Tudo o que você precisa saber para sair do endividamento

Você sabe exatamente o que significa estar endividado? Muita gente associa o termo à inadimplência, mas os dois não são sinônimos. Ter dívidas faz parte da vida adulta — e nem sempre é um problema. O grande desafio está em manter o controle: quando o valor das parcelas começa a ultrapassar o que cabe no orçamento, o endividamento deixa de ser saudável e vira uma bola de neve difícil de conter.

No Brasil, essa realidade já afeta 77,8 milhões de pessoas, de acordo com o Mapa da Inadimplência de junho de 2025, divulgado pelo Serasa. São pessoas com dificuldades para pagar contas do dia a dia, como água, luz e gás, além de dívidas com bancos e financeiras. O aumento do custo de vida, o uso excessivo do crédito e a falta de planejamento são só alguns dos fatores que explicam por que tanta gente chega a esse ponto.

Mas a boa notícia é que existe caminho de volta.

Neste artigo, você vai entender:

  • o que é, de fato, endividamento;
  • quais são os principais tipos e causas;
  • quais os impactos na vida pessoal e financeira;
  • como sair das dívidas de forma organizada;
  • e o que fazer para não chegar lá.

Se o assunto te interessa — ou se você está buscando uma luz no fim do boleto —, continue lendo. Informação é o primeiro passo para retomar o controle da sua vida financeira!

Qual é o conceito de endividamento?

Endividamento é o termo usado para descrever a situação em que uma pessoa, empresa ou até um país assume compromissos financeiros que precisam ser pagos no futuro. Ou seja: sempre que você pega dinheiro emprestado, faz uma compra no cartão de crédito ou financia algum bem, está se endividando. A dívida em si não é, necessariamente, um problema — o que define se o endividamento é saudável ou não é a capacidade de pagamento.

Quando uma pessoa consegue manter suas contas em dia, mesmo tendo dívidas parceladas, dizemos que ela está com um endividamento controlado. O risco começa quando o valor total das parcelas consome grande parte da renda mensal, deixando pouco espaço para imprevistos ou outras despesas básicas. Por isso, entender seu grau de endividamento e manter o equilíbrio financeiro é fundamental para evitar a inadimplência — ou seja, o não pagamento das dívidas.

De forma geral, podemos dizer que o endividamento faz parte da vida adulta e, em muitos casos, pode ser uma ferramenta positiva (como ao financiar um imóvel ou investir em um negócio). O problema surge quando os gastos crescem sem planejamento, os juros se acumulam e o orçamento já não dá mais conta de tudo.

Quais são os tipos?

Os tipos de endividamento se diferenciam principalmente pela finalidade da dívida e pelas condições de pagamento envolvidas. Essa classificação é importante porque nem toda dívida é igual — algumas fazem parte de um planejamento financeiro saudável, enquanto outras sinalizam desequilíbrios no orçamento. Veja os principais:

  • Por consumo: dívidas feitas para comprar bens ou serviços no dia a dia, como roupas, eletrônicos ou alimentação, geralmente no cartão de crédito ou parcelado em lojas. Costumam ter juros altos quando atrasadas.
  • Habitacional: financiamentos de longo prazo, como os de imóveis e veículos. Envolvem parcelas fixas, juros mais baixos e exigem planejamento de longo prazo.
  • Emergencial: feitas para cobrir imprevistos, como problemas de saúde ou desemprego. Muitas vezes envolvem empréstimos rápidos, com condições pouco vantajosas.
  • Produtivo: dívidas contraídas para gerar renda futura, como abrir um negócio, comprar equipamentos de trabalho ou investir em educação. Podem valer a pena se forem bem calculadas.
  • Compulsório: ocorre quando a pessoa precisa se endividar para pagar contas básicas do mês, como luz, água ou supermercado. É o tipo mais preocupante, pois indica que o orçamento não cobre nem o essencial.

