Como a recessão econômica afeta a sua vida financeira?

A recessão econômica é um dos fenômenos mais temidos por governos, empresas e famílias. Caracterizada pela queda generalizada da atividade econômica, ela afeta o emprego, o consumo, os investimentos e, principalmente, a qualidade de vida da população.

Neste conteúdo, explicamos melhor o que é esse período e o que ele representa para a sua vida financeira. Além disso, ilustramos como a recessão pode impactar a vida de pessoas endividadas. Continue lendo e saiba mais!

O que é recessão econômica?

A recessão econômica é um período de declínio significativo na atividade econômica de um país. O seu maior indicador é a queda no Produto Interno Bruto (PIB) — isto é, no valor total de bens produzidos — durante dois trimestres consecutivos ou mais. Esse fenômeno reflete uma desaceleração generalizada da economia, com impactos em diversos setores, como consumo, investimento, produção industrial, comércio e emprego.

Além disso, esse momento representa um cenário de pessimismo econômico, em que a confiança de consumidores, empresas e investidores diminui. Como consequência, há redução do crédito, da renda, do poder de compra e do volume de negócios, o que cria um ciclo de retração que tende a se autoalimentar até que medidas eficazes sejam tomadas.

A última recessão do Brasil, por exemplo, aconteceu entre 2014 e 2016 e é considerada a pior recessão da história do país em termos de duração e profundidade até então. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, acumulando uma queda de mais de 7% em dois anos consecutivos. Uma das suas consequências diretas foi o crescimento do desemprego: de 6,5% em 2014 para mais de 13% em 2017.

Como uma recessão econômica começa?

São muitos os fatores que podem influenciar na economia de um país e, portanto, dar início ao cenário de instabilidade que leva à recessão. Por exemplo:

  • Problemas externos: guerras, pandemias, desastres naturais ou crises internacionais podem interromper cadeias produtivas e abalar a confiança dos mercados.
  • Inflação alta: o aumento dos preços de produtos e bens representa uma perda do poder de compra e, portanto, afeta diretamente o consumo, principal motor da economia. Com menos demanda, as empresas reduzem produção e demitem funcionários, agravando a crise.
  • Aumento de juros: para conter a inflação, os bancos centrais elevam as taxas de juros. Isso encarece o crédito, desestimula o consumo e o investimento e, se for excessivo, pode levar à retração da economia.
  • Crises financeiras: bolhas de ativos, como a bolha imobiliária de 2008, nos Estados Unidos, podem desestabilizar o sistema financeiro, levando bancos à falência e congelando o crédito.
  • Problemas estruturais internos: déficits fiscais elevados, corrupção, baixa produtividade ou instabilidade política também podem gerar desconfiança e retração econômica.
  • Queda das exportações ou da produção industrial: dependência de matérias primas, por exemplo, pode tornar a economia vulnerável à variação de preços internacionais.

Quais são as consequências de uma recessão econômica?

O período de recessão econômica tem profundos efeitos na vida da população em geral, uma vez que está associado a uma diminuição do poder de compra e à alta dos preços de bens de consumo e das taxas de juros. A camada mais pobre do país é quem costuma enfrentar mais dificuldades nesses períodos.

Dentre as principais consequências da recessão, estão:

1. Aumento do desemprego

Empresas enfrentando queda de receita tendem a reduzir custos, o que, em geral, representa demissões. O desemprego cresce e, com ele, aumentam a informalidade e o subemprego.

2. Queda na renda e no poder de compra

Mesmo quem mantém o emprego pode sofrer com congelamento de salários, redução de jornadas ou perda de benefícios. A inflação, se combinada à recessão, agrava ainda mais essa perda de poder de compra, com o aumento gradual dos preços de produtos essenciais, como os alimentos.

3. Redução no consumo

Com menos renda e mais incerteza, as famílias passam a gastar menos, afetando o comércio, os serviços e a produção industrial — o que retroalimenta a recessão. Ou seja: quanto menos dinheiro as pessoas têm para gastar, menos a indústria pode se recuperar, e ainda menos dinheiro estará disponível para a população em geral.

