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Poupança: Passo a Passo Para Calcular Rendimentos

Tempo de leitura: 8 minutos

Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil apontou que mais de 60% dos brasileiros guarda dinheiro na conta poupança. Você está nesse grupo? Sabe como calcular seus rendimentos?

Para a maioria dos brasileiros, não conseguir guardar dinheiro ao final de cada mês é uma realidade bem próxima. 

Mas se você está entre os que conseguem fazer alguma economia, vai gostar de saber mais sobre o cálculo do rendimento da poupança.

O que é poupança?

Talvez você já saiba que a conta corrente é aquela que utilizamos para receber salário, fazer transferências bancárias e pagar contas. É o termo “corrente” que está ligado à ideia de movimentação financeira. 

A conta poupança tem outro objetivo.

Poupança, por definição, é o “ato ou efeito de poupar; dinheiro economizado”. Sendo assim, uma conta poupança é aquela utilizada para guardar dinheiro

Ainda que algumas movimentações sejam permitidas ― em geral, dois saques, duas transferências e dois extratos por mês ―, há limitações nesse sentido. 

Por isso, não se pode receber salário diretamente na conta poupança em diversos casos. Em alguns, existe inclusive um limite máximo para o valor que pode ser transferido ou depositado nesse tipo de conta.

Como veremos a seguir, além de ajudar a guardar dinheiro, a poupança possui rendimento e isso faz com que esse tipo de conta também seja uma forma de investimento bastante segura.

Rendimento da conta poupança

Ainda que as movimentações financeiras na poupança sejam limitadas, uma das vantagens de ter uma conta dessas é o fato de que seu dinheiro vai render um pouquinho todo mês.

O rendimento é uma espécie de lucro, ou seja, uma forma de aumentar a quantidade de dinheiro que você tem guardada. É um tipo de juros, que ao invés de trabalhar contra você, trabalha a seu favor!

O rendimento da poupança varia, porque está relacionado a variações de duas taxas financeiras: a Selic e a Taxa de Referência (TR).

A taxa Selic está sempre sujeita a alterações. É importante acompanhar a evolução dela, pois isso pode te ajudar a direcionar melhor o dinheiro que guarda.

Nos últimos dois anos (2019 e 2018) a Taxa Referencial ou Taxa de Referência definida pelo Banco Central foi de 0,00%.

Para você ter uma ideia, o rendimento – ou juros – da poupança, em 2019, foi de 4,34% ao ano. O que significa que foi com base nesse percentual que o dinheiro guardado em conta poupança rendeu, ou seja, aumentou no ano passado.

Vamos a um exemplo bem simples: Se no primeiro dia de 2019 Alex guardou R$70 em sua conta poupança, com o juros a 4,34%, no último dia do ano ele tinha cerca de R$ 73,04.

(R$70,00 + R$70,00*0,0434) = R$ 73,04

Vale esclarecer que quem guarda dinheiro na poupança, caso precise, pode retirar a quantia a qualquer momento. Desde que respeite os limites de saque e transferência apresentados pelo banco.

É importante destacar também que o rendimento da conta poupança é igual para todos os bancos. Assim, quanto a isso, não faz diferença se você guarda seu dinheiro na poupança da Caixa ou na do Santander, por exemplo.

Passo a passo: como o rendimento é calculado?

Mês a mês o Banco Central divulga o rendimento da poupança para o período. Para você entender mais sobre o assunto, é interessante saber como o juros da poupança é calculado. Vamos lá?

Como já dissemos anteriormente, o rendimento da poupança depende principalmente da Taxa Selic: a taxa básica de juros da economia, utilizada para controle da inflação. 

A TR é calculada diariamente pelo governo e que tem um valor de, atualmente, 0,00%, por isso não influencia os rendimentos da poupança.

Para quantias guardadas na poupança até 03 de maio de 2012, a regra para o cálculo do rendimento é a seguinte:

  • Taxa de juros de 0,5% + TR%.

