aos boletos públicos e sempre buscar formas de regularizar qualquer pendência antes que ela se complique.
Como consultar?
Se a pendência for com a União (ou seja, dívida federal), você pode verificar sua situação pelo portal Regularize, que é o site oficial da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Ele funciona como um painel digital onde você visualiza suas dívidas e já pode tomar providências para regularizar.
O acesso pode ser feito de duas formas:
- Criando um cadastro próprio no site Regularize;
- Ou entrando com sua conta gov.br, que é o login único para acessar serviços digitais do governo.
Depois de fazer o login, é só clicar na opção “Consultar dívida ativa”. O sistema vai mostrar um painel com gráficos e categorias como:
- Situação da dívida (ativa, em negociação, extinta, etc.);
- Tipo da dívida (tributária, não-tributária, previdenciária, FGTS, Simples Nacional);
- Valor detalhado, incluindo multa, juros e encargos;
- Órgão de origem;
- Informações sobre processos administrativos ou judiciais;
- E até dados sobre protestos em cartório, quando existirem.
Além disso, é possível baixar um relatório completo em PDF, o que facilita bastante se você precisar guardar ou apresentar essa documentação.
Importante: se a sua dívida for estadual ou municipal, o caminho é outro. Cada estado e cada prefeitura tem seu próprio sistema de consulta. Em geral, você precisa acessar o site da Secretaria de Fazenda ou da Procuradoria Geral do seu estado ou município. E no caso de débitos com autarquias ou fundações federais, a cobrança é feita pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), e não pela PGFN.
Como tirar meu nome da dívida ativa?
Em geral, assim que você fizer a consulta e identificar a pendência, o próprio sistema (como o Regularize, no caso da União) já permite emitir uma guia de pagamento ou simular um parcelamento com os valores atualizados. Tudo online e com segurança.
Aqui vão alguns caminhos para resolver a situação:
- Pagamento à vista: geralmente oferece descontos nos juros e encargos, o que pode ser uma boa opção se você tiver o valor disponível.
- Parcelamento: você pode dividir a dívida em várias vezes, com valores fixos. As condições variam bastante, então vale a pena simular.
Ah, e não esqueça: se sua dívida for estadual ou municipal, é necessário procurar o órgão correspondente. Muitas prefeituras e governos estaduais já oferecem negociação online, mas em alguns casos pode ser necessário comparecer presencialmente.
Quanto tempo demora para sair da dívida ativa?
Em geral, o nome do contribuinte é retirado da dívida ativa poucos dias ou semanas após o pagamento ou acordo. Mas atenção: o prazo exato depende de vários fatores, como:
- O sistema operacional do órgão responsável (União, estado ou município);
- A forma de pagamento;
- O tipo de dívida;
- E a integração dos dados com os cartórios, no caso de protestos.
Então, se você pagou ou negociou e seu nome ainda aparece como negativado, vale:
- Verificar se o pagamento já foi processado;
- Confirmar se existe algum protesto ativo;
- E, se necessário, entrar em contato com o órgão responsável para acelerar a baixa.
O que acontece quando o CPF vai para dívida ativa?
Quando o seu CPF entra na dívida ativa, a situação complica — e não é pouco. Mesmo que o seu nome não vá parar direto nos cadastros tradicionais, como SPC ou Serasa, ele passa a constar no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal, conhecido como Cadin.
Na prática, isso significa que você fica registrado como devedor para os órgãos públicos. E essa negativação no setor público pode atrapalhar bastante sua vida financeira. Veja alguns exemplos do que pode acontecer:
- Dificuldade (ou até impedimento) de conseguir crédito em bancos e instituições financeiras;
- Proibição de abrir conta corrente em algumas instituições;
- Bloqueio da restituição do Imposto de Renda;
- Impedimento de participar de licitações públicas, se você for empresário ou prestador de serviço.
Além disso, dependendo do valor e do tipo da dívida, o governo pode entrar com uma ação de execução fiscal para cobrar o valor judicialmente, o que pode resultar em bloqueio de bens e contas.
Suja o nome?
Essa é uma dúvida bem comum — e a resposta é: sim, mas de uma forma diferente.
Estar na dívida ativa não gera automaticamente uma negativação nos birôs de crédito privados, como SPC, Serasa ou Boa Vista. Porém, o seu CPF fica sim “sujo” no âmbito público, já que vai parar no Cadin, que funciona como um cadastro de inadimplentes mantido pelo governo.
Então, mesmo que você consulte seu CPF no Serasa e ele apareça “limpo”, ainda assim pode ter restrições com bancos públicos, com o governo e até em processos administrativos ou concursos. E dependendo da situação, a Procuradoria pode até protestar a dívida em cartório — e aí sim seu nome pode acabar negativado nos sistemas de proteção ao crédito convencionais.
Ou seja, não é porque não aparece no Serasa que está tudo bem. Entrar na dívida ativa é um sinal claro de que a situação precisa ser regularizada o quanto antes.
Esperamos ter te ajudado a entender melhor a dívida ativa e como sair dela. Se quiser ir além, leia nosso artigo sobre como conseguir desconto na negociação de dívidas — pode fazer toda a diferença no seu bolso!