Qual a principal causa do endividamento?

A principal causa do endividamento no Brasil é o uso do crédito bancário, especialmente cartões de crédito. De acordo com o Mapa da Inadimplência de junho de 2025, divulgado pelo Serasa, 27,5% das dívidas estão relacionadas a bancos e cartões, o que inclui não só compras parceladas, mas também o uso do crédito rotativo — que tem um dos juros mais altos do mercado.

Logo em seguida, aparecem as contas básicas, como luz, água, gás e telefone, que representam 20,7% das dívidas registradas. Esse dado é especialmente preocupante porque mostra que muitas pessoas estão com dificuldades para arcar com as despesas essenciais do dia a dia.

Outros motivos relevantes de endividamento são:

  • Financeiras (19,4%);
  • Serviços (11,8%).

Esses dados mostram que o endividamento muitas vezes não está ligado ao consumo supérfluo, mas sim à tentativa de manter o básico funcionando. É um reflexo direto do custo de vida elevado, da renda insuficiente e da facilidade (e ao mesmo tempo perigo) do crédito rápido e desregulado. Quando o salário não acompanha as despesas, é comum recorrer ao cartão, ao empréstimo ou ao atraso de contas — e é aí que a bola de neve começa.

Quais são as consequências?

O endividamento afeta mais do que o bolso. Quando as dívidas começam a pesar, as consequências se espalham por várias áreas da vida — da saúde emocional ao acesso ao crédito, passando pelos relacionamentos pessoais e pela realização de metas. Entenda os principais impactos:

1. Estresse financeiro e saúde mental comprometida

Estar endividado mexe com o emocional. A preocupação constante com boletos atrasados, cobranças e juros acumulando pode gerar sintomas como:

  • dificuldade para dormir e se concentrar;
  • irritabilidade, ansiedade e sensação de fracasso;
  • dores físicas, como de cabeça ou estômago, e cansaço frequente.

Com o tempo, essa pressão pode evoluir para quadros mais graves, como crises de ansiedade ou depressão. Por isso, além de buscar soluções para a dívida, é importante cuidar da saúde mental e pedir ajuda quando necessário.

2. Conflitos familiares e afastamento social

As finanças são uma das principais causas de conflitos dentro de casa. Quando falta dinheiro, aumentam as discussões, os ressentimentos e as restrições no estilo de vida — o que afeta o bem-estar da família como um todo. 

Além disso, quem está endividado muitas vezes evita sair ou contar sua situação para amigos, o que pode levar ao isolamento e até ao rompimento de vínculos importantes.

3. Dificuldade para realizar planos

Toda dívida compromete parte da renda. Isso significa menos dinheiro para investir em sonhos e objetivos, como:

  • formar uma reserva de emergência;
  • pagar um curso ou faculdade;
  • comprar ou reformar a casa própria;
  • fazer uma viagem ou trocar de carro;
  • contribuir para a aposentadoria ou investir.

Em outras palavras, o endividamento prolongado pode atrasar — ou até impedir — a conquista de metas importantes para sua qualidade de vida.

4. Limitações no estilo de vida

Com o orçamento apertado, é comum precisar cortar tudo que não é essencial: lazer, restaurantes, viagens e até mesmo o transporte. Muitas pessoas relatam que, por conta das dívidas, deixaram de sair com amigos, precisaram vender o carro ou mudar hábitos simples do dia a dia para tentar equilibrar as contas.

5. Queda no score e dificuldade para conseguir crédito

Estar endividado também afeta sua imagem no mercado. Um histórico de atrasos ou inadimplência reduz seu score de crédito — aquela pontuação usada por bancos e financeiras para decidir se vão liberar crédito para você. Isso traz várias consequências:

  • maior dificuldade para conseguir empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito;
  • taxas de juros mais altas mesmo quando o crédito é aprovado;
  • restrições no nome, que limitam ainda mais as opções de negociação.