Para depósitos feitos a partir do dia 04 de maio de 2012, a regra para o cálculo do rendimento da poupança é esta:

  • Se a Selic for maior que 8,5%: taxa de juros igual 0,5% ao mês + TR%;
  • Se a Selic for menor ou igual a 8,5%: taxa de juros igual a 70% da Selic + TR%.

Como a média atual da Selic é de 4,5%, o que vale é o segundo cenário. Desde que essa mudança foi implementada, em 2012, a caderneta de poupança se tornou menos atrativa enquanto investimento, pois ficou menos rentável (rende bem menos que a taxa Selic).

E, ainda que a ideia do cálculo seja simples, pode ser trabalhoso fazer as contas. Por isso, felizmente, você pode contar com uma ferramenta especial do Banco Central, a Calculadora do Cidadão.

Acessando a ferramenta, você deve consegue calcular qual valor terá ao final de um dado período.

Vale a pena deixar o dinheiro na poupança?

A poupança é uma forma bastante segura de investimento. Em tese, quem guarda dinheiro na poupança não corre risco de perdas e, por isso, certamente vale mais a pena deixar o dinheiro nessa conta do que guardado em casa. 

Além disso, render um pouco é melhor que não render nada, né?

Entretanto, entre os tipos de investimento seguros que existem, a poupança nem sempre é o que tem melhor rendimento. 

Em outras palavras, se você não buscar outra forma de fazer seu dinheiro render, pode acabar desperdiçando a chance de aumentar seus ganhos. 

Isso acontece pois não é raro que o rendimento da poupança fique abaixo da inflação: o que significa que, no fim das contas, mesmo que seu dinheiro tenha rendido um pouco, esse aumento não é suficiente para manter o mesmo poder de compra que você tem hoje.

Sabendo disso, nada de desespero! Não há problema algum em deixar seu dinheiro rendendo na conta poupança enquanto aprende mais sobre as alternativas que você tem.

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    Deixar dinheiro na poupança é seguro?

    Durante o governo de Fernando Collor, parte dos cidadãos brasileiros tiveram o dinheiro de suas poupanças confiscado, como parte da política econômica do então presidente.

    O confisco da poupança, que aconteceu em março de 1990, prejudicou a vida de muita gente. Mesmo muitos anos depois, esse “fantasma” ainda assusta e faz com que algumas pessoas ainda sintam medo de deixar o dinheiro na poupança.

    Se você é uma delas, saiba que temos uma lei ― a Emenda Constitucional n°32, de 2001 ― que proíbe a detenção ou o sequestro de bens, inclusive do dinheiro da sua conta poupança. Assim, o risco já não existe.

    Ainda, a poupança tem a proteção do FGC, o Fundo Garantidor de Crédito. Isso significa que mesmo se o banco em que você tem sua conta quebrar, você tem a garantia de receber até R$ 250 mil ― valor limitado ao saldo da sua poupança.

    Para entender melhor, se você tem R$ 5 mil na sua conta e o banco quebra, o FGC assegura que você receberá os R$ 5 mil que são seus. 

    Com tudo isso, deixar dinheiro na poupança é seguro sim!

    Quando compensa usar a poupança?

    Quando pesquisamos sobre deixar dinheiro na poupança, é comum encontrar comparativos com a taxa de inflação. 

    O IPCA, medido mês a mês pelo IBGE, é o índice oficial da inflação. Saber disso é importante porque você pode facilmente se deparar com essa sigla por aí!

    Quando o IPCA (a inflação) está mais alto do que a taxa de rendimento da poupança, a melhor coisa a se fazer é buscar outro investimento seguro. Quer entender o porquê?

    Você se lembra da frase “em tese, quem guarda dinheiro na poupança não corre risco de perdas”? Acontece que, quando o IPCA está acima do juros da poupança, nosso dinheiro passa a valer menos.

    É aquela história: em um dia, com R$ 5 você compra X e, algum tempo depois, esses mesmos R$ 5 não são suficientes para comprar X. É a alta da inflação que nos leva a essa situação e, também, que faz com que deixar dinheiro na poupança não seja a melhor ideia.

    Atenção: deixar dinheiro na poupança é sempre melhor do que guardá-lo embaixo do colchão!

