Entrar para uma universidade é o sonho de muitos brasileiros, mas uma grande parte não consegue ingressar em uma instituição pública e gratuita.
Para estudantes de baixa e média renda, o valor das mensalidades em faculdades privadas, além de todos os outros custos de estudar, como transporte, alimentação e livros são grandes desafios.
Nesse caso, contratar um financiamento estudantil pode ser a solução. Além do FIES, que é a alternativa mais conhecida há alguns anos, existem outros programas que podem ser analisados antes da escolha final.
Continue a leitura para descobrir como escolher o melhor financiamento para a sua graduação!
Você vai ver nesse conteúdo:
ToggleFinanciamento estudantil no Brasil
Em 1976 foi implantado o primeiro financiamento estudantil criado no Brasil, o CREDUC (Programa de Crédito Educativo), que beneficiou mais de 870 mil estudantes.
No começo, os empréstimos eram feitos com recursos da Caixa Econômica Federal e dos demais bancos comerciais participantes. Os encargos totais do financiamento chegavam a 15% ao ano.
Após a aprovação da Constituição Federal de 1988, os recursos do programa passaram a depender de investimentos feitos pelo Ministério da Educação. Por conta da inadimplência e falta de recursos, o CREDUC foi suspenso em 1997 e oficialmente extinto em 1999.
FIES
O FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) foi criado em 1999, pelo Ministério da Educação, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A ideia era financiar até 100% (com uma pequena taxa de juros) os custos de cursos presenciais em faculdades particulares para estudantes de baixa renda.
Desde então, o seu objetivo é o mesmo, mas o programa passou por uma série de mudanças.
No governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010, as principais mudanças foram:
- a taxa de juros foi de 6,5% para 3,4% ao ano;
- o prazo de carência (período em que o estudante paga apenas os juros do financiamento) passou a ser de 18 meses;
- o prazo para finalizar o pagamento das mensalidades do empréstimo era de até três vezes o tempo de duração do curso.
Em 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o programa também passou por alterações:
- taxa de juros voltou a ser de 6,5%;
- limite máximo de 6,4% no valor do reajuste das mensalidades;
- candidato deveria ter, no mínimo, 450 pontos no Enem;
- quem tivesse zerado a redação não teria acesso ao financiamento.
Como é o FIES atualmente?
No ano de 2018, no governo do ex-presidente Michel Temer, o FIES passou por inúmeras mudanças e passou a ser chamado de Novo Fies, sendo dividido em 3 modalidades:
- modalidade 1 — exclusiva para estudantes com renda familiar de até 3 salários mínimos por pessoa e sem juros sobre as parcelas;
- modalidade 2 — voltada para estudantes com renda familiar de até 5 salários mínimos por pessoa e moradores das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Nesse caso, o financiamento tem juros e a taxa é definida pelo banco;
- modalidade 3 — destinada para estudantes das regiões do Brasil que não estão contempladas na modalidade 2, mas que também possuem renda familiar de até 5 salários mínimos e vão ter que pagar os juros definidos pelo banco.
Os demais requisitos para participar da seleção do programa são:
- ter feito a prova do ENEM a partir da edição de 2010;
- não ter zerado a redação e ter média igual ou superior a 450 pontos;
- não ter solicitado o FIES anteriormente;
- não ser participante do PROUNI;
- não ser formado em curso superior;
- ter renda bruta familiar maior do que o custo das mensalidades que serão financiadas.
Ao contrário do que acontecia antes, com o Novo Fies os candidatos devem começar a pagar as parcelas logo após a formatura ou ingresso em um emprego.
Além disso, não existe mais limite no valor da mensalidade. Qualquer curso superior presencial de instituições participantes pode ser financiado.
Outros tipos de financiamento estudantil
Além do FIES existem outras alternativas para quem precisa de crédito estudantil. Confira o funcionamento de algumas delas!
PRAVALER
O PRAVALER é um programa estudantil privado, que permite aos alunos o pagamento de apenas parte das mensalidades enquanto estudam. O restante, que pode ser até de 50%, é financiado e o pagamento é realizado após a formatura.
O prazo para a devolução do dinheiro emprestado é o mesmo período de duração do curso. Ou seja: quem faz uma graduação de 4 anos, terá 4 anos para pagar.
A taxa de juros varia de acordo com o curso e a faculdade escolhida, sendo que podem ser de 0 a 3% ao mês. Além disso, o PRAVALER pode ser usado em cursos técnicos, graduação, pós-graduação ou intercâmbio e não é preciso ter feito o ENEM.
Para contratá-lo é necessário:
- ter um garantidor com renda a partir de um salário mínimo;
- comprovar renda mínima (que pode ser somada com a renda do garantidor) de pelo menos 2,2 vezes o valor da mensalidade do curso escolhido;
- estar com o nome limpo.