Como sair do endividamento?

Sair do endividamento exige planejamento, organização e, acima de tudo, ação. Não adianta esperar as coisas melhorarem sozinhas — é preciso encarar o problema de frente e buscar soluções práticas. Veja um passo a passo para começar:

  1. Coloque tudo na ponta do lápis: para isso, liste todas as suas dívidas: valor total, parcelas, juros, vencimentos e com quem está devendo. Isso ajuda a ter uma visão clara do tamanho do problema e a priorizar os débitos mais urgentes (ou mais caros).
  2. Negocie com os credores: na maioria dos casos, é possível negociar a dívida. Empresas como a Acerto, por exemplo, permitem fazer isso de forma online e com descontos. Negociar pode significar trocar uma dívida cara por uma mais leve, com parcelas que cabem no bolso.
  3. Priorize as dívidas com juros altos: comece pelas dívidas que crescem mais rápido, como cartão de crédito e cheque especial. Se possível, quite essas primeiro ou troque por um empréstimo com juros menores.
  4. Corte gastos desnecessários: reveja seus hábitos de consumo. Gastos com delivery, assinatura de streaming, compras por impulso — tudo isso pode parecer pequeno, mas faz diferença no fim do mês. Cada economia é um passo a mais para sair do vermelho.
  5. Busque uma renda extra: se cortar gastos não for suficiente, pense em alternativas para complementar sua renda. Freelas, bicos, venda de produtos, serviços — qualquer valor extra pode acelerar sua recuperação financeira.
  6. Evite novas dívidas nesse período: durante a reorganização financeira, evite assumir novos compromissos. Se possível, reduza o uso do cartão de crédito e evite compras parceladas. A prioridade agora é estabilizar a situação atual.

O que evita chegar lá?

Evitar o endividamento é mais fácil (e menos doloroso) do que lidar com ele depois. Pequenas atitudes no dia a dia fazem toda a diferença para manter a vida financeira saudável. Veja o que funciona na prática:

  • Tenha um orçamento claro: saber quanto entra e quanto sai todo mês é o primeiro passo para evitar surpresas. Organize suas receitas e despesas fixas, acompanhe seus gastos e estabeleça limites. Existem vários aplicativos que ajudam nisso, mas até uma planilha simples já resolve.
  • Monte uma reserva de emergência: ter um fundo de emergência ajuda a lidar com imprevistos sem precisar recorrer a empréstimos. O ideal é guardar o equivalente a 3 a 6 meses de despesas essenciais, mas você pode começar com pouco e ir aumentando.
  • Evite parcelar o que não é necessário: compras parceladas comprometem sua renda futura. Sempre que possível, prefira pagar à vista — e só divida se tiver certeza de que conseguirá manter as parcelas sem apertos.
  • Use o crédito com consciência: cartão de crédito e cheque especial não são extensões do seu salário. Eles devem ser usados com responsabilidade e só quando você tem como pagar o valor integral no vencimento. Do contrário, os juros podem virar uma bola de neve.
  • Planeje antes de assumir compromissos: antes de financiar um carro, uma casa ou fazer um empréstimo, analise o impacto disso no seu orçamento. Simule as parcelas e veja se cabem de verdade no seu bolso, considerando também seus outros gastos fixos.
  • Invista em educação financeira: quanto mais você entende de finanças, mais difícil é cair em armadilhas. Busque conteúdos acessíveis (como este blog!) para aprender sobre orçamento, juros, crédito e hábitos de consumo.

Agora que você já sabe tudo o que precisa sobre endividamento, consulte o seu CPF na Acerto e comece a colocar a sua vida financeira no eixo!

Summary

Roberta Firmino

Formada em Comunicação Social – Jornalismo, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com mais de 7 anos de experiência com conteúdo para web. Escrevo para ajudar brasileiros a saírem das dívidas e a tomarem decisões financeiras mais conscientes.

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