4. Aumento da desigualdade social

A recessão tende a afetar com mais intensidade os trabalhadores de baixa renda e com menor escolaridade, ampliando as desigualdades econômicas e sociais. 

Além disso, o aumento de trabalhos informais e a diminuição ou corte dos benefícios nas empresas também contribui para que, mesmo em um período de recuperação financeira, trabalhadores tenham mais dificuldades para retomar os ganhos que tinham antes do período de recessão.

5. Corte de investimentos públicos

O governo, diante da queda de arrecadação, muitas vezes reduz gastos com saúde, educação, infraestrutura e programas sociais, prejudicando ainda mais a população. Nesse sentido, o acesso a serviços essenciais também pode se tornar mais difícil.

6. Crise de crédito

Os bancos se tornam mais rígidos na concessão de crédito, dificultando empréstimos tanto para consumidores quanto para empresas. Isso limita a capacidade de recuperação da economia, já que há menos dinheiro circulando.

Mesmo nos casos em que o crédito é concedido, as taxas de juros tendem a ser mais altas, e as condições de pagamento, piores.

7. Aumento da insegurança e da instabilidade emocional

A incerteza em relação ao futuro, a dificuldade de pagar contas ou manter o padrão de vida e o desemprego prolongado afetam a saúde mental da população, podendo aumentar casos de ansiedade, depressão e outras condições.

Qual é o impacto da recessão para endividados?

O cenário de recessão equivale a um momento de dificuldades financeiras para o país como um todo. Com menos dinheiro entrando, o pagamento de dívidas deixa de ser prioridade diante de gastos essenciais como alimentação, moradia e saúde — o que aumenta a inadimplência.

No Brasil, porém, é comum que pessoas endividadas priorizem o pagamento de suas dívidas e não a realização de novas. O Relatório de economia bancária, publicado pelo Banco Central, aponta uma correlação clara e negativa entre o aumento do endividamento entre 2011 e 2014 e a variação de consumo, medido pelas compras em cartão de crédito da mesma pessoa, nos anos de recessão, 2015 e 2016. 

De acordo com o estudo, quem contraiu mais dívidas nos anos anteriores à recessão também teve cortes mais expressivos de consumo nos anos em que a atividade econômica caiu. Da mesma forma, os dados históricos da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) mostram resultados similares: os níveis de endividamento nos anos anteriores a 2015 e 2016 são superiores aos dos anos em que a recessão estava de fato acontecendo.

A explicação é simples: a dificuldade para obter crédito e a priorização de produtos e serviços essenciais faz com que a população diminua os seus gastos com bens de consumo mais caros, que aumentam as pendências financeiras. Isso não significa, porém, que os endividados deixam de existir.

Por outro lado, limpar o próprio nome também se torna mais difícil. Além do congelamento de linhas de crédito, as instituições financeiras também podem apresentar condições menos favoráveis para a renegociação de dívidas, o que dificulta a finalização de acordos. 

Como lidar com as dívidas durante a recessão?

Se você tem o nome limpo, mas quer evitar cair na inadimplência, a organização financeira deve ser a sua prioridade. Evidentemente, a recessão representa um momento de muitas incertezas e dificuldades econômicas, e, por isso, se preparar para diferentes cenários é fundamental. 

Nesse sentido, evite fazer compras a prazo e adquirir produtos financeiros, como empréstimos ou cartões de crédito, a menos que você tenha certeza de que conseguirá arcar com as parcelas. Outra dica importante é tentar, sempre que possível, manter uma reserva financeira, para casos de emergências.

Por outro lado, se você já está com o nome sujo, a melhor opção é tentar renegociar o valor devido. Embora as condições não sejam as melhores, os Feirões Limpa Nome ainda podem oferecer descontos significativos. 

Aproveite para conferir, agora, se você tem pendências em seu CPF. No site da Acerto, você pode conferir opções de parcelamento e descontos para resolver as suas dívidas já!

Summary

Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

Você pode gostar também

Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.