Financiamentos estudantis bancários
A maioria dos bancos tradicionais possui financiamentos estudantis, que podem ser solicitados para pagar o ensino superior e as regras variam de acordo com a instituição. Geralmente, os candidatos precisam apresentar um fiador e não ter restrições no nome.
No Bradesco, o crédito estudantil é disponibilizado para quem tem conta no banco e permite que os estudantes tenham até 12 meses para pagar cada semestre financiado, em cursos de faculdades conveniadas. A taxa de juros varia de acordo com o convênio do banco com a instituição.
Já o financiamento estudantil Santander é exclusivo para cursos de Medicina, está disponível a partir do 4º semestre do curso e é preciso que o estudante tenha um avalista — que vai passar por uma análise de crédito.
O Banco Santander também oferece um crédito estudantil para financiar cursos de pós-graduação de clientes, com taxas a partir de 1,99% ao mês. Nesse caso, o Santander paga o valor de uma única vez para a instituição de ensino e o estudante tem até 60 meses para pagar.
Financiamentos estudantis das próprias faculdades
Outra possibilidade é verificar se a própria instituição de ensino disponibiliza algum programa de financiamento estudantil para o seu perfil.
Como as empresas estão muito interessadas em conquistar mais alunos, geralmente, os critérios para aprovação são mais negociáveis.
Quais critérios devo analisar para escolher o melhor financiamento estudantil?
Agora que você já conheceu melhor alguns tipos de financiamentos estudantis, vamos entender como escolher o melhor para o seu perfil? Confira algumas dicas!
Verifique quais programas a faculdade aceita
Se você já passou no vestibular e está matriculado em uma faculdade, ou mesmo se tem o sonho de estudar em uma universidade específica, entre em contato com a organização para saber quais programas de financiamento estudantil são aceitos por ela.
Afinal, nem mesmo o FIES, que é o financiamento mais popular, é aceito por todas as instituições. Aproveite para perguntar se a faculdade tem algum programa de financiamento próprio!
Observe os critérios para aprovação
Cada programa de financiamento estudantil possui os seus critérios de aprovação. Para participar pelo FIES, por exemplo, não pode ter renda superior a 5 salários mínimos. Em outros financiamentos, não é permitido ter o nome sujo. Portanto, é fundamental verificar se o seu perfil se encaixa nas regras.
Confira o percentual de financiamento
Nem todos os programas de crédito estudantil cobrem o valor total das mensalidades do curso. Para não ser pego de surpresa, caso escolha um financiamento que não seja de 100% dos custos, verifique se a sua renda será capaz de arcar com as despesas restantes.
Compare as taxas de juros e o prazo para pagamento
Para fazer uma boa escolha, é essencial comparar as informações de pagamento e prazos de várias opções. É claro que a ideia é encontrar o programa que oferece a menor taxa de juros e mais prazo para pagar as mensalidades.
Quem tem direito ao FIES com juros zero, por exemplo, dificilmente encontrará uma alternativa de financiamento mais vantajosa.
Saiba como se organizar para pagar o financiamento estudantil
A maioria dos estudantes entra na faculdade com sonhos gigantes, que incluem sair do curso com um excelente emprego e um salário bom. Entretanto, é impossível ter certeza de que isso vai acontecer, concorda?
Para evitar dor de cabeça e dívidas logo após a formatura, você precisa se preparar para pagar o financiamento estudantil. Separamos algumas dicas:
Descubra o custo total do financiamento
O primeiro passo para organizar-se e pagar qualquer tipo de empréstimo é o cálculo do valor total da dívida, o CET (Custo Efetivo Total). Além dos juros, o seu contrato de financiamento tem outros custos que precisam ser considerados no planejamento.
Organize as suas finanças e corte gastos
Tenha um controle de todas as suas receitas e despesas, incluindo os outros gastos da faculdade, como transporte, alimentação e materiais. Após colocar tudo na ponta do lápis vai ser mais fácil analisar se existem custos que podem ser reduzidos ou eliminados.
Poupe dinheiro
Que tal criar metas para se motivar a poupar dinheiro durante o período da faculdade? Dessa forma, talvez seja possível adiantar parcelas do financiamento estudantil e negociar a redução de juros.
Se o orçamento está apertado, e você não sabe mais como economizar, considere ganhar mais dinheiro — existem várias formas de conseguir uma grana extra no seu tempo livre.
O financiamento estudantil, como qualquer outro empréstimo, precisa ser contratado com muito cuidado. Se essa for a única solução para você continuar os estudos, compare várias opções e comece a se organizar desde agora para pagar as parcelas sem sufoco.
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