    Com tudo isso, vale a pena colocar dinheiro na poupança quando o rendimento estiver acima da inflação, ou seja, for superior ao IPCA. Nessa situação, seu dinheiro não perde poder de compra e o ganho com a conta poupança é mais efetivo.

    Opções de conta poupança (bancos e taxas)

    Se você tem uma conta corrente e usa cartão de crédito, sabe que muitos bancos cobram taxas para que possamos utilizar alguns de seus serviços. Para a poupança, porém, não deve haver taxas ― ou seja, a tarifa é zero.

    Com isso, existem outros critérios que você deve observar para escolher em qual banco abrir sua conta poupança, tais como facilidade para ter e transferir da conta corrente, proximidade dos locais que frequenta, praticidade de uso de aplicativo, benefícios do cartão, entre outros.

    Qualquer pessoa pode abrir uma conta poupança?

    Todo cidadão pode ter uma conta poupança mesmo que não seja correntista do banco escolhido. Em geral, os bancos pedem um documento de identificação, como a Carteira de Identidade, e um comprovante de residência.

    É comum que as instituições bancárias peçam também um comprovante de renda, mas não tê-lo não te impede de abrir a sua conta.

    Adolescentes com idade entre 16 e 18 anos devem ir ao banco acompanhados de um adulto para fazer a abertura de sua conta. Já os menores de 16, além de precisarem da presença do responsável, em alguns casos só têm direito a consultar o extrato de sua conta, e as movimentações só podem ser feitas pelo responsável (isso pode variar).

    O processo e as regras para a abertura de uma conta poupança podem mudar de um banco para o outro. Por isso, informe-se sobre os documentos necessários em cada caso antes de se dirigir à agência mais próxima.

    Há casos em que o banco pede um depósito para garantir a abertura de sua poupança. Perguntar a respeito antes de iniciar o processo ou antes de assinar os documentos é fundamental para não ter surpresas, ok?

    Outras opções seguras de investimento

    Agora você já sabe que pode ter uma conta poupança, que essa é uma opção segura e que, inclusive, pode lhe render algum dinheiro. Como mencionado, porém, a poupança não é a melhor escolha sempre ― basta se lembrar da explicação sobre o que acontece quando a inflação está mais alta.

    Por essa razão, é interessante conhecer outras opções seguras de investimento e, para quem está começando a buscar opções para fazer o dinheiro render mais, temos o CDB e o Tesouro Direto.

    • CDB ― Certificado de Depósito Bancário: investir no CDB é como emprestar dinheiro ao banco e, depois de um tempo, receber de volta com juros.

    Esse investimento costuma ter rendimento melhor do que a poupança, mas você precisa dar atenção ao período de carência. É comum que exista um prazo para que você possa retirar o dinheiro e, caso faça a movimentação antes, pode acabar tendo perdas.

    Se você não pode aguardar o período de carência, é importante buscar um CDB de liquidez diária ― que permite a você retirar dinheiro a qualquer momento caso precise. Esse investimento também é assegurado pelo FGC.

    • Tesouro Direto: comprar um título do Tesouro Direto é como financiar as despesas do governo, o que torna esse investimento tão seguro quanto o CDB e a poupança.

    O Tesouro tem rendimento acima da poupança, ou seja, garante que seu dinheiro renderá mais. Além disso, esse tipo de investimento tem liquidez diária.

    Está se perguntando qual deles escolher? A poupança é o investimento mais simples de todos, o mais fácil de fazer. 

    Entre as duas outras opções, vale a pena avaliar a rentabilidade e o período de carência do CDB, ou seja, o tempo que você deve esperar antes de ter acesso ao dinheiro aplicado.

    O CDB vale mais a pena do que o Tesouro Direto quando você busca um banco menor e quando sua rentabilidade é maior do que o CDI. 

    CDI é considerado o “índice ideal”, aquele que garante a melhor rentabilidade ao investidor.

    É importante saber que, diferentemente da poupança, dependendo de onde você for gerenciar seus investimentos, é possível que existam taxas de administração

    Existem alguns aplicativos e sites gratuitos. Pesquise e se informe antes de começar a investir! 

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